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Desemprego e heterogeneidade da força de trabalho no Brasil (1990-2013)

O desemprego é um dos principais problemas enfrentados pelas economias capitalistas. Analisando a sua incidência sobre a força de trabalho, há evidências que alguns grupos de trabalhadores - como as mulheres, os jovens, os negros - sofrem sistematicamente com taxas de desemprego mais elevadas. Neste contexto, o objetivo desta dissertação é analisar a relação entre o desemprego e a heterogeneidade dos trabalhadores e como ela se apresentou no Brasil no período entre 1990 a 2013. A principal hipótese deste trabalho é de que as diferenças existentes entre os trabalhadores - como gênero, raça, idade, entre outras - também podem ser responsáveis, em interação com outros determinantes macroeconômicos, por níveis e dinâmicas diferenciadas de desemprego. A metodologia dessa pesquisa consiste em uma revisão bibliográfica de quatro abordagens macroeconômicas do desemprego e o modo como elas tratam a heterogeneidade da força de trabalho, além do uso de métodos quantitativos com base em dados sobre a economia brasileira. Com base na revisão bibliográfica e nos dados da economia brasileira, é utilizado um modelo econométrico de vetores de correção de erros (VECM) para verificar algumas hipóteses do desemprego e a sua relação com a heterogeneidade. Os resultados do trabalho indicam que, apesar das dificuldades nas teorias do desemprego em inserir a heterogeneidade dos trabalhadores em seus arcabouços teóricos, as visões marxista e pós-keynesiana oferecem importantes instrumentos teóricos e metodológicos para esse tipo de problema. Além disso, os resultados econométricos confirmam, parcialmente, que a demanda efetiva, seguindo a hipótese pós-keynesiana, e o conflito distributivo entre lucros e salários, argumento marxista, são fatores importantes para compreender o desemprego no Brasil. No que diz respeito à relação entre a heterogeneidade e o desemprego, os resultados apontam que um choque na taxa de desemprego incide de forma diferenciada entre os grupos que compõem a força de trabalho. Contudo, nem sempre o desemprego atinge de forma mais intensa os grupos que apresentam historicamente as maiores taxas de desocupação. / Unemployment is one of the main problems faced by capitalist economies. By analyzing its impact on the workforce, the research shows that there are evidences that some groups of workers – such as women, young people, blacks - systematically suffer from higher unemployment rates. In this context, the objective of this work is to analyze the relationship between unemployment and the heterogeneity of workers and how this relationship appears in Brazil from 1990 to 2013. The main hypothesis of this work is that the differences between the workers - such as gender, race, age, among others - may also be responsible, in interaction with other macroeconomic determinants, for the level and the dynamic of the different unemployment rates. The methodology of this research consists of a literature review of four macroeconomic approaches of the unemployment and how they treat the heterogeneity of the workforce, and also the use of quantitative methods using data for the Brazilian economy. Based on the bibliographic review and on the data of the Brazilian economy, an econometric model is used for vector error correction (VEC) to test some hypotheses regarding unemployment and its relationship with the heterogeneity. The results indicate that, despite the difficulties with the theories of unemployment regarding the heterogeneity of workers in their frameworks, the marxist and post keynesian theories provide important theoretical and methodological tools for this type of problem. In addition, the econometric results confirm, in part, that the effective demand, following the post keynesian hypothesis, and the distributive conflict between profits and wages, in terms of the marxist argument, are important factors to understand the unemployment in Brazil. Concerning the relationship between heterogeneity and unemployment, the results indicate that a shock in the unemployment rate has different impacts on the groups that make up the workforce. However, unemployment is not always more intense on the groups that historically have the highest rates of unemployment.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume56.ufrgs.br:10183/133000
Date January 2015
CreatorsSilva, Daniel Nogueira
ContributorsMilan, Marcelo
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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