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Estudo fenologico de especies arboreas de uma floresta tropical em Linhares, ES

Orientador: Fernando Roberto Martins / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia / Made available in DSpace on 2018-07-28T02:51:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2001 / Resumo: Este trabalho teve o objetivo de descrever os eventos fenológicos reprodutivos (floração e frutificação) e vegetativos (mudança foliar) em árvores do dossel de uma floresta tropical estaciona! (mata de tabuleiros) no nordeste do estado do Espírito Santo e relacioná-los com o clima. Foram feitas observações quinzenais de presença de botões florais, flores, frutos, dispersão de frutos ou sementes, árvores desfolhadas, emissão de brotos com copa madura, árvores com folhagem nova e folhagem madura, em 5 indivíduos de 41 espécies arbóreas, distribuídos em uma área de cerca de 15.000 ha de floresta, no período de maio de 1982 a dezembro de 1992. No mesmo período, dados de clima foram tomados para a área de estudos. Apesar de no mínimo 5% e 10% das espécies produzirem respectivamente flores e frutos em qualquer época do ano, estes eventos predominaram em estações definidas do ano. As fenofases botões florais e floração mostraram curvas bi-modais; um grupo de plantas apresentou botões florais na estação chuvosa, com antese na transição para a seca (máximo em abril), e outro produziu botões na época seca, com floração no início das chuvas (máximo em outubro). A frutificação predominou na época seca (junho - julho), principalmente os frutos secos anemocóricos. A dispersão predominou na transição entre a estação seca e a chuvosa (setembro), mas de abril a maio apenas 1% das espécies dispersou sementes. Embora o clima na região seja estaciona!, com chuvas altamente concentradas de outubro a março, a maioria das espécies (49,7%) foi classificada como sempre-verde; 34% como brevidecíduas e apenas 18,3% como caducifólias. A queda de folhas predominou no fim da estação seca e início da chuvosa, em cerca de 30% das espécies, as quais produziram folhas novas em novembro e dezembro. A brotação das espécies sempre-verdes predominou na estação chuvosa, de dezembro a fevereiro. Variáveis climáticas correlacionaram-se com a fenodinâmica da comunidade. O fotoperíodo correlacionou-se positivamente com a floração, a brotação e a folhagem nova, e negativamente com a frutificação e a folhagem madura. A insolação correlacionou-se positivamente com a frutificação e a folhagem madura, e negativamente com a queda de folhas e a copa constituída por folhagem nova. A evaporação mostrou correlação positiva com a queda de folhas e negativa com a frutificação, a brotação e a folhagem madura. A evapotranspiração real correlacionou-se positivamente com a brotação e negativamente com a queda de folhas. A temperatura média do ar mostrou correlação positiva com a floração e negativa com a brotação. A deficiência hídrica, correlacionou-se negativamente com árvore desfolhada e positivamente com a brotação. A demanda evaporativa do ar mostrou correlação positiva com árvore desfolhada e negativa com a frutificação e a brotação,. A umidade relativa do ar correlacionou-se positivamente com árvore desfolhada. Considerando o conjunto todo de espécies, todas as fenofases foram bastante sazonais e mostraram ciclos semestrais (floração) e anuais (demais fenofases) bem marcados. Em cerca de 65% das espécies, a floração e a frutificação foram anuais, mas em menos da metade das mesmas os ciclos foram regulares. Observou-se floração contínua em uma espécie, supra-anual em quatro e infra-anual em nove espécies, os dois últimos grupos com freqüência na maioria irregular. A amplitude dos ciclos fenológicos também variou muito entre os anos, principalmente para frutificação. Em alguns anos puderam ser detectadas influência de anormalidades climáticas, que levaram à irregularidade na reprodução de muitas espécies, alterando os padrões da comunidade. Observou-se um aumento acentuado da atividade reprodutiva na comunidade de 1990 a 1992, semelhante a episódios de floração gregária e frutificação maciça, acompanhando principalmente o aumento da temperatura mínima absoluta do ar e diminuição na deficiência hídrica do solo. A porcentagem de espécies e indivíduos na fenofase de árvore desfolhada aumentou nos anos com menor insolação e maior evaporação. A partir de 1990 a proporção de árvores e espécies com copa constituída por folhagem madura aumentou consideravelmente, seguindo um aumento da temperatura mínima absoluta do ar e da insolação. Os resultados evidenciam a importância de estudos de longo prazo para uma melhor compreensão dos padrões fenológicos das florestas tropicais. Muitas questões estão ainda abertas à discussão, principalmente aquelas concementes à influência dos fatores bióticos nos padrões observados / Abstract: This paper aims at describing the periodicity of reproductive and vegetative phenologica1 events of canopy trees in a tropical lowland seasonal moist forest at Línhares, northeaster ES, and relating them to climatic seasonality. Every mo weeks, five individuals of 41 species, distributed withín 15.000 ha of forest, were observed for the occurrence of flower OOds, flowering, fruiting, propagules dispersal, leaf shedding, flushing, and periods of canopy dominance by either new leaves and mature leaves, from May 1982 to December 1992. At the same time, climatic data were gathered for the same area. While at least 15% of the species were observed in flower and 10% in fruit at any time of the year, these events predominated in certain defined periods of the year. Bi-modal curves for flowering were observed: one group of trees produced flower buds in the rainy season (January and February) and flowered at the transition to the dry season (April); another produced flower OOds in the dry season (June- Ju1y) and flowered at the beginning of rainy season (October). Fruiting predominated during the dry season (June and Ju1y), mainly as a consequence of strong fruiting seasonality of dry-fruited anemochoric species. Seed dispersal predominated in the transition between the dry and rainy seasons (September), Out from April to May only 1% of the species dispersed their seeds. In spite of the strong rain seasonality , the majority ofthe species (49,7%) were classified as evergreen, 34% were brevideciduous and 18,3% were deciduous. Leaf shedding predominated from September to October, and the new leaf canopy followed this phenophase, from November to December. The flushing of evergreen species occurred during the rainy season, from December to February. Climatic variables were correlated to community phenodynamics. Photoperiod was positively correlated with flowering, flushing and new leaf canopy, and negatively with fruiting and mature canopy. Insolation was positively correlated with fruiting and the mature leaf canopy phases, and negatively correlated with leaf shedding and new leaf phases. Evaporation was positively correlated with leaf shedding and negatively correlated with fruiting, flushing and mature canopy. Actua1 evapotranspiration correlated positively with flushing and negatively with leaf shedding. Average air temperature correlated positively with flowering and negatively with flushing. Water deficit, showed positive correlatino with flushíng and negative with leaf shedding. All phenophases showed a high seasonality considering the whole set of species, and two ,phenorythms were distinguished; semestral cycles (flowering) and annual cycles (other phenophases). Although the majority of the species (65%) have flowered and fruited annua1ly, only less than the half had regular cycles with a well defined timing. Continuous (1 species), supra-annual (4 species) and infra-annual (9 species) flowering cycles were detected, the latter groups in the majority being very irregular. The amplitude of the cycles was much variable between years, mainly for the fruiting and mature leaf phases. In some years the influence of climatic abnonnalities resulted in irregularity of reproduction in many species, altering the patterns of the community. It was observed an increase of the reproductive activity at the community from 1990 to 1992, similar to gregarious flowering and massive fruiting episodes, following an increase in the absolute minimum air temperature and decrease in the soil water deficit. The percentage of species and individuals with leafless trees increased in the drier years, influenced mainly by an increase in evaporation and not direct1y by the soil water deficit. After 1990, the proportion of trees and species with mature canopy leaves increased considerably, following an increase in absolute air temperature, insolation and relative humidity. The results indicated that short tenn studies do not yield a clear picture of phenological rhythms in tropical forests, especially when the objective is to understand the relationship between phenodynamics and a biotic factors in tropical forests with different degrees of climatic seasonality. Many questions are sti1l open to discussion, among them those related to the importance of the biotic factors on the observed patters / Doutorado / Doutor em Ecologia

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/315885
Date29 June 2006
CreatorsEngel, Vera Lex
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Martins, Fernando Roberto, 1949-, Morellato, Leonor Patricia Cerdeira, Mantovani, Waldir, Poggiani, Fabio, Vasconcellos-Neto, João
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format137p. : il., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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