As abelhas sem ferrão eram criadas pelos Maias e indígenas da América do Sul. Desde então as técnicas evoluíram, surgindo vários modelos de caixas. No entanto alguns, na colheita, contaminam o mel e submergem os ovos no alimento larval. Na Amazônia surgiu um modelo mais vantajoso, utilizado por meliponicultores e pesquisadores. Das mais de 220 espécies de abelhas sem ferrão nativas do Brasil, criar um só modelo de caixa para todas não tem lógica. Tetragona clavipes, conhecida como borá, derivado de \'\'hebora\'\', que significa \'\'o que há de ter (mel)\'\', reserva grande quantidade de alimento, interessante para produção de mel. Portanto, pretendeu-se conhecer a arquitetura do ninho, o potencial de produção de mel, a preferência polínica e as propriedades antimicrobianas do mel e da própolis. O estudo foi realizado em Ribeirão Perto/SP, em vegetação urbana. Foram transferidas 18 colônias, a maioria de dentro de troncos. Nove sucumbiram, devido principalmente aos forídeos (Diptera, Phoridae). O volume médio dos ninhos de 10 colônias foi de 3994,8 cm³ e os favos de cria, de formato espiral, um diâmetro médio de 13,9 cm. De uma colônia foram calculadas as médias do peso da rainha (101,4 mg), largura dos favos de cria (11,1 cm), largura (5,98 mm) e altura (3,11 mm) das células de cria e células reais (8,5 mm; 6,1 mm, respectivamente), o número de células de cria por área de favo (10,9/cm²), altura dos pilares entre os favos (3,7 mm), altura e largura dos potes de mel (3,5 cm; 2,38 cm, respectivamente) e de pólen (3,71 cm; 2,33 cm, respectivamente), e volume de mel (6,55 ml) e peso do pólen (6,09 g) dentro de potes fechados. Um equipamento de ultrassom auxiliou a identificação de estruturas de ninhos dentro de troncos, porém nem todas. De oito enxames foram monitoradas as área de ocupação em caixa e o peso. Cinco morreram e o restante não cresceu, provavelmente devido ao frio. Não foi quantificada a produção de mel. De outra colônia foram coletadas abelhas regressantes com pólen, entre agosto de 2010 e julho de 2011. Foram identificados 45 tipos polínicos pertencentes a 17 famílias, além de sete não identificáveis. A família com mais tipos foi a Fabaceae e o coletado por maior período o tipo Amaranthus, gênero de uma planta comercial. Foram poucas plantas de relevância econômica, incluindo o tipo Citrus, entretanto, considerou-se possibilidades na polinização. Foram avaliadas as atividades antimicrobianas do mel e própolis frente à Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Pseudomonas aeruginosa, Paenibacillus larvae, Escherichia coli e Candida albicans. O mel não foi ativo contra E. coli. A própolis teve leve atividade contra S. aureus e S. epidermidis. Manejar e criar esta espécie de abelha requer cuidados. É necessário um modelo de caixa, que atenda às suas exigências. A diversidade polínica serviu para conhecer parte do recurso alimentar, e não, necessariamente, o potencial polinizador. O mel apresentou relevância na medicina e apicultura, mas a própolis teve atividade singela. Destacando o mel como alternativa contra micro-organismos resistentes. / The Mayas and the Indians of South America reared the stingless bees. Since then techniques have evolved, arising several hive models. However, in these, when harvesting, the honey is contaminated, and the eggs are submerged in larval food. In the Amazon, beekeepers and researchers use a more advantageous hive. With more than 220 species of stingless bees native in Brazil, creating a single hive model for all is not logical. Tetragona clavipes, known as borá, which comes from hebora, that means the one that has honey\', stores lots of food, interesting aspect for honey production. Therefore, we sought the knowledge about the nest architecture, the potential for honey production, pollen preference and the antimicrobial properties of honey and propolis. The study was conducted in Ribeirão Preto/SP in urban vegetation. Eighteen colonies were transferred, mostly from tree trunks. Nine died mainly due to phorid flies (Diptera, Phoridae). The average volume of the nest of 10 colonies was 3994.8 cm³ and combs, all with spiral format, had an average diameter of 13.9 cm. From one colony means were calculated such as, the weight of the queen (101.4 mg), width of the combs (11.1 cm), width (5.98 mm) and height (3.11 mm) of brood cells and royal cells (8.5 mm, 6.1 mm, respectively), the number of cells per area of comb (10.9/cm²), height of the pillars between the combs (3.7 mm), height and width of honey pots (3.5 cm and 2.38 cm, respectively) and pollen (3.71 cm and 2.33 cm, respectively) and the volume of honey (6.55 ml) and weight pollen (6.09 g) in closed pots. An ultrasonic apparatus assisted identification of structures of nests within trunks, but not all. Eight colonies were monitored the occupation inside the hives and the weight. Five died and the rest did not grow, probably due to the cold. The honey production was not quantified. From another colony were collected returning bees with pollen, between August 2010 and July 2011. Forty-five pollen types belonging to 17 families were identified, and seven were not possible to identify. The family Fabaceae had more types and the one collected for a longer period was type Amaranthus, genus of a commercial plant. Few plants of economic importance appered, including the type Citrus, however it was considered a few possibilities for pollination. The antimicrobial activity of honey, and propolis against Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Pseudomonas aeruginosa, Paenibacillus larvae, Escherichia coli, and Candida albicans was evaluated. Honey was not active against E. coli. Propolis has mild antibacterial activity against S. aureus and S. epidermidis. Rearing this bee specie requires care. A hive model that meets its requirements is necessary. The pollen diversity served to know part of the food resource, and not necessarily the potential as a pollinator. Honey demonstrated its relevance in medicine and beekeeping, but propolis not as well. Highlighting, the honey seems to be an alternative against resistant micro-organisms.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-13092013-113644 |
Date | 01 November 2012 |
Creators | Duarte, Raoni da Silva |
Contributors | Soares, Ademilson Espencer Egea |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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