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A formação da identidade nacional brasileira: um projeto ressentido

Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciência Política, Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, 2014. / Submitted by Albânia Cézar de Melo (albania@bce.unb.br) on 2014-06-02T13:45:31Z
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2014_MartinAdamec.pdf: 1534859 bytes, checksum: 6aec94dbb39527c6d1bb3a5503044b28 (MD5) / A presente tese aborda a formação da identidade nacional brasileira até a década de 1930 sob o prisma do ressentimento. Este conceito é apresentado de maneira multidimensional – com suas possíveis repercussões identitárias negativas ou positivas –, mediante operacionalização das teorias do reconhecimento, compondo assim elemento normal e mesmo necessário de qualquer interação social humana. É nesses termos que integra a nação, compreendida como uma narrativa capaz de articular identidades autóctones básicas com projetos ideológicos específicos, no âmbito de um grupo humano real. Uma nação desse tipo seria viável somente num contexto material moderno, devido às necessidades estruturais de sua difusão em massa. O ressentimento surge quando grupos envolvidos na formação nacional se comparam com modelos mais ou menos universais e percebem a própria incapacidade de alcançá-los. Essa desigualdade imputada gera uma reavaliação identitária, ressaltando características autóctones em detrimento das importadas. Nesses termos, a formação identitária brasileira está marcada pelo ressentimento desde seus primórdios imperiais. As comparações e expectativas de alcançar um modelo de Estado nacional moderno – caracterizado pela centralização política e administração racional-legal em termos institucionais e pelo individualismo, pela liberdade e igualdade de direitos em termos de ethos – levam a contínuas tensões com as características autóctones tradicionais – o patriarcalismo de origem escravocrata e a miscigenação. Mobilizadas de diferentes formas ao longo do século XIX – mediante a ação do movimento romântico, do IHGB e de intelectuais ligados às teorias do racismo científico – demonstram um claro potencial ressentido no âmbito do movimento modernista, sendo essa potencialidade melhor expressa por Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil. Esse potencial é concretizado por Gilberto Freyre em Casa Grande & Senzala, onde as características autóctones brasileiras – notadamente a miscigenação – são avaliadas não apenas como autênticas e positivas, mas mesmo superiores àquelas da modernidade ocidental. ______________________________________________________________________________ ABSTRACT / This thesys analyses the formative elements of a brazilian national identity through the conceptual lenses os ressentiment. Being an integral part of the search for recognition and, as such, normal and necessary to any forms of human interaction, ressentiment is perceived and used as a multi-dimensional concept – bringing to life not only negative, but potentionally positive identities. Hence, it is also an important element of the nation, defined as a narrative that integrates basic identities to ideological projects in real social and group settings. A nation thusly conceived can only exist in a modern context, due mainly to the material preconditions and needs for its massification. Ressentiment arises when groups involved in the nation building process view themselves through the eyes and perspectives of a universal model, perceiving that they cannot, in fact will not, be able to achieve it. The self ascribed inferiority that follows, leads to a positive reassesment of the nations’ indigenous identities, all the while renouncing the qualities of the original model. Ressentiment of this kind has been a manifest feature in the formative process of a national identity since Brazil’s independence. The expectations of building a modern national state – perceived as a sum of centralised and rational political and administrative institutions, animated by a liberal ethos – have usually led to pronounced tensions with the indigenous and traditional identity markers – a slavery based patriarchalism and miscigenation. Interpreted and mobilized by various groups to different purposes throughout the 19th century – for example, by the romantic movement, the IHGB or by racialist and racist theorists – this tensions proves to be definitely ressentiment prone with the consolidation of the modernist movement in the 1920’s. This potential is best expressed in Raízes do Brasil, by Sérgio Buarque de Holanda. By and large, it is fulfilled in Casa Grande & Senzala, by Gilberto Freyre, not only through the positive reevaluation of the indigenous, traditional, miscigenated, identities, but also by their accolade as being superior to the modern, rational and western ones.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/15739
Date28 March 2014
CreatorsAdamec, Martin
ContributorsNascimento, Paulo César
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
RightsA concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data., info:eu-repo/semantics/openAccess

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