Partindo da idéia de que não há oposição fundamental entre explicação e narração, pois ao contar uma história explicamos e, ao explicar, legitimamos o caráter memorável daquilo que contamos, elegemos como objeto de estudo a relação entre compreensão e produção de histórias orais em seis crianças, de cinco anos, de ambos os sexos, observando o papel da avaliação (Labov, 1972), bem como para identificar a articulação dos processos narrativo/explicativo presentes nas produções infantis. Para tanto, propomos uma análise de narrativa, a partir do modelo apresentado por Labov, mas procedendo de modo diferente do autor, uma vez que ele se ocupou das narrativas de experiências pessoais, onde os locutores se preocupam em reconstruir, até em reviver fatos de seu passado. Nesta perspectiva, adaptamos este modelo de narrativa com o olhar voltado para as histórias orais elaboradas pelas crianças. De acordo com o autor, a avaliação é um dos elementos estruturais da narrativa que tem por finalidade comunicar ao ouvinte o ponto de vista do narrador em relação à história por ele narrada, ou seja, a função avaliativa diz respeito à necessidade que tem o locutor de manter o interesse do interlocutor durante a narração. Considerando que é nosso objetivo estabelecer uma relação entre o narrar e o explicar com base no procedimento da avaliação (Labov), nos apoiamos em alguns autores (Hudelot et al. Veneziano, Halté entre outros) que tratam da explicação. Segundo Hudelot et al. (2003), o termo 'explicação' remete a um universo de sentidos, pois para explicar o significado de uma palavra ou de uma ação, é necessário analisar o contexto e o sentido da mesma, de modo que seja possível torná-la inteligível para o interlocutor. Leclaire-Halté (1990) afirma que a explicação, em textos de ficção, surge quando há um problema que deve ser resolvido. Assim, observamos e contrastamos duas situações: (a) produção de histórias orais a partir de desenhos feitos pelas crianças; e (b) a produção de narrativas a partir das histórias lidas pela pesquisadora, apoiando-nos para isso em autores que tratam tanto da comunicação verbal, como da comunicação não-verbal. As conclusões confirmam que, embora as histórias elaboradas nas duas situações apresentem características distintas da linguagem oral e escrita, ambas mantêm em comum a articulação do explicar e do narrar. / From the idea that there is no fundamental opposition between explanation and narration, because when one tells a story one explains it and explaining we legitimize the memorable character of what we tell, weve elected as the object of our study, the comprehension and production of oral stories in six children of five years old, of both genders, observing the role of the evaluation (Labov,1972) as well as to identify the articulation of narrative/explicative processes present in the childrens production. For that, we propose an analysis of the narrative starting from the model presented by Labov, but proceeding in a different way from that of author once hes been dealing with the narratives of personal experience in which the locutor are worried about reconstructing or even reliving facts of their past. In this perspective, weve adapted this model of narrative looking at the oral stories produced by the children. According to the author, the evaluation is one of the structural elements of the narrative which has as its aim communicate to the listener the point of view of the narrator in relation to the story narrated by him, in other words, the evaluative function is concerned about the necessity that the locutor has of keeping the interest of the interlocutor along the narration. Considering that its our objective to establish a relation between the narrating and explaining based on the procedure of evaluation (Labov), weve found support in some authors (Hudelot et al., Veneziano, Halté among others) that work with explanation. According to Hudelot et al. (2003), the term 'explanation' refer a universe of senses, that is to explain the meaning of a word or action its necessary to analyses its context and sense that its possible to make the word or action intelligible to the interlocutor. Leclaire-Halté (1990) states that the explanation in fiction texts, arises when there is a problem that must be solved. This way, weve observed and contrasted two situations: (a) production of oral stories through drawings done by the children; and (b) the production of narratives through the stories read by the researcher being supported by authors that deal with both the verbal communication and the non-verbal communication. The conclusions confirm that although the produced stories in both situations present distinct characteristics of oral and written language, both keep the articulation of explaining and narrating in common.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-15122005-141613 |
Date | 06 October 2005 |
Creators | Fiorindo, Priscila Peixinho |
Contributors | Melo, Lelia Erbolato |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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