Orientador : Profª. Drª. Adelaide Hercília Pescatori Silva / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa: Curitiba, 03/06/2016 / Inclui referências : f. 205-214 / Resumo: O presente estudo traz uma discussão sob uma perspectiva dinâmica de dados de fala coletados de nove informantes do sexo feminino nascidas e criadas em Curitiba, cujos pais também nasceram e foram criados na cidade. Três das informantes tinham idades entre 24 e 25 anos, três com idades entre 43 e 45 anos, e três com idades entre 61 e 67 anos. A pesquisa investiga o comportamento dos parâmetros acústicos F1, F2, F3 e duração relativa na realização da vogal frontal átona em final de substantivos dissílabos paroxítonos pelas participantes do estudo. Os vocábulos foram inseridos na sentença veículo "Diga <palavra> baixinho" e repetidos cinco vezes por cada informante durante gravações que duraram em torno de 20 minutos para cada informante. O trabalho tinha como hipóteses principais que (a) o comportamento dos parâmetros acústicos seria condicionado pela idade das informantes, de modo que informantes com idades parecidas exibiriam valores de F1, F2, F3 e duração relativa parecidos entre si, e que (b) os contextos consonantais e vocálicos precedentes às vogais átonas finais também exerceriam influência no comportamento dos parâmetros acústicos analisados. Os resultados da pesquisa mostraram que (a) a idade das informantes pouco interfere na produção de suas vogais átonas finais, que (b) valores de F1, F2, F3 e duração relativa são influenciados pelos contextos consonantais e vocálicos tônicos precedentes às vogais átonas. Dos resultados mais robustos tem-se que valores de F2, principalmente, mostram que pode haver uma coarticulação entre as vogais átonas finais e as vogais tônicas na sílaba precedente. Além disso, valores de duração relativa apontam para uma duração maior das vogais átonas quando estas eram precedidas por contextos consonantais vozeados. Os dados também mostram que o comportamento acústico das vogais átonas não é discreto, mas sim gradiente. O estudo também conclui que tentativas de discretizar o comportamento das vogais átonas finais, como fazem trabalhos variacionistas e pesquisas mais tradicionais, é uma tarefa difícil, além de precisar desconsiderar detalhes fonéticos que se mostram extremamente relevantes para a gramática do PB - como os aspectos gradientes na realização acústicas das vogais frontais átonas finais pelas informantes do estudo. Os modelos de análise mais tradicionais conseguem, no máximo, representar os dados através de uma escala, por não incluírem a variável tempo. A consequência de incluir essa variável a um modelo é a fusão de Fonética e Fonologia. Os dados sugerem que o modelo fonológico capaz de fazer isso é a Fonologia Gestual, cujo primitivo de análise, o gesto articulatório, incorpora o tempo como uma de suas variáveis essenciais. Palavras-chave: vogais átonas finais, fonética acústica, Fonologia Gestual, sistemas dinâmicos, sons do PB. / Abstract: The present study holds a dynamically approached discussion about speech data collected from nine female informants who were born and raised in Curitiba (capital city of Paraná, Brazil), whose parents were also born and raised in the same city. Three of the informants were between the ages of 24 and 25, three between the ages of 43 and 45, and three between the ages of 61 and 67. The research investigates the behavior of the acoustic parameters F1, F2, F3 and relative duration in the production of the front unstressed final vowel at the end of dissyllable nouns by the study's participants. The nouns were inserted into the carrier-sentence "Diga <word> baixinho" (which translates to "Say <word> quietly") and repeated five times by each informant throughout 20-minute recordings. The research had as main hypotheses that (a) the behavior of the acoustic parameters would be conditioned by the age of the informants, in such a way that informants whose ages were similar would produce F1, F2, F3 and relative duration values alike; and that (b) F1, F2, F3 and relative duration unstressed vowel values are influenced by the preceding consonants and stressed vowels. The most consistent results suggest that mainly F2 values show that there could be coarticulation between the unstressed final vowels and the stressed vowels in the preceding syllable. Moreover, the relative duration values show that vowels preceded by voiced consonants were usually longer than vowels preceded by voiceless consonants. The data from the study also show that the acoustic behavior of the final unstressed vowels is not static, but gradient. Gradient facts are very well incorporated into the Gestural Phonology model, which also promises to merge Phonetics and Phonology into the same level of analysis by the use of the gesture as its minimal unit of analysis, since it integrates the time as its intrinsic variable. The study also concludes that attempts to analyze the behavior of the unstressed vowels by means of discrete units, as variationist studies and more traditional researches usually do, are extremely difficult, in addition to having to eliminate phonetic details that seem to play a very important role in Brazilian Portuguese grammar - for instance, gradient aspects of the acoustic production of the front unstressed final vowels by the study's participants. Key-words: unstressed final vowels, acoustic Phonetics, Gestural Phonology, dynamic systems, Brazilian Portuguese sounds.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.c3sl.ufpr.br:1884/43682 |
Date | January 2016 |
Creators | Dubiela, Mateus Renan |
Contributors | Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Letras, Silva, Adelaide Hercília Pescatori |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | 214 f : il., algumas color., application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPR, instname:Universidade Federal do Paraná, instacron:UFPR |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Relation | Disponível em formato digital |
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