Made available in DSpace on 2016-08-29T14:10:36Z (GMT). No. of bitstreams: 1
tese_2477_.pdf: 3262939 bytes, checksum: 3bf9a5ec78090bcaa177725be1fc76f3 (MD5)
Previous issue date: 2010-10-18 / A cena contemporânea coloca em relevo o avanço do processo de globalização, cujas características principais são o intenso fluxo de capitais e a exploração econômica, bem como pressões para uma cultura hegemônica. Como resultado deste processo os grupos tradicionais e suas vivências, considerados atrasados e representantes de uma temporalidade a ser superada, são lançados à margem das sociabilidades consideradas legítimas. Entender como as minorias têm vivenciado esse quadro de crescente pressão à hegemonia mostrou-se uma relevante tarefa, especialmente no que se refere ao modo de vida rural, simbolizado como contrário ao que é urbano, moderno e civilizado. O objetivo do trabalho consistiu em identificar, descrever e analisar a identidade social de membros de uma comunidade rural do ES a partir dos processos identitários e das representações sociais vinculadas às categorias rural e cidade, o que requisitou o aporte teórico-conceitual da Teoria das Representações Sociais e da Teoria da Identidade Social. Referenciada na confluência das citadas teorias, a pesquisa foi desenvolvida em duas etapas: (E1): realização de um censo comunitário com representantes de 167 famílias da localidade a fim de conhecer a organização comunitária e familiar; e (E2): investigação da composição do campo representacional e dos processos de identificação e diferenciação sociais no contexto de comparação rural-cidade, tendo sido entrevistados 200 integrantes de quatro gerações da comunidade. O tratamento dos corpora de dados foi realizado através dos softwares EVOC-2003, SPAD-T, SPSS-17 e ALCESTE, bem como da Análise de Conteúdo, segundo os objetivos da pesquisa e a natureza dos dados. Os resultados referentes ao contexto comunitário evidenciaram uma organização social alicerçada no modo de vida rural, sistema de produção da agricultura familiar e no investimento em espaços para a interação entre as famílias. No plano constitutivo das representações sociais e das dimensões identitárias de rural e cidade observou-se a composição de um campo semântico regido pela valência positiva do endogrupo e negativa da cidade. Os significados de rural se apóiam na ideia de harmonia e vida feliz e estão associados a sentimentos de alegria e bem-estar, enquanto a cidade é representada como caótica, onde a vida é triste, provocando medo e desconforto nos componentes do grupo rural. A dinâmica subjacente a esse quadro de antinomias mobiliza e sustenta as representações dos referidos objetos de acordo com valores humanitários e coletivistas para o endogrupo vs. valores capitalistas para a sociabilidade urbana. As ambiguidades e tensões identificadas nos processos abordados ganham maior visibilidade no contexto de mobilidade e resistência sociais, os quais revelam a complexidade do fenômeno identitário, confirmam a força do imaginário na tomada de posição dos indivíduos, bem como destacam a função do grupo social na inserção de seus membros na estrutura e dinâmica da sociedade e da cultura.
Palavras-chave: ruralidade; urbanidade.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace2.ufes.br:10/3123 |
Date | 18 October 2010 |
Creators | BONOMO, M. |
Contributors | Menandro, M.C.S., TRINDADE, Z. A., TASSARA, E. T. O., GUEDES, M. C., SOUZA, L. |
Publisher | Universidade Federal do Espírito Santo, Doutorado em Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, UFES, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | text |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFES, instname:Universidade Federal do Espírito Santo, instacron:UFES |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0023 seconds