Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / A espasticidade é observada na maioria dos pacientes após Acidente Vascular Encefálico
(AVE), e exercem influência na presença de deficiências e incapacidades, comprometendo a
função motora. As estratégias de neuroreabilitação, o biofeedback eletromiográfico (EMG),
têm sido utilizado com aceitação na comunidade médica para reajustes nas habilidades
sensório-motoras como retreinamento motor, redução da espasticidade e/ou treinamento de
relaxamento. A intervenção ainda apresenta evidências delimitadas quanto a sua efetividade
na reabilitação, principalmente, quanto a interferência sobre a atividade cortical e na redução
dos sinais espásticos que oferece características negativas na execução do movimento. O
objetivo dessa pesquisa foi analisar a possível interferência do treino com biofeedback
eletromiográfico sobre a conscientização do controle motor no membro espástico e a
caracterização da atividade das bandas de baixa frequência em diferentes regiões corticais
orientada pela técnica de treinamento. Dezesseis voluntários acometidos por AVE isquêmicos
foram selecionados e divididos em dois grupos (n=8). Grupo experimental (GE) submetidos
ao treino com biofeedback associado a fisioterapia, e o grupo controle (GC) submetido apenas
à fisioterapia convencional. Foi realizada a avaliação do grau de espasticidade pelo limiar de
reflexo do estiramento tônico (LRET) e pela Escala Modificada de Ashworth (EMA) antes e
três semanas após o término do treinamento com a técnica. Os sujeitos foram submetidos ao
biofeedback durante 6 semanas, com 2 sessões semanalmente. O mesmo tempo para o
tratamento fisioterápico foi padronizado para o GC. Os resultados mostram variação do
percentual médio de melhora do grau de espasticidade, mensuradas pelo LRET, de 38,59%
(dp=13,03%) no GE comparado com 18,58% (dp=11,90%) do GC. Essa variação apresentou
diferença significativa (p=0,020; t=2,776; p<5%) entre os grupos (controle e experimental), e
a diferença significativa do LRET antes e após do treinamento no GE (p=0,003; t=5,338;
p<5%) quando comparado ao GC (p=0,015; t=3,657; p<5%). A medida semi-quantitativa da
EMA antes e após o término das sessões mostraram variações apenas no GE. Com relação a
atividade cortical, houve diferença de atividade das bandas (delta, teta, alfa e beta) quando a
3ª e 12ª sessão foram comparadas para cada sujeito do GE. Essa diferença foi encontrada,
principalmente, em regiões frontal, central (vértex), parietal e occipital em ambos hemisférios
(ipsilateral e contralateral a lesão) tanto na fase de planejamento cognitivo motor quanto na
execução do movimento. Houve predominância da diferença de atividade para a banda delta,
alfa e beta em diferentes sujeitos distribuída difusamente ao longo dos canais de registro de
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EEG. A atividade diferenciada das bandas foi devido ao aumento e/ou diminuição da energia
espectral entre as sessões, notado apenas em alguns voluntários do GE. Observou ainda
diferença de atividade em áreas motoras secundárias. As avaliações, principalmente do LRET
mostram que o treino com biofeedback EMG foi efetivo na redução do grau de espasticidade.
A diferença de atividade cortical das bandas de frequência entre as sessões sugere que o
biofeedback modula a cognição por meio do esforço e atenção imposta pela tarefa na tentativa
do movimento no membro acometido. Além de que a diferença de energia espectral entre as
sessões é dependente do ajuste e complexidade da tarefa direcionado pelos sinais do
biofeedback, auxiliando na aprendizagem motora. / Spasticity is observed in most patients after cerebrovascular accident (CVA), and exerts
influence in the presence of disabilities, affecting motor function. For neurorehabilitation
strategies, electromyographic biofeedback (EMG) has been used with acceptance in the
medical community for adjustments in the sensory-motor skills as a motor retraining,
reducing spasticity and/or relaxation training. The intervention still presents limited evidence
regarding their effectiveness in rehabilitation, especially as the interference of cortical activity
and the reduction of spastic signs that provides negative characteristics in movement
execution. The aim of this study was to analyze the workout possible interference with EMG
biofeedback on the motor control awareness in spastic member in the characterization of the
activity of low-frequency bands in different cortical regions targeted by the training
technique. Sixteen volunteers affected by ischemic stroke were selected and divided into two
groups (n = 8). Experimental group (EG) underwent biofeedback training associated with
physical therapy and control group (CG) only conventional physiotherapy. The assessment of
the degree of spasticity by reflex threshold of the tonic stretch (TSRT) and Modified
Ashworth Scale (MAS) was performed before and three weeks after the end of treatment with
the technique. The subjects underwent biofeedback for 6 weeks, with two sessions weekly.
The same time for physiotherapy treatment was standardized to the GC. The results show
variation of the average percent improvement in the degree of spasticity measured at TRST,
38,59% (sd=13,03%) in GE compared to 18,58% (sd=11,90%) of GC. This variation showed
a significant difference (p=0.020; t=2,776; p<5%) between groups (control and experimental),
and the significant difference of TRST before and after training in EG (p = 0.003; t=5,338; p
<5%) when compared to the CG (p=0.015; t=0,015; p<5%). The semi-quantitative measure of
the MAS before and after the end of the sessions presented variations only in GE. Regarding
the cortical activity, there were band activities differences when 3rd and 12th sessions were
compared for each subject of GE. This difference was found primarily in the frontal, central
(vertex), parietal and occipital lobe in both hemispheres (contralateral and ipsilateral to the
lesion) in both the cognitive motor planning phase and in the movement execution. It was
observed the predominance of activity difference for the delta band, alpha and beta in
different subjects distributed diffusely over the EEG recording channels. The different activity
of the bands was due to the increase and/or decrease the spectral energy between sessions,
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noticed only in some GE volunteers. It was also pointed out distinct activity in secondary
motor areas. Evaluations mainly from TSRT show that training with EMG biofeedback was
effective in reducing the degree of spasticity.
The difference in cortical activity of the frequency bands between sessions suggested that
biofeedback modulates cognition through the effort and attention required by the task of
movement attempt in the affected limb. Besides that, the spectral energy difference between
the sessions depends on the tuning and task complexity driven by biofeedback signals,
helping motor learning. / Tese (Doutorado)
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:RI_UFU:oai:repositorio.ufu.br:123456789/17968 |
Date | 11 February 2016 |
Creators | Vieira, Débora |
Contributors | Soares, Alcimar Barbosa, Andrade, Adriano de Oliveira, Naves, Eduardo Lázaro Martins, Ide, Jaime Shinsuke, Guirro, Rinaldo Roberto de Jesus |
Publisher | Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica, Brasil |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFU, instname:Universidade Federal de Uberlândia, instacron:UFU |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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