[pt] A presente dissertação tem como objetivo central analisar as relações dos
missionários brasileiros batistas com a diversidade de saberes moçambicanos
durante as missões realizadas pela Junta de Missões Mundiais da Convenção
Batista Brasileira, em Moçambique entre 1970 e 2010, contexto marcado,
principalmente, pelo nacionalismo, a guerra civil/socialismo e a
democracia/neoliberalismo. O intuito desse trabalho é mostrar diferentes
narrativas e discursos resultados dessas experiências históricas. Desde a instalação
da primeira missão na década 1970 até 2010, as interações entre os missionários
batistas e os moçambicanos foram intercaladas por discursos da colonialidade e
contornos de interculturalidade. Nos primeiros anos, os saberes moçambicanos
foram vistos como uma ameaça para a construção do projeto político do pósindependência,
marcado pelo ideal de Homem Novo, ou seja, pela construção
de uma identidade fundada na homogeneidade cultural. Os saberes das sociedades
africanas foram atrelados, então, às concepções essencialistas e estereotipadas,
quase sempre, postuladas pelo racismo epistêmico. A partir de 1994 há a
emergência da democracia e uma nova narrativa, que alia valorização da diferença
e tolerância, é elaborada, ampliando os paradoxos e antagonismos entre saberes
cristãos e não-cristãos. / [en] The present dissertation has as main objective is to analyze the relationship
between Brazilian Baptist missionaries and the diversity of Mozambican
knowledge during missions carried out by the World Mission Board of the
Brazilian Baptist Convention. In Mozambique between 1970 and 2010, a context
marked mainly bynationalism, civil war / socialism and democracy / eoliberalism.
The purpose of thiswork it was showed different narratives and discourses results
of these historicalexperiences. From the installation of the first mission in the
decade 1970 to 2010, theinteractions between the Baptist missionaries and the
Mozambicans were interspersedby discourses of coloniality and intercultural
outlines. In the early years, Mozambicanknowledge was seen as a threat to the
construction of the post-independence politicalproject, marked by the ideal of
New Man, that is, by building an identity based oncultural homogeneity. The
knowledge of African societies was then linked to theessentialist and stereotyped
conceptions, almost always, postulated by epistemic racism. Starting in 1994,
there is the emergence of democracy and a new narrative, which combines
appreciation of difference and tolerance, is elaborated, expanding the paradoxes
and antagonisms between Christian and non-Christian knowledge.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:34049 |
Date | 29 May 2018 |
Creators | PRISCILA RODRIGUES DOS SANTOS |
Contributors | REGIANE AUGUSTO DE MATTOS |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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