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Expressão gênica diferencial em tecido endometrial tópico e lesões endometrióticas / Genes differentially expressed in topic endometrium and endometriotic lesions.

Perdas gestacionais podem ser determinadas por vários fatores, dentre eles a endometriose, doença ginecológica comum caracterizada pela presença e crescimento de glândulas e estroma endometrial fora da cavidade uterina. Os principais sintomas da doença envolvem, além de problemas de fertilidade, dismenorréia, dispaneuria, dor pélvica crônica e irregularidades menstruais. Os locais mais freqüentes das lesões endometrióticas são o peritônio e os órgãos pélvicos, principalmente ovários. A incidência da endometriose é difícil de ser determinada devido à grande variabilidade de sintomas e à dificuldade para confirmação diagnóstica, que requer método cirúrgico. Estima-se que 15% da população feminina em idade reprodutiva seja afetada pela doença, sendo sua patogênese pouco conhecida. A hipótese mais aceita é a da menstruação retrógrada, onde os fragmentos endometriais descamados durante a fase menstrual seriam transportados através das tubas uterinas até a cavidade peritonial com implantação, crescimento e invasão local e de órgãos adjacentes. No entanto, apenas o refluxo não é suficiente para o estabelecimento da doença, sendo necessário que as células endometriais possuam certas características moleculares que favoreçam o aparecimento e a progressão da implantação ectópica. Vários estudos na literatura evidenciam que as principais divergências moleculares entre portadoras e não portadoras de endometriose estão relacionadas a processos envolvidos na apoptose, adesão celular, angiogênese, biosíntese de estrógeno, sistema imune, além de fatores de crescimento e metaloproteinases. Sendo assim, as pesquisas buscam a investigação de genes que se expressem diferencialmente (maior ou menor expressão) nas células de lesões endometrióticas por meio de várias técnicas. A hibridação subtrativa é uma metodologia de screening gênico que compara dois grupos celulares distintos, permitindo isolar moléculas de cDNA representantes do genoma de somente um dos dois grupos, pois remove as seqüências comuns entre eles. A técnica de hibridação subtrativa rápida (RaSH) simplifica e torna mais eficiente esse processo de subtração, identificando grande quantidade de seqüências diferencialmente expressas. Com objetivo de determinar possíveis marcadores moleculares para diagnóstico e tratamento da doença, aplicamos a técnica de RaSH para identificação de genes com expressão diferencial em 11 amostras de lesões endometrióticas (cinco de origem ovariana e seis de origem peritonial) e em 11 amostras de tecido endometrial tópico de mulheres sem a doença. Após análise dos dados referentes a 166 sequências de referência, os genes HTRA1, LOXL1, SPARC e SSAT foram selecionados para validação por meio da técnica de RT-PCR quantitativa em tempo real, sendo que apenas os dois primeiros mostraram diferença significativa entre os dois grupos estudados. Os genes HTRA1 e LOXL1 apresentaram expressão aumentada em lesões endometrióticas de pacientes afetadas, quando comparada aos níveis de expressão no tecido endometrial de mulheres não afetadas. Os resultados obtidos sugerem que os genes HTRA1 e LOXL1 podem ser considerados candidatos a marcadores moleculares para o diagnóstico. / Gestational losses can be determined by a number of factors including endometriosis, a common gynecological disease characterized by endometrial tissue found outside the uterine cavity. The main symptoms of the disease involve dysmenorrhea, dyspaneuria, chronic pelvic pain and menstrual irregularities, besides fertility problems. Endometriotic lesions are more frequently found in the peritoneum and in pelvic organs, mainly ovaries. Endometriosis incidence is difficult to be determined due to the wide variability of the symptoms and the difficult diagnostic confirmation, which requires a surgical method. Nevertheless, it is believed that around 15% of the female population in reproductive age is affected by the disease, although its pathogenesis remains unclear. The most accepted hypothesis is the retrograde menstruation, where endometrial fragments from the menstrual phase are transported through the uterine tubes to the peritoneal cavity, where they undergo implantation, growth, and adjacent tissues invasion. However, only reflux is not enough for the disease establishment, and it is necessary that endometrial cells present molecular characteristics favoring rise and progression of ectopic implantation. In the literature, a number of studies highlight that the main molecular divergences between women with and without endometriosis are related to processes involved in apoptosis, cellular adhesion, angiogenesis, estrogen biosynthesis, immunological system, growth factors and metalloproteinases. In doing so, a number of researches seek for the investigation of genes differently expressed (up or down regulated) in endometriotic lesions cells using a variety of methodologies. The subtractive hybridization is a gene screening methodology that compares two distinct cellular groups, allowing the isolation of cDNA molecules representative from the genome of only one of the two groups, because it removes common sequences among them. The rapid subtractive hybridization methodology (RaSH) makes the process of subtraction easier and more efficient, identifying a large amount of differently expressed sequences. In this study, RaSH was used to identify differently expressed genes in 11 samples of endometriotic lesions (five from ovarian origin and six from peritoneum origin), and in 11 samples from topic endometrial tissue from women without the disease to determine possible molecular markers for diagnosis and treatment. After data analysis related to 166 reference sequences, genes HTRA1, LOXL1, SPARC and SSAT were selected for validation using real time quantitative RT-PCR. Only HTRA1 and LOXL1 presented significant difference between the two studied groups. Genes HTRA1 and LOXL1 were up regulated in endometriotic lesions from affected patients when compared with the expression levels in the endometrial tissue of non-affected women. Our results suggest that the genes HTRA1 and LOXL1 can be considered candidate molecular markers for the diagnosis of endometriosis.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-04042008-160300
Date27 September 2007
CreatorsDaniel Blassioli Dentillo
ContributorsLucia Regina Martelli, Leila Montenegro Silveira Farah, Silvana Giuliatti, Luiz Ricardo Goulart Filho, Rosana Maria dos Reis
PublisherUniversidade de São Paulo, Ciências Biológicas (Genética), USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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