Return to search

HISTÓRIA E MITO EM CADA HOMEM É UMA RAÇA, DE MIA COUTO / HISTORY AND MYTH IN CADA HOMEM É UMA RAÇA, DE MIA COUTO

The object of this work are the tales of Cada homem é uma raça,, of Mozambican writer Mia Couto, whose prose is marked for the confluence of dissimilar components. His narratives show a historical support figuring episodes about the independence and the Mozambican civil war; but there is also the strong presence of unusual elements concerning the myth and the imaginary. Moreover, there are two different worlds: the European colonizer s world and the African colonized s world. The objective of this research was to discover the place and the function of the dualities presents in the texts. We departed of a tales appreciation, considering their double aspect . Then, the narratives were analyzed, and a possibility of interpretation was indicated, with base in theories that discuss the behavior of communities in situations of
domination and oppression. It was possible to perceive that the double constructions are find at the three main levels (narration, characters, language), configuring
expedients - similar to the magic (or marvelous) realism - that work like tactics of cultural resistance. This can be observed in the character s astute way of thinking and
acting; in the mode like, in a form narrative occidental, elements of another order cultural are introduced; in the language, in the use of an instrument other (the
Portuguese Language) to express a self condition. Then, the fiction of Cada homem é uma raça should work like a way of resistance to a hegemonic and oppressor thought. / O objeto deste trabalho são os contos de Cada homem é uma raça, do escritor moçambicano Mia Couto, cuja obra é marcada pela confluência de elementos díspares. Suas narrativas apresentam, de uma parte, um fundo histórico, em que figuram episódios relacionados à independência e à guerra civil moçambicana; de outra parte, ocorre a presença acentuada de elementos insólitos, relativos ao mito e ao imaginário. Além disso, existem dois mundos diferentes: o do europeu colonizador e o do africano
colonizado. Procurou-se descobrir qual o lugar e a função das dualidades presentes de maneira muito marcada nos textos. Para isso, partiu-se de uma consideração dos contos a partir do estranhamento provocado pelo seu caráter ambivalente . Realizou-se uma análise detalhada das narrativas, e apontou-se uma possibilidade de interpretação, com base em teorias que tratam do comportamento das comunidades diante de situações de dominação e opressão. Foi possível perceber que as formulações ambivalentes se encontram nos três níveis principais (da narração, das personagens, da linguagem),
configurando recursos (semelhantes aos do realismo maravilhoso latino-americano) que funcionam como táticas de resistência cultural. Isso pode ser observado, com relação às
personagens, nos modos de pensar e agir astuciosos; quanto à narração, na maneira como, em uma estrutura narrativa consagrada no Ocidente, são introduzidos elementos de outra ordem cultural; no que se refere à linguagem, no uso de um instrumento outro (a Língua Portuguesa), ou antes, de um espaço alheio, para expressar uma condição própria. Desse modo, a ficção de Cada homem é uma raça funcionaria como um modo de resistência a um pensamento hegemônico e opressor.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsm.br:1/9762
Date03 September 2004
CreatorsBidinoto, Alcione Manzoni
ContributorsParaense, Silvia Carneiro Lobato, Walty, Ivete Lara Camargos, Macêdo, Tania Celestino de
PublisherUniversidade Federal de Santa Maria, Programa de Pós-Graduação em Letras, UFSM, BR, Letras
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSM, instname:Universidade Federal de Santa Maria, instacron:UFSM
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
Relation800200000001, 400, 500, 300, 300, 300, 83af9b2d-ecd2-46b5-b558-d7127196a55a, 7c932e20-269b-4df5-8d43-7d45379434b9, eb4c7f8c-9bf1-4029-9ea0-66a2043bd4b3, 16e091a9-7879-4b47-ad6e-36ada2849b78

Page generated in 0.005 seconds