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Previous issue date: 2011 / Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil / Nos últimos anos, dois assuntos relacionados a infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) vêm
sendo foco de muitos debates e estudos por pesquisadores ao redor do mundo: o
tratamento antiviral contra a hepatite B crônica e a infecção oculta pelo HBV. O estudo da
ocorrência de mutações de resistência aos medicamentos antivirais mais potentes, os
análogos de núcleos(t)ídeos (NAs), que representa o maior entrave para o sucesso do
tratamento, passou a ter fundamental importância para o entendimento da dinâmica da
terapia a longo prazo e para soluções para contornar este problema. A hepatite B oculta é
um tema que preocupa pesquisadores do mundo inteiro pelo fato de algumas questões
pertinentes ainda não tenham sido esclarecidas, como o impacto clínico da infecção oculta e
seu papel na transmissão do vírus. A presente tese teve como objetivo realizar a
caracterização molecular de isolados do HBV em diversas populações de indivíduos com
hepatite B: pacientes com infecção crônica submetidos a diferentes tratamentos antivirais
(avaliando os tipos de tratamento antiviral atualmente utilizados no Brasil, a eficiência global
de cada tratamento em reduzir os níveis de DNA do HBV e a freqüência de isolados com
mutação de resistência aos medicamentos), pacientes com infecção aguda (observando a
distribuição de genótipos e analisando a presença de subpopulações virais através do
pirosequenciamento), e pacientes com infecção oculta pelo HBV (comparando a prevalência
da infecção oculta pelo HBV em pacientes anti-HCV positivo e anti-HCV-negativo
submetidos à hemodiálise). Como principais resultados obtidos nos quatro manuscritos
produzidos, tivemos (i) a LAM como a terapia antiviral mais comum em uso no Brasil, com
mais de 80% dos pacientes analisados estando em tratamento com esta droga seja em
monoterapia ou em terapia combinada com outra droga; (ii) o tratamento com IFN-α como o
menos eficiente em reduzir o DNA do HBV e, em relação aos NAs, não foi encontrada uma
diferença significativa entre a terapia com LAM e a terapia com os demais agentes orais em
relação à eficiência em reduzir o DNA do HBV no soro dos pacientes, no entanto, as cargas
virais nos pacientes tratados com LAM foram muito mais altas do que nos pacientes tratados
com as drogas mais recentes; (iii) uma alta freqüência de isolados com mutações de
resistência à LAM em pacientes submetidos à monoterapia (quase 50%) ou à terapia
combinada (78%); (iv) uma alta incidência de isolados com a tripla mutação de resistência à
LAM (6/27; 22,2%) e uma diferença no perfil dos variantes YMDD entre os principais
genótipos do HBV circulando no Brasil; (v) a análise por pirosequeciamento de
subpopulações de vírus resistentes em indivíduos com hepatite B aguda mostrou que 45%
deles apresentaram subpopulações minoritárias de isolados resistentes à LAM que
alcançaram até quase 20% da população total, informação útil caso estes indivíduos
venham a necessitar de tratamento; (vi) uma prevalência de 15% de infecção oculta pelo
HBV em pacientes em programa regular de hemodiálise, não havendo diferença significativa
entre os anti-HCV-negativo e anti-HCV-positivo; (vii) uma alta incidência (4/6; 66,7%) de
isolados com mutações de resistência à LAM dentre os pacientes com hepatite oculta
apesar de nenhum dos pacientes estudados terem sido previamente tratados para a
infecção crônica pelo HBV; (viii) a demonstração que a presença exclusiva da substituição
sY100C, potencialmente capaz de alterar a conformação do HBsAg, não diminuiu nem a
produção nem a secreção desta proteína em comparação com o HBsAg produzido por vírus
selvagens. Em conclusão, a alta freqüência de isolados com mutações de resistência à LAM
pode limitar o uso de drogas como o ETV e a LdT para terapia de resgate em função da
ocorrência de resistência cruzada entre essas drogas. As alterações de aminoácidos no
HBsAg (sE164D+sI195M) causadas pela tripla mutação de resistência à LAM, conhecidas
por reduzir a afinidade de ligação deste antígeno com o anti-HBs, pode representar um sério
problema epidemiológico caso esses isolados passem a circular no ambiente disseminados
pela população em geral. Tais substituições podem ter contribuído para o caráter oculto da
infecção por diminuírem a detecção do HBsAg por testes sorológicos, sugerindo ser esta a
causa mais provável da ocorrência de infecção oculta nos pacientes em hemodiálise. / In recent years, two issues related to hepatitis B virus (HBV) infection have been the focus of
many discussions and studies by researchers around the world: antiviral therapy against
chronic hepatitis B and occult HBV infection. Studies of the occurrence of resistance
mutations to the nucleos(t)ide analogue (NAs) drugs, which represents the main hindrance to
successful treatment, have been of fundamental importance for understanding the
dynamics of long-term therapy and to propose solutions to overcome this problem. The
second issue concerns the occult HBV infection. Occult hepatitis B is a subject that worries
researchers worldwide. This concern is based on some relevant issues that remain unclear,
as the clinical impact of occult infection and its role in transmitting the virus. This thesis
aimed to perform the molecular characterization of HBV isolates in patients undergoing
antiviral treatments (assessing the types of antiviral treatment currently used in Brazil, the
overall efficiency of each treatment in reducing the levels of HBV DNA and the frequency of
isolates with drug resistance mutations), to analyze patients with acute infection (determining
HBV genotype distribution and the presence of viral subpopulations by pyrosequencing, and
in patients with occult HBV infection (comparing the prevalence of occult HBV infection in
anti-HCV-positive and anti-HCV-negative patients on hemodialysis). As the main results
obtained in the four manuscripts produced, we had (i) LAM as the most common antiviral
therapy used in Brazil, with more than 80% of the analyzed patients being treated with this
drug either alone or in combination therapy with another drug; (ii) treatment with IFN-α
proved to be the least effective in reducing HBV DNA and for the NAs, no significant
difference between therapy with LAM and therapy with other oral agents regarding efficiency
in reducing HBV DNA in serum of patients was found, however, viral loads in patients treated
with LAM were much higher than in patients treated with newer drugs; (iii) a high frequency
of isolates with LAM resistance mutations in patients on monotherapy (almost 50%) or
combined therapy (78%); (iv) a high incidence of isolates with the triple resistance mutation
to LAM (6/27; 22.2%) and a difference in the profile of YMDD variants among the major HBV
genotypes circulating in Brazil; (v) pyrosequencing analysis of subpopulations of drugresistant
viruses in patients with acute HBV infection showed that 45% of the individuals had
minor subpopulations of LAM-resistant, isolates varying from 4 to 17%. The screening of the
subpopulations provides a useful information to avoid the occurrence of drug-resistance
whether these individuals become chronic carries and need to start an antiviral treatment; (vi)
a prevalence of occult HBV infection of 15% in patients on regular hemodialysis program,
with no significant difference between anti-HCV-negative and anti-HCV-positive patients; (vii)
a high incidence (4/6; 66.7%) of isolates with LAM resistance mutations among patients with
occult hepatitis although none of them had been treated for chronic HBV infection; (viii)
demonstrated that the exclusive presence of the substitution sY100C, potentially able to alter
the conformation of HBsAg, did not reduced neither the production nor the secretion of this
protein compared to HBsAg produced by wild-type viruses. In conclusion, the high frequency
of LAM-resistant isolates may limit the use of drugs such as ETV and LdT for rescue therapy
due to the occurrence of cross resistance between these drugs.The amino acid substitutions
in HBsAg (sE164D+sI195M) caused by LAM triple mutation, known to reduce the binding
affinity of this antigen to anti-HBs, may represent a serious epidemiological problem if these
viruses begin to circulate in the environment and to spread in the general population. Such
substitutions may have contributed to the occult status of the infection by decreasing the
detection of HBsAg by serological tests, suggesting that this is the most likely cause of the
occurrence of occult infection in hemodialysis patients.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.arca.fiocruz.br:icict/7067 |
Date | January 2011 |
Creators | Mello, Francisco Campello do Amaral |
Contributors | Martins, Regina Maria Bringel, Nogueira, Cristiane Alves Vilella, Lampe, Elisabeth, Niel, Christian, Paula, Vanessa Salete de, Gomes, Selma de Andrade |
Publisher | Instituto Oswaldo Cruz |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ, instname:Fundação Oswaldo Cruz, instacron:FIOCRUZ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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