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A ditongação nasal no português brasileiro: uma análise acústico-aerodinâmica da fala / Brazilian Portugueses nasal diphthongation: an acoustic and aerodynamic analysis of speech

Os estudos de caracterização acústica das vogais nasais são vastoa. Porém, há poucos estudos sobre a ditongação nasal. Este é um fenômeno que emerge da costelacao articulatória dos gestos. Isso pode ser notado a partir dos parâmetros acústicoaerodinâmicos. O objetivo desta é analisar o resultado da configuração gestual entre o movimento da língua e o gesto de abertura e fechamento do véu palatino, durante a produção dos ditongos nasais do Português Brasileiro. Mostraremos os efeitos da coarticulação no output sonoro e como ela se configura, a partir da gravação de dados acústicos e aerodinâmicos. O material foi gravado com o aparelho EVA Portátil 2. Esse permitiu que o output acústico e os dados aerodinâmicos fossem gravados concomitantes. O corpus do experimento é composto por vinte ditongos divididos em orais e nasais (dez posteriores e dez anteriores) todos dicionarizados: [p@w, s@w, m@w, k@w, t@w,p@)w), s@)w), m@)w), k@)w), t@)w), dej, sej, frej, hej, lej, te)j ), se)j ,) be)j ), a.mej), a.le)j\\) . As palavras foram inseridas na frase-veículo: Digo _____ cada dia. Essa foi repetida três vezes por seis informantes (três homens e três mulheres) falantes do dialeto Paulistano ( ). Para o controle de população foi utilizada outra frase-veículo: Digo ____ todo dia, essa foi repetida por 1.3 dos sujeitos, um de cada grupo ( ). Na inspeção visual utilizou-se o software Signal Explorer e Phonédit. Os parâmetros aerodinâmicos analisados foram: a configuração do fluxo de ar oral e nasal; a taxa máxima de nasalização e a duração do fluxo de ar nasal. Os parâmetros acústicos foram: a movimentação dos formantes; a extração de F0, F1, F2 e F3 de todos os segmentos e a duração do ditongo nasal: a vogal, o glide e o apêndice nasal. A Média, o Desvio Padrão e o teste ANOVA foram feitos no Excel. Os gráficos de dispersão dos formantes foram feito no Formant Explorer. Assim, notou-se uma variação nos valores da taxa de nasalização, p > 0,5, entre a variante sexo. Nas mulheres as frequências dos formantes são mais elevadas e a dispersão dos valores do glide nasal é mais evidenciada do que nos homens. As alterações remetem as diferenças fisiológicas entre os grupos. A taxa máxima de ar nasal variou significativamente, p > 0,5, se comparado os ditongos nasais: anteriores > posteriores. Acusticamente, a transição dos formantes é dependente do contexto silábico. O mesmo não acontece com o traçado do fluxo de ar nasal, que mantém o padrão de contorno, independente da articulação silábica. Concluí-se que há um padrão aerodinâmico relativo à sincronia do movimento do véu e da língua, gerando três fases acústicas distintas: vogal nasal, glide nasal e apêndice nasal. O contorno da trajetória padrão do fluxo de ar nasal, em 87% dos casos, apresentou três fases distintas: a primeira plana; a segunda, um pico acentuado; e a terceira, uma queda abrupta. Assim, concluímos que os ditongos nasais têm uma dinâmica articulatória, acústica e aerodinâmica diferente dos não-nasalizados e que a adequação do controle das variáveis do sistema fonético-fonológico e do o conjunto de articulações, que geram uma única percepção. / There are several studies that characterize the nasal vowels. However, there are few studies about the nasal diphthongation. This phenomenon emerges from the articulatory gestures constellation. This can be noted by analyzing of the acousticaerodynamics parameters. The aim of this work is study the gesture configuration between the thong movement and the velum aperture during the nasal diphthongs production of the Brazilian Portuguese. We will show the effects of the coarticulation in the output and how it sets up in the acoustic and aerodynamic data. The data was recorded by the device EVA Portable 2. Thus, the airflow and the acoustic output were collected concomitantly. The corpus of this experiment was covered by ten oral and ten nasal diphthongs, between ten back and ten front:[p@w, s@w, m@w, k@w, t@w,p@)w), s@)w), m@)w), k@)w), t@)w), dej, sej, frej, hej, lej, te)j ), se)j ,) be)j ), a.mej), a. le)j)\\. These words are dictionaries. They were inserted in the carry-sentence [dZi.gU__ ka.d5 dZi5] and were repeated three times, by six subjects (three men and three women); all of them are Paulistano Dialects speakers. This resulted in 360 tokens (3 × 6 × 20). The carry-sentence of the populational control was [dZi.gU__ to.dT dZi5]. This was repeated by 1/3 of the subjects. This resulted in 120 tokens (3 × 2 × 20 ). The diphthong was analyzed by Signal Explorer and Phonédit. The aerodynamic parameters studied were: the nasal and oral airflow shape; the peak of nasalization and the duration of nasal airflow. The acoustic parameters analyzed were: the movement and the configuration of the formants; the values of F0, F1, F2 and F3 were extracted of all segments; the nasal diphthongs duration in the vowel, the glide and the nasal appendix. The Average, Pattern Deviation and ANOVA were done by Excel. The dispersion graphics were made by Formant Explorer. As a result we noticed that the formants movements dependent on syllabic context. The womens formants had different values of males. The degree of the dispersion of hers was higher than him. This was showed more evident in the nasal glides. This reflects the physiological differences between the groups. The nasal airflow peak variation was p> 0,5 among the sex variant. The rate of nasal airflow of the back has more volume than front, dp > 0,5. The same does not happen with the nasal airflow shape. The shape pattern is independent of syllabic articulation, but the rate of nasalization depends of the articulation. We concluded that there is an aerodynamic pattern that is resulted of the thong movement and velum aperture. This product three distinct acoustic phases: vowel nasalization, glide nasal and the nasal appendix. By the aerodynamic view, in 87% of cases, the pattern shape of the nasal airflow represents three distinct phases: the first is sharp; the second is a peak; and last part is a drop line. Thus, we concluded that the nasal diphthongs have articulatory, acoustic and aerodynamic patters different from the non-nasalized segment. These reflect the adequacy of the control of variables of phonetic-phonological system and the set of these characteristics creates a single perception.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-15032010-123909
Date22 January 2010
CreatorsRita de Cássia Benevides Demasi
ContributorsDidier Sheila Jean Marie Demolin, Beatriz Raposo de Medeiros, Nathalie Valleé
PublisherUniversidade de São Paulo, Lingüística, USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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