Em vista das recentes mudanças que acarretaram a inclusão da criança de seis anos no ensino fundamental, fez-se necessária a reflexão sobre um ensino de ciências coerente com a criança dessa faixa etária. Os documentos governamentais apontam uma perspectiva sociocultural de ensino e aprendizagem dessa área do conhecimento, mas esclarecem pouco sobre como promover seu ensino no dia-a-dia escolar. O presente trabalho partiu do pressuposto de que a ciência possui uma cultura própria, com valores, linguagem, práticas, percepções, teorias, crenças, materiais e etc. Sob essa perspectiva ensinar ciências implica a valorização de diferentes práticas que possibilitem a introdução dos alunos nessa cultura e, nesse sentido, o ensino deve ir além da simples memorização de conceitos em busca de uma aprendizagem capaz de atribuir sentido ao que somos e aos acontecimentos que nos cercam. Trata-se, portanto, de um processo de Enculturação científica. Considerando que as crianças do primeiro ano constroem seus significados através das representações enativas, icônicas e simbólicas, essa pesquisa buscou compreender como as crianças do primeiro ano do ensino fundamental constroem o conhecimento mediante o ensino intencional de ciências sob a perspectiva da Enculturação científica. O presente trabalho envolveu um estudo qualitativo, realizado em uma classe de primeiro ano de uma escola particular de São Paulo, durante o ano letivo de 2010, buscando analisar os dados oriundos das diferentes formas de representação construídas pelas crianças sobre os temas de ciências no cotidiano escolar. Os dados apontam que a atribuição de significados envolve o uso articulado dos três diferentes tipos de representação, de acordo com o foco de interesse ou preocupação das crianças. Nesse sentido, a construção do conhecimento valendo-se das diferentes formas de representações bem como propiciando experiências que levem as crianças a refletir sobre assuntos científicos e suas consequências para a sociedade parecem ser os pressupostos centrais do ensino de ciências para o primeiro ano do ensino fundamental. / In light of recent changes that led to the inclusion of six years children in elementary school, it was necessary to reflect on science education consistent with the child at this age. Governmental documents indicate a sociocultural perspective of teaching and learning in this area of knowledge, but they reveal little about how to promote it on the schools routine. This study assumed that science has its own culture, values, language, practices, perceptions, theories, beliefs, materials and so on. From this perspective teaching science implies recognizing different practices that enable the introduction of this culture. In that sense, education must go beyond mere memorization of concepts in search of a learning that assigns meaning to what we are and the events that surround us. It is therefore a process of Scientific enculturation. Whereas children of the first year build their meanings through representations of enactive, iconic and symbolic, this research sought to understand how children in the first years of elementary school construct knowledge through intentional teaching of science from the perspective of Scientific enculturation. This study involved a qualitative research in a class of first graders of a private school in São Paulo during the school year of 2010, seeking to analyze the data from the different forms of representation built by children on science subjects in school environment. The data indicate that the attribution of meaning involves the use of three different articulated kinds of representation, according to the focus of interest or concern for children. In this sense, the construction of knowledge by drawing the different forms of representations as well as providing experiences that lead children to reflect on science and its consequences for society seem to be the central assumptions of science education for the first year of elementary school.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-04072011-152022 |
Date | 08 June 2011 |
Creators | Maria Helena Blasbalg |
Contributors | Agnaldo Arroio, Jerusa Vilhena de Moraes, Angelina Sofia Orlandi Xavier |
Publisher | Universidade de São Paulo, Educação, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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