Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro / Esta tese é composta por quatro artigos que permitiram avaliar o impacto do consumo de alimentos fora do domicílio na dieta e no peso corporal da população brasileira. O primeiro artigo revisou de forma sistemática as evidências científicas da associação entre alimentação fora do domicílio e peso corporal com abordagem crítica dos artigos publicados na literatura.
Foram avaliados 28 artigos e os resultados sugeriram uma associação positiva entre o consumo de alimentos fora do domicílio e o ganho de peso. A revisão mostrou que uma das
limitações nessa área é a ausência de padronização nas definições e métodos de avaliação do consumo de alimentos fora do domicílio. Para o desenvolvimento dos demais artigos,
utilizou-se dados do Inquérito Nacional de Alimentação (INA) do Brasil, uma subamostra da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, com o objetivo de caracterizar o
consumo de alimentos fora do domicílio da população brasileira (artigo 2) e investigar a associação entre alimentação fora do domicílio e ingestão total de energia (artigo 3) e peso corporal (artigo 4). As análises foram realizadas com os dados de consumo de alimentos coletados por meio de registro alimentar de 34.003 indivíduos acima de 10 anos em dois dias não-consecutivos. Os registros incluíram descrição detalhada dos alimentos e quantidade consumida, tipo de preparação, horário e local de consumo (dentro ou fora do domicílio).
Alimentação fora do domicílio foi definida como todo alimento adquirido e consumido fora de casa. O primeiro dia de registro foi utilizado nas análises, considerando o peso amostral específico do INA e o efeito do desenho amostral. O consumo de alimentos fora do domicílio no Brasil foi reportado por 40% dos entrevistados; diminuiu com a idade e aumentou com a
renda em todas as regiões brasileiras; foi maior entre os homens e na área urbana. Os grupos de alimentos com maior percentual de consumo fora de casa foram bebidas alcoólicas,
salgadinhos fritos e assados, pizza, refrigerantes e sanduíches. Entre indivíduos residentes nas áreas urbanas do Brasil (n=25.753), a média de energia proveniente dessa alimentação foi 337 kcal, representando 18% do consumo total de energia. Alimentação fora do domicílio foi positivamente associada ao consumo total de energia. Avaliando somente adultos entre 25 e 65 anos de idade das áreas urbanas (n=13.736) não foi encontrada associação entre o consumo de alimentos fora do domicílio e Índice de Massa Corporal (IMC). Indivíduos que
consumiram alimentos fora do domicílio apresentaram menor ingestão de proteína; maior ingestão de gordura total, gordura saturada e açúcar livre; menor consumo de arroz, feijão e leite e maior consumo de salgadinhos fritos e assados, doces e açúcar, refrigerantes e bebidas alcoólicas do que não consumidores. Apesar da ausência de associação entre alimentação fora de casa e excesso de peso, o consumo de alimentos fora do domicílio influencia a qualidade da dieta dos indivíduos e em longo prazo pode ter um impacto no ganho de peso da população, portanto, deve ser considerado nas ações de saúde pública voltadas para a melhoria da alimentação dos brasileiros. / This thesis is composed by four articles that focused on the impact of food consumed away from home on the diet and body weight of the Brazilian population. The first article is a
systematic review of the scientific evidence of the association between food away from home and body weight with a quality assessment of published articles in scientific literature. We
evaluated 28 articles and results suggested a positive association between the consumption of food away from home and weight gain. The review showed that one of the limitations in this area is the lack of standard definition and methods to assess away-from-home eating. For the other articles, data from the Brazilian National Dietary Survey (NDS) conducted along with the Household Budget Survey (HBS) 2008-2009 were used to characterize the consumption of food away from home (article 2); to investigate the association between away-from-home food consumption and total energy intake (article 3), and body weight (article 4). Analyses were conducted with 34,003 individuals over 10 years old with data on food intake collected through food records in two non-consecutive days. The records included detailed description of the food and the amount consumed, type of preparation, and time and place of consumption (at home or away from home). Away-from-home food was defined as all foods purchased and consumed outside the home. The first day of record was used in the analyses, taking into account the sample weight of NDS and the sample design. The consumption of food away from home in Brazil was reported by 40% of the respondents; decreased with age and increased with income in all Brazilian regions; it was higher among men and in urban areas. The groups with the highest percentage of food consumption outside the home were alcoholic beverages, baked and deep-fried snacks, pizza, soft drinks and sandwiches. Among those living in urban areas (n=25,753), the mean energy intake from away-from-home food was 337 kcal, accounting for 18% of total energy intake. Food away from home was positively associated with total energy intake. Evaluating only adults between 25 and 65 years old in urban areas (n=13,736), we found no association between the consumption of food away from home and Body Mass Index (BMI). Individuals who consumed food away from home had a lower intake of protein, higher intake of total fat, saturated fat, and free sugar, low consumption of rice, beans and milk and higher consumption of baked and deep-fried snacks, sweets and sugar, soft drinks, and alcoholic beverages than non-consumers. Despite the lack of association between eating out and being overweight, the consumption of food away from home influences diet quality and in long-term it can have an impact on weight gain of the population. Therefore, it should be considered in public health strategies aiming at improving the diet of Brazilian population.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:BDTD_UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:2445 |
Date | 15 March 2012 |
Creators | Ilana Nogueira Bezerra |
Contributors | Rosely Sichieri, Claudia Leite Moraes, Márcia Barbosa Águila Mandarim de Lacerda, Regina Mara Fisberg, Renata Bertazzi Levy |
Publisher | Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental, UERJ, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.1384 seconds