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Quimioestratigrafia de Delta13 C Delta18 O e 87Sr/86Sr aplicada a marmores da Faixa Serido, provincia Borborema, NE do Brasil : implicacoesgeotectonicas e paleoambientais

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Previous issue date: 2002 / Estudos quimioestratigráficos de δ13C, δ18O e 87Sr/86Sr têm fornecido excelentes resultados em
terrenos Precambrianos, onde a deformação e ausência de marcadores bioestratigráficos dificultam o
empilhamento e correlação entre os estratos. Através da correlação com trends de variação secular dos
oceanos, as idades de deposição de carbonatos marinhos, submetidos a variados fácies metamórficos,
vêm sendo determinada.
A idade dos metassedimentos da Faixa Seridó (Província Borborema, NE do Brasil) tem sido
discutida por mais de três décadas. Enquanto algumas pesquisas, fundamentadas principalmente em
estudos estruturais, assumem idade Paleoproterozóica, estudos radiométricos levantam a possibilidade
de uma idade Neoproteozóica. Com o objetivo de contribuir para a elucidação deste problema foi feito
um estudo detalhado das flutuações de δ13C e 87Sr/86Sr em mármores intercalados no Grupo Seridó, em
diversas porções da Faixa Seridó.
Na Formação Jucurutu, base do Grupo Seridó, os intervalos de δ13C demonstram a existência
de três níveis estratigráfcios distintos: (i) mármores basais com δ13C entre +8,3 a +11,8 PDB (cidades de
Jucurutu - JUC, Ipueira - IP, e entre as cidade de Caicó-Jardim do Seridó - CAIJAR e Várzea-São Joâo
do Sabugi - VSJS); (ii) mármores intermediários com δ13C de +6,7 a +8,7 PDB (localidade de Almino
Afonso - AF) e (iii) mármores superiores com +0,7 a +3,8 PDB (cidade Messias Targino e São Rafael -
MT e SRF respectivamente).
Os mármores basais são constituídos por calcita (CaCO3 > 96%, MgCO3 < 3%) com anfibólio
(tremolita, edenita e Mg-horblenda), flogopita, quartzo e opacos como acessórios. Próximo ao contato
com o paragnaisses os mármores exibem valores de &#948;13C < 8,3 PDB, maior abundância de silicatos, e
modificações na composição da rocha total (aumento da razão Mg/Ca, SiO2 e diminuição de Sr) e
diminuição dos valores de &#948;18O. A correlação entre os isótopos de C e O, e razões Mn/Sr e Mg/Ca,
indicam trends de alteração isotópica por reações de descarbonatação.
O perfil Almino Afonso representa as intercalações estratigraficamente intermediárias da
Formação Jucurutu. Mineralogicamente é bastante similar aos mármores imediatamente inferiores, com
calcita (CaCO3 > 97%, MgCO3 < 0,6%), tremolita, flogopita, quartzo, opacos e wollastonita (Wo > 99% -
amostras sem anfibólio e mica). O desenvolvimento da wollastonita é associada à percolação de fluído
residuais magmáticos provenientes do granito Umarizal. Nos mármores com wollastonita a composição
de &#948;13C é negativo ou inferior a +6,7 PDB, é registrado um aumento da razão Mg/Ca e de SiO2, e
diminuição do teor de Sr. O caráter alterado das amostras é demonstrado nas correlações entre os
isótopos de C e O, Mn/Sr, Mg/Ca, CaO através da definição de trends de alteração.
Os mármores estratigraficamente superiores da Formação Jucurutu, apresentam diferenças
texturais e mineralógicas marcante. O perfil MT é constituído essencialmente por calcita (CaCO3 < 97% e
MgCO3 < 0,3%) e subordinadamente wollastonita (Wo < 50%; En < 49,%; Fs < 1,3) e dolomita. O perfil
SRF apresenta em proporções variáveis calcita (CaCO3 > 93%, MgCO3 < 4%), dolomita (CaCO3 &#8773; 55%,
MgCO3 &#8773; 44%), anfibólio (tremolita, Mg-horbnlenda, edenita), mica, quartzo e opacos. Os valores de &#948;13C
são extremamente homogêneos no perfil MT (+2,3 a +3,7 PDB) e variáveis no perfil SRF ( 8,9 a
+3,8 PDB) em conseqüência da percentagem de silicatos e da razão calcita/dolomita nas amostras. A
avaliação do grau de alteração por parâmetros geoquímicos, permitiram identificar como potencialmente
alteradas amostras com &#948;13C < 0,7 PDB.
As intercalações de mármores basais da Formação Seridó, apresentam valores de &#948;13C entre
+8,9 a +10,7 PDB. São mármores constituídos por calcita (CaCO3 > 92%, MgCO3 < 5%), com anfibólio
(tremolita), flogopita, quartzo, opacos e sillimanita como acessórios. Um descrécimo progressivo de &#948;13C
(+7,5 a +4,4 PDB) e aumento da percentagem de silicatos, marca o contato basal com o micaxisto.
Essas feições em conjunto com a diminuição da razão Mg/Ca, aumento de SiO2 e diminução do Sr,
caracterizam a presença de reações de descarbonatação e alteração isotópica das amostras. As
correlação entre os isótopos de C, O e Mn/Sr, Mg/Ca e CaO confirmam as modificações isotópicas de C,
via reação de descarbonatação.
Valores negativos de &#948;13C marcam as intercalações estratigraficamente superiores da Faixa
Seridó. São mármores extremamente homogênesos, constituídos apenas por calcita (CaCO3 > 97%,
MgCO3 < 2%) e flogopita (+ dolomita no perfil CM). Os mármores do perfil SCM, por suas características
essencialmente monominerálicas, não mostram oscilações na composição da rocha total rochas, em
contrapartida, fortes oscilações na razão Mg/Ca são observados no perfil CM em conseqüência de
variações na proporção calcita-dolomita. A dispersão nos valores de &#948;13C no perfil CM, quando
observados alguns parâmetros geoquímicos, aponta para uma alteração gradativa dos valores de &#948;13C
nas amostras desse perfil.
A similaridade entre valores de &#948;13C na Formação Jucurutu e Seridó, indicam um período de
contemporaneidade entre a sedimentação destas formações, o que inviabiliza a proposta de um hiato de
tempo entre as mesmas. Comparado-se a composição isotópica de &#948;13C dos mármores da Faixa Seridó
com curvas disponíveis na literatura, a idade de sedimentação do Grupo Seridó estaria no intervalo
máximo de 640 a 573 Ma ou no intervalo mínimo de 590 a 573 Ma. Esta idade é corroborada pela
quimioestratigrafica de 87Sr/86Sr, realizada em uma lente de cada nível estratigráfico das Formações
Jucurutu e Seridó, apresentam valores de 87Sr/86Sr variando de 0,7074 e 0,7077, típico do
Neoproterozóico. Estes valores são concordantes com idades de zircões detríticos da Formação Seridó
(< 650 Ma) e com o plutonismo granítico brasiliano (555 a 517 Ma).
Uma idade Neoproterozóica para as supracrustais da Faixa Seridó, contraria a proposta de uma
evolução policíclica. Associações petrotectônicas, indicam que as formações Jucurutu e Equador
depositaram-se num ambiente do tipo rift continental, enquanto que os metartubiditos da Formação
Seridó, estariam relacionados a um ambiente tectonicamente ativo, marcando pela inversão da bacia. A
reativação dos empurrões por transcorrências marcaria final do ciclo brasiliano na Faia Seridó. O
plutonismo granítico teria se iniciado na fase contracional e continuado até a fase transcorrente

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/6595
Date January 2002
CreatorsSolimairy Campelo do Nascimento, Rielva
ContributorsNóbrega Sial, Alcides
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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