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Os iguais se diferem? : características determinantes do uso de próxies de controle gerencial em empresas institucional APL de confecção

Orientadora : Profª. Drª. Marcia Maria dos Santos Bortolocci Espejo / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Sociais Aplicadas, Programa de Pós-Graduação em Contabilidade. Defesa: Curitiba, 2016 / Inclui referências : f. 120-130 / Área de concentração : Contabilidade e finanças / Resumo: A formação de aglomerados empresariais é uma proposta tratada na literatura como amplamente viável às organizações que buscam a continuidade de suas operações em ambientes dinâmicos. Essa configuração promove o fortalecimento de economias regionais, a cooperação entre os membros e o compartilhamento de elementos em comum, como funcionários, fornecedores e financiadores. Como consequência da interação existente no meio, entende-se que os arranjos produtivos locais (APL) apresentam diversas condições que os caracterizam como uma instituição. Sob o respaldo da Nova Sociologia Institucional, concebe-se que em ambientes institucionalizados existem pressões que atuam sobre o comportamento dos elementos do grupo, conduzindo-os a ações parametrizadas ao contexto. Desse modo, o pressuposto inicial dessa pesquisa assume que as empresas localizadas nesse ambiente comportam-se sob processos de imitação de práticas. No entanto, a comum abordagem institucional, centrada em destacar as estruturas racionais que esculpem o comportamento organizacional, por vezes ignora que a criação e, sobretudo, o gerenciamento de empresas se faz por meio de pessoas. Isso posto, essa pesquisa definiu objeto de estudo o gestor-empreendedor do negócio, aquele indivíduo fundador que investe e toma decisões no ambiente empresarial. Acredita-se que empreendedores possuem um perfil individualizado dos demais, com qualidades particulares e capacidade independente para traçar e definir os mecanismos empregados para seu suporte decisorial. Além disso, a área comportamental defende que o ser humano é racionalmente capaz de compreender seu conhecimento e optar pela melhor alternativa para a resolução de problemas, vertente que sugere que empreendedores podem ser menos vulneráveis à influência do ambiente e mais auto direcionados às vontades próprias. Diante dessas condições, essa pesquisa questionou-se se duas características peculiares do empreendedor (a orientação empreendedora e a metacognição) seriam capazes de influenciar as práticas gerenciais utilizadas em seu empreendimento, mesmo sendo ele inserido em um mesmo ambiente institucional, que em tese, adotaria comportamentos modelados por reprodução de ações. Oportunamente utilizou-se da grande discussão sobre a complexidade de interpretação e desuso dos relatórios gerenciais para refletir sobre a existência de controles internos alternativos e simplificados com função similar aos preconizados teoricamente. Esses instrumentos foram denominados na presente pesquisa como proxies de controle gerencial e, operacionalmente, seriam práticas diárias empregadas no planejamento, execução e monitoramento das atividades empresariais que não são formalmente validadas pela teoria. Isso posto, a investigação realizou-se com o APL de confecção localizado no noroeste do Paraná (cidades de Cianorte e Maringá), por meio da aplicação in loco de um questionário com 121 gestores-empreendedores de indústrias do setor. A técnica aplicada na análise dos efeitos das variáveis relativas ao perfil do empreendedor sobre o uso de controles internos informais foi a modelagem de equações estruturais, sendo complementarmente apurada a capacidade de interação no distrito empresarial por meio da análise fatorial confirmatória (CFA). Os resultados da pesquisa permitem inferir que é possível que as características comportamentais do indivíduo influenciem nas práticas de gestão aplicadas no empreendimento, mesmo sendo ele inserido em um ambiente institucional. A orientação empreendedora foi capaz de predizer diretamente cerca de 38% do uso de controles gerenciais nos empreendimentos e 14% da performance empresarial. Esses achados ressaltam que, diferentemente do famoso tabu de que empreendedores são avessos ao emprego de instrumentos gerenciais e agem maiormente por intuição, existe uma significativa receptividade às práticas de controle gerencial. Entende-se que a utilidade desses artefatos seja uma condição implícita e colaborativa para o suporte decisorial no empreendimento, uma vez que o processo gerir um negócio para empreendedores pode envolver o equilíbrio entre a emoção do instinto empreendedor versus a razão manifestada nos relatórios de internos. Em adição, observou-se que as dimensões da orientação empreendedora do gestor exercem efeito no desempenho das atividades, porém em menor grau. Assume-se que elementos como autonomia, agressividade competitiva, propensão a assumir riscos, proatividade e inovação impulsionam o uso de estratégias eficazes na gestão, porém tornam-se menos eficazes para o desempenho organizacional se não são acompanhados do suporte oferecido pelos controles gerenciais. Face a essa condição entende-se que a possibilidade de projetar situações operacionais por meio desses artefatos podem ratificar o incipiente "feeling" do empresário. A metacognição, por sua vez, não suportou os efeitos empregados no modelo, porém acredita-se que algumas condições do ambiente do APL não levantadas na pesquisa influenciariam um comportamento parametrizado quanto a forma de guiar suas ações, como exemplo as condições de lucratividade do setor nessa região. Nesse sentido, a inserção de indivíduos no mesmo ambiente, guiados por um mesmo instinto, e sob as mesmas pressões situacionais poderiam estabilizar o conhecimento sobre as ações a serem adotadas. Por fim, um diagnóstico bastante interessante foi observado, embora a literatura pregue com frequência a caracterização do ambiente em estudo como uma instituição, os indicadores apurados não convergiram a mensuração de um coeficiente representativo na análise fatorial confirmatória. Acredita-se que possam existir outros aspectos que conduzem as empresas a organizarem-se nessa conjuntura territorial, como exemplo, benefícios econômicos. / Abstract: The formation of business clusters is a proposal treated in the literature as amply practicable to organizations seeking the continuity of its operations in dynamic environments. This configuration promotes the strengthening of regional economies, cooperation among the members and share common elements, such as employees, suppliers and financiers. As a result of interplay in the middle, it is understood that the local clusters (APL) present a number of conditions that characterize as an institution. Under the support of the New Institutional Sociology, it is conceived that in institutionalized environments there are pressures that act on the behavior of group members, leading them to parameterized actions to the context. Thus, the initial assumption of this research assumes that businesses located in this environment behave under realistic imitation processes. However, the common institutional approach focused on highlighting the rational structures that sculpt organizational behavior sometimes ignores the creation and, above all, the management companies is done through people. That said, this research object of study defined the manager-entrepreneur business, that founder individual who invests and takes decisions in the business environment. It is believed that entrepreneurs have an individualized profile of the others, with particular qualities and independent capacity to trace and define the mechanisms used for your decisorial support. Additionally, behavioral area argues that the human being is rationally able to understand their knowledge and choose the best alternative for solving problems, dimension suggesting that entrepreneurs may be less vulnerable to the influence of the environment and more self-directed to own wills. Faced with these conditions, this research questioned if two peculiar characteristics of the entrepreneur (entrepreneurial orientation and metacognition) would be able to influence the management practices used in their enterprise, even though he inserted in the same institutional environment, which in theory, would adopt behaviors modeled for reproduction actions. Opportunely was used the big discussion about the complexity of interpretation and disuse of management reports to reflect on the existence of alternative internal controls and simplified with a similar function to the recommended theoretically. These instruments were named in this research as a management control proxies and, operationally, would be daily practices used in the planning, execution and monitoring of business activities that are not formally validated by theory. Thus, the investigation was conducted with the confection APL located in the northwest of Paraná (cities of Cianorte and Maringá), through the attendance application of a questionnaire with 121 entrepreneurs-managers sector industries. The technique applied in the analysis of the effects of the variables on the entrepreneur's profile on the use of informal internal controls was the structural equation modeling, in addition being determined interaction capacity in the business district through confirmatory factor analysis (CFA). The research results allow us to infer that it is possible that the behavioral characteristics of the individual influence the management practices applied in the enterprise, even though it entered into an institutional environment. The entrepreneurial orientation was able to directly predict about 38% of the use of management controls in the enterprises and 14% of corporate performance. These findings point out that, unlike the famous conception that entrepreneurs are loathe to the use of management tools and act most keenly by intuition, there is a significant receptivity to management control practices. It is understood that the usefulness of these artifacts is an implicit and collaborative condition for decisorial support in the enterprise, since the process run a business for entrepreneurs can involve the balance between the entrepreneurial instincts emotions versus reason manifested in internal reports. In addition, it was observed that the dimensions of entrepreneurial orientation manager have an effect on the performance of activities, but to a lesser degree. It is assumed that elements such as autonomy, competitive aggressiveness, propensity to take risks, proactivity and innovation affect the use of effective strategies in management but become less effective for organizational performance if they are not accompanied by the support offered by the management controls. Given this condition is understood that the possibility of designing operational situations through these artifacts can ratify the incipient "feeling" of the entrepreneur. The metacognition, in turn, did not support the effects used in the model, but it is believed that some conditions APL environmental not in the survey influence a parameterized behavior in the order to guide their actions, for example the sector's profitability conditions in this region. In this sense, the inclusion of individuals in the same environment, guided by the same instinct, and under the same situational pressures could stabilize the knowledge of the actions taken. Finally, there was a very interesting diagnosis, although the literature describe the environment studied as an institution, not convergent measurement indicators representative of a coefficient in the confirmatory factor analysis calculated. It is believed that there may be other aspects that lead companies to organize this local context, for example, economic benefits.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.c3sl.ufpr.br:1884/42716
Date January 2016
CreatorsDaciê, Franciele do Prado
ContributorsUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Sociais Aplicadas. Programa de Pós-Graduação em Contabilidade, Espejo, Márcia Maria dos Santos Bortolocci, 1975-
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format140 f. : il., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPR, instname:Universidade Federal do Paraná, instacron:UFPR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
RelationDisponível em formato digital

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