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Geologia, petrografia e geoquímica da associação tonalitotrondhjemito-granodiorito (TTG) do extremo leste do subdomínio de transição, Província Carajás

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Previous issue date: 2013 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / INCT/GEOCIAM - Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Geociências da Amazônia / Os estudos geológicos realizados no extremo leste do Subdomínio de Transição da Província Carajás demonstraram que a área estudada é composta dominantemente por associações tonalito-trondhjemito-granodiorito (TTG). De modo subordinado, ocorrem rochas monzograníticas deformadas, associadas aos granitos tipo Planalto, e gabros inseridos na associação máfico-enderbítica. Granitos isotrópicos e diversos diques máficos desprovidos de deformação expressiva seccionam os litotipos arqueanos mapeados. A associação TTG aflora na forma de blocos ou lajedos, geralmente em áreas de relevo arrasado. São rochas de cor cinza e granulação média, mostrando bandamento composicional ou, por vezes, aspecto homogêneo, frequentemente englobando enclaves quartzo-dioríticos. Apresentam-se intensamente deformadas, com foliação dominante segundo E-W e mergulhos fortemente inclinados a subverticais. Localmente apresentam estruturas NE-SW, transpostas por cisalhamentos E-W. Em algumas ocorrências, exibem feições miloníticas a protomiloníticas, registradas nas formas ovaladas dos porfiroblastos de plagioclásio ou de veios leucograníticos boudinados. São reconhecidas duas variedades petrográficas para esta associação: Biotitatrondjhemito e, subordinados, biotita-granodioritos, ambos com conteúdos modais variáveis de muscovita e epidoto. Essas variedades possuem aspectos texturais similares e mostram trama ígnea pouco preservada, mascarada por intensa recristalização, acompanhada do desenvolvimento de foliação milonítica incipiente a marcante. Análises por EDS efetuadas em microscópio eletrônico de varredura revelaram que o plagioclásio possui composição de oligoclásio cálcico (An27-19), com teores de Or variando de 0,6 a 2,3%. As biotitas são ferromagnesianas, com ligeira dominância de Fe sobre Mg (Fe/[Fe+Mg] variando de 0,54 a 0,59) e os epidotos analisados apresentam teores de pistacita que variam de 23 a 27,6%, situados em sua maioria no intervalo de epidotos magmáticos. Estudos litogeoquimicos identificaram duas composições distintas: uma de afinidade trondhjemitica (dominante) e outra granodiorítica e cálcico-alcalina. A primeira apresenta
características típicas das suítes TTG arqueanas. A última apresenta enriquecimento em LILE, especificamente K2O, Rb e Ba, quando comparada com os trondhjemitos dominantes, mas ainda preserva alguns aspectos afins das associações TTG arqueanas. Diferentes mecanismos são propostos para explicar a origem e evolução desses dois litotipos. Os dados geoquímicos são inconsistentes com as hipóteses de diferenciação desses dois grupos de rochas por meio de processos de cristalização fracionada a partir de magma tonalítico/trondhjemítico ou derivação dos granodioritos por anatexia das rochas TTG dominantes. Os tonalitos e trondhjemitos exibem afinidade com os grupos de TTG de alta razão La/Yb e Sr/Y da Província Carajás, sugerindo que foram derivados de fontes à base de granada anfibolitos em altas pressões (ca. 1,5 GPa), ou no mínimo apresentam uma evolução magmática controlada pelo fracionamento de granada, fato normalmente admitido para os TTG arqueanos. O estudo comparativo apontou maiores similaridades entre os TTG estudados e o Tonalito Mariazinha e o Trondhjemito Mogno, do Domínio Rio Maria, e com o Trondhjemito Colorado e, em menor grau, Trondhjemito Rio Verde, do Domínio Carajás. As características geoquímicas particulares das rochas granodioríticas podem ser devidas à contaminação de magmas ou rochas TTG a partir de metassomatismo litosférico ou à assimilação de sedimentos oriundos da crosta oceânica em subducção durante a gênese do liquido trondhjemítico. Em ambas as hipóteses, haveria a preservação de parte das características de associações TTG. As associações arqueanas identificadas neste trabalho implicam existência expressiva de rochas TTG no Subdomínio de Transição. Esse fato tende a fortalecer a hipótese de que o Subdomínio de Transição representa uma extensão do Domínio Rio Maria, mas afetado por
eventos de retrabalhamento crustal durante o Neoarqueano. Na porção leste da área ocorrem pequenos corpos monzograníticos alongados segundo E-W, claramente condicionados por cisalhamentos. Suas rochas apresentam texturas miloníticas, caracterizadas por porfiroclastos de feldspatos com formas amendoadas, contornados principalmente por micas e quartzo recristalizados. Apresentam assinaturas geoquímicas de granitos tipo-A reduzidos e são similares aos granitos da Suíte Planalto, da área de Canaã dos Carajás. Rochas máficas afloram restritamente na porção centro-norte da área na forma de blocos. São rochas com textura dominantemente granoblástica, com arranjos em mosaico, constituídas basicamente por anfibólio e plagioclásio, com quartzo e biotita subordinados. Na porção norte da área mapeada foi identificado um corpo de granito isotrópico, sem deformação expressiva, com texturas rapakivi localizadas. Apresenta relevo de colinas suaves, com padrão morfológico distinto dos granitóides arqueanos. Este corpo granítico foi correlacionado aos granitos tipo-A paleoproterozoicos, representados no Domínio Carajás pela Suíte Serra dos Carajás e pelo Granito Rio Branco. Esses granitos não são objeto desta pesquisa e, portanto, não foram estudados em maior detalhe. / The eastern border of the Transition Subdomain of the Carajás Province is constituteddominantly of Archean tonalite-trondhjemite-granodiorite (TTG). Deformed monzogranites,
similar to the Planalto granite suite, and metagabbros inserted in association mafic-enderbitic
also occur. Paleoproterozoic isotropic granites and mafic dykes devoid of significant
deformation crosscut the Archean lithologies. The TTGs are exposed as blocks or as flat
outcrops in areas of low relief and commonly include quartz-diorite enclaves. The TTG rocks
display gray colour and are generally medium-grained, showing compositional banding or,
sometimes, homogeneous aspect. They show commonly a NW-SW to E-W trending foliation
with vertical to subvertical dips and were submitted to NE-SW stress. Locally, it was
identified a NE-SW foliation transposed to E-W along shear zones. In some instances, they
exhibit mylonitic to protomilonitics features, registered in the oval form of plagioclase
porphyroclasts or boudinated leucogranitics veins. Two petrographic varieties are recognized
for this association: biotite-trondjhemite and subordinate biotite-granodiorites, both have
similar mineralogical and textural aspects and are characterized by a poorly preserved igneous
texture, partially overwritten by an intense recrystallization.
EDS analyses revealed that the plagioclase is a calcic oligoclase (An27-19), with Or
ranging from 0.6 - 2.3%. The biotites are ferromagnesian, with dominance of Fe over Mg (Fe
/ [Fe + Mg] ranging from 0.54 to 0.59) and the analyzed epidote presents pistacite contents
ranging from 23 to 27.6 % and plot mostly in the range of magmatic epidotes.
The trondhjemite shows all typical characteristics of Archean TTG suites. They have
high La/Yb and Sr/Y ratios, suggesting they were derived from the partial melting of garnet
amphibolite sources at high pressures (ca. 1.5 GPa) or, at least, that their magmatic evolution
was controlled by the fractionation of garnet and possibly amphibole, without significant
influence of plagioclase. The studied TTGs show similarities with Mariazinha tonalite and
Mogno trondjemite, of the Rio Maria Domain, Colorado trondhjemite and, in at a lesser
degree, to the Rio Verde trondhjemite, of the Carajás Domain.
The granodiorites display a calc-alkaline signature and shows LILE enrichment,
specifically K²O, Rb and Ba, when compared to the trondhjemites, but still preserving some
geochemical features of the TTG. The geochemical data indicate that the trondhjemite and
granodiorite are not related by fractional crystallization. An origin of the granodiorite by
partial melting of the TTG rocks is also discarded. The granodiorite could, however, result of
contamination of TTG magmas by lithosphere metasomatism or assimilation of sediments
from subducted oceanic crust along trondhjemite liquid genesis.
In the eastern portion of the mapped area, it was identified a small, E-W trending
granite stock clearly controlled by shear zones. The rocks have mylonitic textures,
characterized by ovoid-shaped feldspar porphyroclasts, wrapped by recrystallized quartz and
mica. These granitic rocks have geochemical signatures of reduced A-type granites and are
similar to the Planalto granite suite.
Boulders of mafic rocks crop out locally in the northern portion of the area. These
rocks show a dominant granoblastic texture, and are mainly composed of amphibole and
plagioclase, with subordinate biotite and quartz.
In the northern part of the mapped area, it was identified a body of isotropic granite
without significant deformation and showing locally rapakivi textures. This granitic pluton
was correlated to the Paleoproterozoic A-type granites, represented in the Carajás Domain by
the Serra dos Carajás suite and Rio Branco Granite. These granites were not studied in detail.
The geological and geochemical aspects shown by the Archean granitoids identified in
the eastern part of the Transition Subdomain implies in the existence of significant TTG rocks
in the Transition Subdomain. This reinforces the hypothesis that the Transition Subdomain
could represent an extension of the Rio Maria Domain, but affected by crustal reworking
events in the Neoarchean.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpa.br:2011/6360
Date31 July 2013
CreatorsSANTOS, Patrick Araujo dos
ContributorsDALL'AGNOL, Roberto
PublisherUniversidade Federal do Pará, Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica, UFPA, Brasil, Instituto de Geociências
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPA, instname:Universidade Federal do Pará, instacron:UFPA
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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