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Dissertação_Vanderlúcia.pdf: 15444092 bytes, checksum: ece4ade0044263c07d3ac59c71af27f3 (MD5) / Os depósitos de ferro estudados estão localizados no município de Ibicoara, porção sul da Serra do
Sincorá, centro oeste do Estado da Bahia. Do ponto de vista tectônico, estão inseridos no setor
epidérmico do Cinturão de Dobramentos e Cavalgamentos da Chapada Diamantina, especificamente
no domínio transpressional de Ibicoara, com interação de dois campos de tensão principal máximos,
orientados segundo WSW-ENE e NW-SE, respectivamente, de idade Edicariana. O objetivo principal
deste trabalho é contribuir com o entendimento dos processos e controles na formação de domínios
com alto teor em ferro encaixados em sequências metavulcanossedimentares estéreis. A principal
motivação deste trabalho está relacionada com o fato de que depósitos representam importantes fontes
de ferro em todo o mundo e que as novas descobertas de depósitos desse tipo na Bahia abrem uma
promissora fronteira para a exploração mineral no Estado. Visando alcançar os objetivos propostos,
foram realizados estudos bibliográficos, trabalhos de campo, petrografia, litogeoquímica e análise
química em hematitas por LA-ICPMS. Arenito quartzoso e arcoseano da Formação Tombador são as
rochas encaixante de domínios hematíticos na área. Representa nova descoberta de depósitos
hidrotermais de alto teor (high grade) de ferro na Bahia, o que abre promissora fronteira para a
exploração mineral no Estado. Três fases deformacionais são identificadas. A primeira (D1)
desenvolveu dobras do tipo kink, com chevron subordinada, zonas de cisalhamento relacionadas a
deslizamento flexural com estruturas S/C, lineação de estiramento mineral (Lx1), slickenline e
slickensides. A segunda fase (D2) nucleou zonas de cisalhamentos destrais e sinistrais, reversas de alto
ângulo, com orientação geral segundo NNW-SSE e NW-SE, respectivamente, fraturas de tração de
alto ângulo com orientação ENE-WSW. Na terceira fase deformacional (D3) tem-se o
desenvolvimento de zonas de cisalhamento destrais e sinistrais com orientação segundo ENE-WSW e
NE-SW. Os domínios hematitizados são caracterizados como laminar, maciço em bolsões, stringer,
maciço venular, stockwork e brechóide. Os três primeiros são fortemente controlados pela
estratificação da rocha encaixante e pela foliação S0//S2. Os domínios maciços são os que possuem os
mais altos teores de Fe2O3, atingindo 98%, e os mais baixos teores de Al2O3 e P2O5. Nesses domínios
há correlação negativa entre Fe2O3 e SiO2, Zr, Th, Sr, Nb, Hf, e Ba e positiva desse óxido com Zn, V,
U, Cu, Co, e com o somatório de Elementos Terras Raras (ETR). Quando normalizados pelo PostArchean Australian Shale (PAAS), a distribuição dos ETR mostra, em geral, anomalias negativas de
Eu, além de um fraco enriquecimento de Elementos Terras Raras leves (ETRL) em relação aos
Elementos Terras Raras pesados (ETRP). Os elevados teores em Fe2O3 e os padrões de ETR
assemelham-se com os minérios de alto teor dos depósitos N5E da Província Carajás e do depósito
Pau Branco do Quadrilátero Ferrífero e diferem significativamente de Formações Ferríferas Bandadas
(BIF) de diversas regiões do mundo. O estudo da sucessão paragenética demonstra a existência de três
grupos de hematita. Os grupos 1 e 2 relacionam-se com a formação, principalmente, dos domínios
laminares e maciços em bolsões controlados pelas estratificação da rocha e pela foliação S0//S2. A
composição das hematitas aponta para a herança/influência da rocha encaixante. O terceiro grupo
relaciona-se com os domínios maciços venulares. Para os grupos 1, 2 e 3 são identificadas,
respectivamente, 3, 4 e 2 gerações de hematita, sendo que as hematitas da primeira geração são as que
possuem a menor granulação. Determinações por LA-ICPMS mostram que os elementos traço nas
hematitas têm picos de U, Pb e Ni. Para os ETRs tem-se padrões horizontais para a primeira geração
de hematitas dos grupos 1 e 2 e enriquecimento em ETRP em relação aos ETRL para a geração mais
tardia dos grupos 1 e 2 e as gerações do grupo 3. A alteração hematítica, hidrotermal, possui controle
estrutural associado com zonas de cisalhamento da fase D2, nas quais se desenvolvem setores
dilatacionais com formação de veios. Além disso, tem-se o controle litológico relacionado com a
porosidade e a permeabilidade da rocha, bem como pela presença de estruturas sedimentares que
favorecem à difusão do fluido hidrotermal a partir das zonas de cisalhamento. A formação dos
domínios de hematita envolveu processos de substituição das encaixantes e precipitação direta do
fluido hidrotermal, preliminarmente interpretado como bacinal. O mesmo provavelmente lixiviou
componentes químicos das unidades metassedimentares do Supergrupo Espinhaço e de diques que
ocorreu regionalmente, se movimentando durante as fases deformacionais que inverteram o
Aulacógeno do Paramirim. / ABSTRACT
The studied iron deposits are located in the town of Ibicoara, south of the Sincorá mountain range,
midwest of Bahia State. From a tectonic point of view, they are part of the epidermic Chapada
Diamantina Fold and Thrust Belt, with the interaction of maximum main stress fields trending WSWENE and NW-SE. The main objective of this paper is to contribute to the understanding of the
processes and controls in areas with high iron content embedded in sterile metavolcanosedimentary
sequences. The main motivation of this paper is related to the fact that hydrothermal deposits of high
grade are important sources of iron in the world and the new discoveries of this type of deposits in
Bahia open a promising frontier for mineral exploration in the state. To achieve the proposed
objectives bibliographic research, field work, petrography, geochemistry and chemical analysis in
hematite were done by LA-ICPMS. Quartz and arcosean sandstone of the Tombador Formation are the
host rocks of hematite domains in the area. They represent a new discovery of high-grade
hydrothermal iron ore in Bahia, opening new opportunities for mineral exploration in the State. Three
deformational phases are identified. The first one (D1) developed kink folds with subordinate chevron
folds, shear zones related to flexural slip with S/C structures, stretch lines (LX1) slickenline and
slickensides. The second phase (D2) is represented by dextral and sinistral reverse high-angle shear
zones with NNW-SSE and NW-SE orientation trends, respectively, and high-angle tension fractures
trending ENE-WSW. During the the third deformation phase (D3), dextral and sinistral shear zones
with ENE-WSW and NE-SW orientation were developed. Laminar, massive, stringer, venular,
stockwork and breccia hematite domains are characterized. The first three are strongly controlled by
the rock layering and the foliation S0//S2. Massive domains are those with the higher Fe2O3 content,
reaching 98%, with low Al2O3 and P2O5 contents. In these domains Fe2O3 is negatively correlatated
with SiO2, Zr, Th, Sr, Nb, Hf and Ba. On the other hand, there Fe2O3 is positively correlated with Zn,
V, U, Cu, Co and with the sum of Rare Earth Elements (REE). When normalized to the post-Archean
Australian Shale (PAAS), the distribution of REE show generally negative Eu anomalies, and a weak
enrichment of light rare earth elements (LREE) compared to heavy rare earth elements (HREE). The
high Fe2O3 content and REE patterns are similar to the high-grade iron ores at the N5E deposit,
Carajás Province, and are significantly different from banded iron formation (BIF) of other regions
around the world. The paragenetic study shows the existence of three hematite groups. Groups 1 and 2
are related to the formation mainly of massive domains controlled by the rock stratification and
foliation S0//S1. Their hematite composition points to the inheritance/influence of the host rock. The
third group is related to the venular domains. For groups 1, 2 and 3 respectively 3, 4 and 2 generations
of hematite are identified. The first generation of hematite is the finest of them all. LA-ICPMS trace
element analyses show U, Pb and Ni peaks in hematite. The REE have a horizontal pattern for the first
generation of hematite in groups 1 and 2, and HREE enrichment relative to LREE for the later
generation of groups 1 and 2 and the generations of Group 3. Hematite hydrothermal alteration has
structural features associated with shear zones of phase D2, in which dilational sectors developed and
vein were formed. Furthermore, there is the lithologic control associated with rock porosity and
permeability, as well as the presence of sedimentary structures that assisted hydrothermal fluid
diffusion nuclated from shear zones. The hematite domains involved host rock replacement and
hydrothermal fluid precipitation, preliminarly interpreted as basinal. The fluid probably leached
chemicals components of the Espinhaço Supergroup metasedimentary units and dikes, moving during
the deformational stages that inverted the Paramirim Aulacogen.
Keywords: Aulacogen, shear zones, hematites, hydrothermal alteration
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:192.168.11:11:ri/25917 |
Date | 03 November 2016 |
Creators | Cruz, Vanderlúcia dos Anjos |
Contributors | Cruz, Simone Cerqueira Pereira, Lobato, Lydia Maria, Cruz, Simone Cerqueira Pereira, Silva, Rosaline Cristina Figueiredo e, Gomes, Luiz César Correa |
Publisher | Instituto de Geociências, Em Geologia, UFBA, brasil |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFBA, instname:Universidade Federal da Bahia, instacron:UFBA |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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