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DISS ACADEM. Monique França. 2012.pdf: 1239594 bytes, checksum: 57756f108456b3592bb7c9162cdee0b9 (MD5) / O trabalho teve por objetivo compreender os significados da experiência de mulheres na internação por aborto, a partir das suas trajetórias nas diferentes etapas da atenção nas maternidades, da interação com profissionais de saúde e outras mulheres internadas e da percepção sobre a
assistência recebida. Este artigo teve origem de uma pesquisa etnográfica que combinou entrevistas semiestruturadas e observação participante, durante nove meses entre 2008 e 2009. Foram analisadas 19 entrevistas com mulheres que declararam ter abortado em três maternidades públicas
de Salvador, Bahia, Brasil. Para a interpretação qualitativa dos dados, utilizou-se a técnica da análise de conteúdo. Os relatos indicaram a preponderância das experiências anteriores de aborto e também partos, sejam delas próprias ou de mulheres conhecidas, na significação da experiência corporal e emocional em cada etapa da internação. A hospitalização foi marcada, sobretudo, por
sentimentos negativos (medo, solidão, culpa e arrependimento) além de dor física e emocional, mas também pelo alívio com o fim da gravidez e dos sintomas físicos. Sofrimento adicional foi condicionado pela organização (inadequada) da assistência. A falta de apoio emocional e de informação, a convivência com a dor, a sensação de abandono pela equipe e um cuidado
visivelmente tecnicista – com pouco acolhimento às demandas das mulheres – evidenciaram o não cuidado às mulheres, com o descumprimento das normas de atenção humanizada. Algumas delas consideraram estes aspectos a forma pela qual se manifestava a discriminação por terem abortado. Paradoxalmente, as mulheres tenderam a avaliar positivamente a assistência, sendo discutidos sete elementos que contribuíram para esta percepção. A relação com as outras mulheres cumpriu papel positivo, na qual a troca de experiências e o apoio mútuo tornaram a hospitalização mais suportável.
Por fim, o trabalho demonstra que profissionais, gestores e governos devem garantir esforços para promover o atendimento humanizado e de qualidade às mulheres com abortamento, buscando
alternativas que levem em consideração as experiências das mulheres no ajustamento das atuais condutas, além da revisão das leis que criminalizam o aborto.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:192.168.11:11:ri/18336 |
Date | 29 March 2012 |
Creators | Carneiro, Monique França |
Contributors | Iriart, Jorge Alberto Bernstein, Menezes, Greice Maria de Souza, Menezes, Greice Maria de Souza, McCallum, Cecilia Anne, Alves, Maria Teresa Seabra Soares de Britto e |
Publisher | Instituto de Saúde Coletiva-ISC, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, ISC-UFBA, brasil |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFBA, instname:Universidade Federal da Bahia, instacron:UFBA |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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