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Letramento de alunos surdos em classe bilingue: possibilidades e desafios

A presente pesquisa se propôs a investigar condições oferecidas na Classe Bilíngüe que possam favorecer estudantes surdos em seu processo de aprendizagem e desenvolvimento da língua portuguesa escrita. Para isto fez-se necessário analisar o contexto educacional da Classe Bilíngüe, as estratégias pedagógicas, as interações comunicativas e a fase de interlíngua em que se encontram os textos produzidos pelos alunos. A pesquisa foi realizada em uma escola inclusiva da rede pública de ensino do Distrito Federal. Adotou como metodologia de pesquisa princípios da abordagem qualitativa de cunho etnográfico utilizando-se dos seguintes instrumentos: observação participante, entrevistas semi-estruturadas e análise documental. A questão do letramento de alunos surdos não é preocupação recente, a maioria dos surdos embora consiga decodificar os sinais gráficos, apresenta dificuldades para entender o quê lê. Fato atribuído as concepções de leitura e escrita presentes nas práticas escolares e também ao pouco conhecimento do português que a maioria dos surdos tem ao chegar à escola. As crianças surdas, embora cheguem à escola com uma comunicação constituída na interação familiar, não apresentam uma língua na qual possam se basear na tarefa de aprender a ler e escrever. O distanciamento das práticas de leitura e escrita, a pouca familiaridade com o português, contribuem para que os alunos surdos saibam decodificar os símbolos gráficos, mas que não atribuam sentido ao que lêem. O trabalho em campo possibilitou a percepção de diversas questões: a importância da língua de sinais para a comunicação com os alunos surdos, a necessidade de o professor saber Libras, a importância do uso de estratégias pedagógicas que levem em conta a memória visual do surdo, o estímulo à leitura e produção escrita, entre outras. As professoras pesquisadas destacam-se nas relações de afetividade com os alunos, a sala de aula é um ambiente de harmonia e respeito mútuo propiciador adequado à aprendizagem e participação dos alunos. A concepção das professoras em relação à surdez percebida como diferença e não como deficiência demonstra que elas acreditam, investem e promovem o aluno. Sobretudo usam estratégias pedagógicas que favorecem a aprendizagem e o desenvolvimento da leitura e escrita destes a partir das interações em língua de sinais, considerando as fases de interlíngua como parte do processo de aquisição de segunda língua.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/190623
Date January 2008
CreatorsOLIVEIRA, Sônia Ferreira de
PublisherUnB
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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