Return to search

Gerenciamento de riscos em projetos na indústria da construção no Estado do Rio Grande do Sul

A indústria da construção é significativa para o desenvolvimento socioeconômico dos países em âmbito mundial e o gerenciamento de projetos consiste na principal atividade das empresas de distintos segmentos que integram o setor. No entanto, caracteriza-se por elevada exposição a riscos de diversas naturezas, os quais influenciam diretamente o sucesso dos projetos, havendo evidências de que práticas de gerenciamento de riscos formais não têm sido efetivamente adotadas pelas empresas. Este estudo apresenta os resultados de uma pesquisa survey, a partir da análise de 178 questionários respondidos no período de novembro de 2013 a março de 2014. A pesquisa objetivou analisar o gerenciamento de riscos nas empresas da indústria da construção, no Estado do Rio Grande do Sul, para compreender a exposição em projetos, propondo três objetivos específicos: conhecer a atitude frente aos riscos das empresas participantes, para compreender a exposição em projetos de construção com base na teoria da utilidade; identificar se as empresas participantes gerenciam riscos de maneira formal ou informal, a fim de verificar as práticas, os processos e as técnicas frequentemente aplicados; explicitar os principais riscos enfrentados nos projetos de construção, no cenário atual e na percepção das empresas participantes. Houve, pelo menos, duas justificativas para a realização deste estudo: a adoção de práticas formais no gerenciamento de riscos tem sido referenciada como cada vez mais emergente para a indústria da construção; e pesquisas survey sobre gerenciamento de riscos em projetos são relevantes para prover informações significativas tanto de interesse científico acadêmico quanto para o contexto da prática empresarial. A partir da análise dos resultados, confirmou-se na literatura especializada estudada que a indústria da construção tende a perceber riscos como efeitos negativos no desempenho dos projetos. A atitude da amostra, frente aos riscos, mostrou-se neutra, tendendo à ousadia, havendo maior motivação das empresas para exporem-se a situações arriscadas diante da percepção de margens de ganho mais elevados nos contratos, ao passo que as empresas demonstraram menor tolerância diante da percepção de maiores perdas nos contratos. A maioria das empresas participantes sinalizou adotar gerenciamento informal de riscos, embora contrapondo à literatura estudada, menos da metade destas sinalizaram adotar alguma reserva de contingência orçamentária para os riscos dos projetos de construção. Das empresas que sinalizaram adotar gerenciamento formal de riscos, evidenciou-se que, em geral, há baixa frequência de aplicação de práticas, processos sistematizados e técnicas de gerenciamento de riscos, conforme recomendam os principais documentos referenciados na área. Identificou-se, ainda, que os fatores de riscos de maior probabilidade e impacto nos projetos, no cenário atual e na percepção das empresas amostradas, consistiram em: dificuldades na regulamentação ambiental; falhas na garantia da segurança do trabalho; e escassez de profissionais e/ou profissionais qualificados. Além de que, os maiores níveis de riscos inerentes à complexidade dos projetos em execução foram atribuídos aos elementos: experiência profissional; restrição extrema de tempo; e número de partes e interdependências. / The construction industry is significant for the socioeconomic development of countries worldwide, and managing projects is the main commercial activity of different segments comprising the business sector. However, it is characterized by high exposure to risks of various natures, which influence directly the success of the projects. Besides, it has been evident that management practices of formal risks have not been effectively adopted by companies. This study presents the results of a survey from the analysis of 178 questionnaires answered from November, 2013 to March, 2014. This paper analyzes the risk management projects in the construction industry in the state of Rio Grande do Sul, proposing three specific objectives: to know how companies react from the risks, in order to understand their exposure to construction projects based on the theory of utility; to identify if the participating companies manage the risks formally or informally, in order to check the practices, processes, and techniques frequently applied; to explain the main risks faced in building projects in the current scenario and the perception of the participating companies. There were, at least, two reasons for this study: the adoption of formal practices in risk management has been referenced as more and more emerging for the construction industry; besides, surveys on risk management in projects are pertinent to provide relevant information, as for the academic field as for businesses. However, little has been done in the Brazilian construction industry. The analysis of the results confirmed the theory studied, that is, that the construction industry tends to perceive risks as negative effects on project performance. The attitude of the sample proved to be neutral, almost daring, with greater motivation of companies to expose themselves to risky situations on the perception of higher profit from the contracts, while less tolerant when facing larger losses. Most participating companies signaled to adopt informal risk management, although, in contrast to the theory, less than half of those, signaled to adopt reserve of budget contingency for the risks. The companies which adopted formal risk management confirmed, in general, the low frequency of practices, processes and techniques of systematic risk management, as recommended by the related literature. It was also found that the risk factors of highest probability and impact on the projects, in the current scenario, and in the perception of the sampled companies were: difficulties in environmental regulation; failures in ensuring safety; and shortage of professional and/or qualified workforce. Apart from that, the highest levels of risk inherent in the complexity of projects in execution were assigned to the following elements: professional experience, extreme time constraint, and number of parts and interdependencies.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/109014
Date January 2014
CreatorsAlbarello, Cristiane Botezini
ContributorsBecker, Joao Luiz
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0028 seconds