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Reconstituição paleoambiental de uma área no baixo curso do Rio Ribeira de Iguape com base em bio e geo indicadores / Paleo environmental reconstitution of a low course area of the Ribeira de Iguape River based on bio and geo indicators

O presente estudo foi desenvolvido em uma turfeira localizada no baixo curso do rio Ribeira de Iguape, Litoral Sul de São Paulo com o objetivo de reconstituir os paleoambientes e as possíveis variações ambientais ocorridas na área por meio da análise de palinomorfos e das características dos sedimentos do testemunho de sondagem de 520 cm de profundidade. A análise de bio e geoindicadores permitiu reconstituir parte da história de evolução sedimentar holocênica da área. Para isso a análise foi fundamentada sob o ponto de vista da biogeografia, envolvendo a interpretação e correlação entre as variáveis: sedimentológicas, espongológica, foraminíferos, palinológicas e isótopos de 13C. Antes de 7.300 anos cal AP as características sedimentológicas evidenciam o início da sedimentação da planície de inundação onde foi depositado espículas de esponjas continentais de O. navicella, é provável que o aporte de água doce na área de estudo tenha causado o desaparecimento de espécies de foraminíferos, tecamebas e ostracodes pela dissolução das carapaças em águas com pH ácidos, o mesmo aporte que pode ter lixiviado o material polínico, pois os sedimentos são arenosos. Os elementos isotópicos com valores de -27,6 evidenciam que a matéria orgânica é de origem fluvial. Por volta de 7.300 anos AP (fácies 430 cm) o NRM cruzou o zero pela primeira vez no Holoceno. Essa interpretação é corroborada pela chegada de espículas de origem marinha nos sedimentos. Além disso, no nível de 430 cm observa-se redução da concentração de esponjas de água doce. Os valores de 13C - 25,9 indicam que a origem da matéria orgânica é mista. Entre 7.200 e 6.430 anos cal AP ocorreu novamente uma rápida regressão do NRM verificado pela presença frequente de esponjas continentais e raríssima presença de espículas marinhas. A área era colonizada por plantas típicas de ambientes sob influência marinha e fluvial como Asteraceae, Poaceae, Araceae, Begoniaceae, Ulmaceae, Arecaceae Bactris sp. (encontrada em áreas alagadas e/ou FPa). Antes de 6.430 anos cal AP ocorre o início da segunda e mais duradoura fase de transgressão marinha caracterizada pela espongofácies marinha e pela queda nas porcentagens de todos os táxons polínicos. O pico da transgressão ocorre antes de 5.124 anos cal AP nesse momento foi depositado material espicular marinho e continental evidenciando o ambiente estuarino, onde plantas herbáceas adaptadas a esse ambiente ainda colonizavam essa área com concentrações como Amaranthaceae. Posteriormente, o NRM decai lentamente chegando ao nível zero atual, aqui as porcentagens de espículas marinhas decaem paulatinamente até a profundidade de 225 cm. Por volta de 3.200 anos cal AP (médias das idades de 145 cm) o ambiente já se comportava como um pântano, há aumento na concentração de Bignoneaceae (Tabebuia), Cluseaceae (Clusia) e novamente Amaranthaceae sugerem a colonização de FPa. Plantas do gênero Tabebuia sp. destacam-se por se agruparem em áreas alagadas. Posteriormente, o aumento significativo nas concentrações polínicas de todos os táxons, principalmente dos indicadores de FPaT, indicam o desenvolvimento dessa formação vegetal. Devido à complexidade desse ambiente por causa de sua morfodinâmica há necessidade de cuidados na interpretação dos resultados, pois os registros de mega-eventos podem ser confundidos, mascarar ou levar as interpretações paleoambientais inadequadas. Por isso, o uso de multiindicadores e o conhecimento dos processos mostraram-se fundamentais e foi possível obter uma excelente resposta. / This study was developed in a peat bog located on the lower course of Ribeira river, South Coast of Sao Paulo, in order to reconstruct the paleoenvironments and possible environmental changes occurred in the area through analysis of palynomorphs and the characteristics of the sediments drill core depth of 520 cm. The analysis of bio and geoindicators allowed to reconstruct a part of the history of the Holocene sedimentary evolution of the area. The analysis was based on the point of view of Biogeography, involving the interpretation and correlation between variables: sedimentological, belong sponge, foraminifera, pollen and 13C isotopes. Before 7300 cal years BP the sediment characteristics show the beginning of sedimentation of the floodplain where it was deposited spicules of sponges continental O. navicella, it is likely that the freshwater inflow in the study area has caused the disappearance of species of foraminifera, ostracods and thecamoebian by dissolving the shells in waters with acidic pH, the same approach that may have leached the pollen material, because the sediments are sandy. The isotopic elements with values of -27.6 show that the organic matter is of fluvial origin. Around 7300 years BP (430 cm depth) NRM crossed zero for the first time in the Holocene. This interpretation is corroborated by the presence of spicules in the sediments of marine origin. Furthermore, at the level of 430 cm was observed a reduction of the concentration of freshwater sponges. 13C values of -25.9 indicate that the source of the organic matter is mixed. From 7200 until 6430 years cal AP occurred a rapid regression of NRM verified by the frequent presence of continental sponges and extremely rare presence of marine spicules. The area was colonized by plants typical of marine and fluvial environments under influence like Asteraceae, Poaceae, Araceae, Begoniaceae, Ulmaceae, Arecaceae Bactris sp. (found in flooded and / or FPa areas). Before 6430 years cal AP occurred the beginning of the second and more lasting phase of marine transgression characterized by marine espongofácies and for the decreased in percentages of all pollen taxa. The peak transgression occurs before 5124 years cal AP, when was deposited marine and continental espicular materials evidencing the estuarine environment, where herbaceous plants adapted to this environment yet colonized this area with concentrations as Amaranthaceae. Subsequently, the NRM decays slowly coming to the current zero level. Here the percentages of marine spicules decay gradually to a depth of 225 cm. Around 3200 cal years BP (mean ages of 145 cm) the environment has behaved like a swamp, there is an increase in the concentration of Bignoneaceae (Tabebuia), Cluseaceae (Clusia) and again Amaranthaceae suggest colonization of FPa. The genus Tabebuia sp. stands out for getting together in wetlands. Later, the significant increase in the pollen concentrations of all taxa, especially indicators of WPF, indicates the development of this plant formation. Due to the complexity of this environment because of their morphodynamics, caution is necessary in interpreting of the results because the records of megaevents can be confused, to mask or take inadequate paleoenvironmental interpretations. Therefore, the use of multi-indicators and the knowledge of the process were essentials and it was possible to obtain excellent response.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-08052015-101742
Date14 October 2014
CreatorsKaren Cristina Silva
ContributorsCelia Regina de Gouveia Souza, Cynthia Fernandes Pinto da Luz, Paulo Eduardo de Oliveira
PublisherUniversidade de São Paulo, Geografia (Geografia Física), USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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