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Samba, suor e cerveja: a poética do mascaramento no Carnaval modernista / Samba, sweat and beer: the poetic of masking in the modernist Carnaval

A pesquisa sobre as figurações do Carnaval fundamenta uma das estratégias textuais dos escritores no primeiro tempo modernista, motivados pelo desejo de minimizar o sentimento de inautenticidade oriundo da emulação sistemática de matrizes estéticas europeias. A adoção da festividade momesca, por parte dessa geração, ocorre após a leitura dos poemas coligidos por Manuel Bandeira no volume Carnaval, em 1919, o que motiva significativas enunciações em poemas e manifestos literários de Mário de Andrade, Oswald de Andrade e outros escritores e artistas iconográficos coetâneos. Essa visada nacionalista crítica assegura-se numa permeabilidade com as manifestações culturais desvinculadas das abordagens academicistas, entre as quais estão os registros do cancioneiro popular, poesiacantada em que as figurações carnavalescas são profusas. Na análise desse conjunto de poemas, constatamos a emergência de uma poética do mascaramento, em que três constantes o corpo, o tempo e os humores (a melancolia e a alegria) são submetidas a outramentos, o que suscita a hipótese de que esses poetas inventam uma tradição objetivando a positivação da originalidade nativa, tendo a festa de Carnaval e suas variantes míticas como motivação literária. No decênio de 1930, as figurações carnavalescas tornam-se rarefeitas na poesia escrita para livros, estabelecendo a palavra cantada como espaço de permanência. Com Orfeu da Conceição, em 1956, Vinicius de Moraes faz convergir ambas as vertentes, fragilizando a fronteira que as separava . Nesse percurso, constatamos que as figurações momescas obedecem a uma gramática do mascaramento, o que, por analogia, favoreceu o delineamento das singularidades da categoria brasilidade. / The research about the images of Carnaval founds one of the textual strategies of the early modernist writers, who were driven by the desire of minimizing the feeling of inauthenticity originated from the systematic emulation of the European aesthetical matrices. The adoption of the Carnaval-related festivity by this generation occurs after the reading of the poems assembled by Manuel Bandeira in the book Carnaval, in 1919, which motivates significant enunciations in poems and literary works of Mário de Andrade, Oswald de Andrade, amongst other poets and contemporary iconographic artists. This nationalist critique assures itself in permeability with the cultural manifestations that were unlinked from the academic approaches, among which are the registers of popular songbook, sung-poems in which Carnaval-related images become plentiful. In the analysis of this set of poems, we can notice the emerging of a poetry of masking, where three recurrences body, time and mood (melancholy and joy) are exposed to otherness, raising the hypothesis that these poets had invented a tradition, which aimed for a native originality, having the celebration of Carnaval and its mythical variants as its literary motivation. During the 1930s, the Carnaval-related images became rare in the poetry written for books, stablishing the sung poems as a permanent ground. With Orfeu da Conceição, in 1956, Vinicius de Moraes converges these two elements, making fragile the remaining of the boundaries that set them apart. In this way, we have noted that the images of Carnaval follow a grammar of masking in analogy to an attempt of outlining the singularities of Brazilianity.

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-03062019-115324
Date22 March 2019
CreatorsPalomo, Victor Roberto da Cruz
ContributorsInacio, Emerson da Cruz
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeTese de Doutorado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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