A Síndrome de Gilbert é caracterizada por uma hiperbilirrubinemia indireta benigna que ocorre na ausência de hemólise ou doença estrutural do fígado. Manifesta-se por episódios intermitentes de icterícia, desencadeados por exposição a estressores físicos, baixa ingesta calórica, entre outros. A base genética da redução da atividade da enzima UDP - Glucoroniltransferase foi descoberta em 1995: em uma população caucasiana. Todos os pacientes estudados apresentaram uma adição dos nucleotídeos Timina-Adenina (TA) na região TATA box presente no promotor do gene UGT1A1, em ambos os alelos. Embora considerada uma condição benigna, a síndrome de Gilbert tem sido recentemente associada à hiperbilirrubinemia e a outros efeitos colaterais na utilização de algumas drogas como o Indinavir e Irinotecan. Outro ponto importante diz respeito ao nível de bilirrubina sérica como um indicador da severidade do acometimento de hepatopatas. A presença de mutação no gene UGT1A1 em pacientes hepatopatas pode levar ao aumento da bilirrubina sérica, supervalorizando o acometimento hepático da condição patológica. O objetivo deste estudo foi verificar a frequência do alelo UGT1A1*28 em doadores de sangue da Fundação Pró-sangue Hemocentro de São Paulo HC-FMUSP e em pacientes portadores de hepatite crônica C atendidos no ambulatório de Gastroenterologia Clínica da FMUSP. Relacionar o genótipo TA7/7 com o aumento de bilirrubina sérica nos pacientes com hepatite crônica C e avaliar a técnica de análise de fragmento no rastreamento e genotipagem da Síndrome de Gilbert. A frequência encontrada para o genótipo TA7/7 no grupo doador foi de 9% (30/313) e no grupo de pacientes VHC, de 10% (51/494). O genótipo TA7/7 parece estar relacionado com o aumento de bilirrubina. A técnica de análise de fragmentos mostrou-se rápida, sendo possível para fazer uma análise em grande escala. A herança genética da população brasileira é muito heterogênea. É constituída de caucasianos, africanos, indios, orientais e outros. Os dados sugerem que a variação genética da região promotora do gene UGT1A1 é alta entre pacientes com bilirrubina maior que 1mg/dL, e que a genotipagem para UGT1A1*28 deve ser considerada na avaliação dos pacientes com hepatite C crônica com hiperbilirrubinemia. / Gilberts syndrome is a benign condition characterized by unconjugated hiperbilurubinemia that occurs in the absence of hemolysis or liver chronic disease. It is clinically manifested by intermittently jaundice, triggered by exposition to physical stress, low calory diet, among others. The genetic base is the reduction of the activity of UDP-glucuronosyltransferase enzyme described in 1995: in a Caucasian population, all patients studied presented a Thymine Adenine (TA) addition in the TATA box region in both alleles of the UGT1A1 gene promoter. Although, Gilberts syndrome has been considered a benign condition, recently it has been associated to hiperbilirrubinemia and other adverse events during the utilization of some drugs such as Indinavir and Irinotecan. Another important issue to consider is that bilirubin is used to evaluate the severity of liver dysfunction in chronic liver diseases. The presence of this mutation in those patients could increase bilirubin levels, overestimating liver damage. The aim of this study were: 1) to verify the frequency of the genotype UGT1A1*28 (TA7/7) in blood donors and in chronic hepatitis C patients from the Gastroenterology outpatients clinics of the University of São Paulo School of Medicine; 2) to establish a relationship with TA7/7 genotype and bilirubin elevation in chronic hepatitis C patients and 3) to evaluate the fragment analysis technique to screening and genotyping the Gilbert syndrome. The frequencies of TA7/7 genotype found in blood donors group were 9.6% (30/313) and in the chronic hepatitis C group were 10% (51/494). The TA7/7 genotype seems to be related with increase of bilirubin. The fragment analysis technique is fast and able to a large scale screening approach. The genetic background of Brazilian population is highly heterogeneous. It is comprised of Caucasians, Africans, Indians, Orientals and others. The data suggests that genetic variation of promoter region of UGT1A1 gene is high among patients with bilirubin levels greater than 1 mg/dl, and UGT1A1*28 genotypes should be considered when evaluating chronic hepatitis C patients with hiperbilirubinemia.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-08122009-184706 |
Date | 15 September 2009 |
Creators | Marcelo Moreira Tavares de Souza |
Contributors | Suzane Kioko Ono Nita, José Eduardo Levi, Rejane Mattar |
Publisher | Universidade de São Paulo, Gastroenterologia Clínica, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0066 seconds