SALES, Larissa Jucá de Moraes. Medo e Sofrimento Social: uma análise das narrativas de policiais militares em atendimento clínico. 2013. 127f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Sociologia, Fortaleza (CE), 2013. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2014-04-11T17:45:07Z
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Previous issue date: 2013 / This research builds up from the subjective perspective of Military Police Officers in regards to their working activity. The intention is to understand how to establish an explanatory logic featuring work as a part of the subject’s illness – as it is revealed by these social actors, characterized by the discourse of medicalization as “subjects in crisis” and “diagnosed” as carriers of psychological diseases. For such an enterprise, an intensive fieldwork research of seven months was conducted inside one of the military institution’s treatment unit in Fortaleza, Brazil: the Corporation’s Biopsychosocial Center. Within this interactional context, the access to these subjects and a part of their treatments were selected as the focus. Following these subjects’ symbolic categories, they attribute a share of their illness to two kinds of problems perceived as constituents of their work routine. First, as problems directly affecting the individual’s body, such as unhealthy working conditions, lack of security equipment leaving the subject vulnerable to the unpredictable, and the exhausting work schedules, with long hours standing on foot under the sun, among others. The second problem is based on the symbolic violence that directly affects an individual’s mind, inflicting an invisible pain capable of generating suffering, such as moral harassment, humiliation, abuse of authority and covert punishment. The second problem is the most recurring in these subjects’ narratives. For these social agents, such problems affect their bodies in the form of illnesses, which reverberate as professional pressure directly influencing their ways of being in society. For some of them, these illnesses are also used for justifying acts of violence. An ethnographic experience was carried out as a methodological approach inside this treatment Center, from which the life trajectories of three military police officers and fragments of life stories were selected to feature as clarifying sources of this problem. The justifications are initiated by the aforementioned conditions conducive to illness, passing to therapeutic monitoring and concluded by adherence to religious groups as a possible path of cure. Another case to be highlighted is one of tragic outcome, which led to suicide. In this perspective, categories of humiliation, suffering and fear are mobilized by the individuals and their colleagues in uniform to explain their dramas. Ultimately, we aim to promote comprehension of how these subjects understand their work considering this condition. / Este estudo parte da perspectiva subjetiva de policiais militares no que se refere a sua atividade laboral. A pretensão é compreender como se estabelece a lógica explicativa sobre a atividade fim como parte do adoecimento do sujeito, sendo revelada por estes atores sociais, caracterizados pelos discursos de medicalização, como sujeitos em crise, “diagnosticados” como portadores de doenças de cunho psicológico. Para tanto, foi realizado trabalho de campo de sete meses intensivos em uma unidade de tratamento da própria instituição militar, o Centro Biopsicossocial da Corporação. O acesso a estes sujeitos, bem como parte de seus tratamentos foi privilegiado, neste contexto interacional. Nas categorizações simbólicas destes sujeitos, parte de seu adoecimento se deve a dois tipos de problemas detectados como constituintes de sua rotina de trabalho, primeiro como problemas que afetam diretamente o corpo do indivíduo como, em alguns casos, as condições de trabalho insalubres, falta de equipamentos de segurança deixando o sujeito exposto ao imprevisível, às escalas de trabalho exaustivas, com horas consecutivas em pé, em pelo sol, entre outros. O segundo problema está baseado em violências simbólicas que incidem diretamente na mente do indivíduo, provocando uma dor invisível capaz de gerar sofrimentos, como o assédio moral, humilhação, abuso de autoridade e as punições veladas, este segundo problema é o mais recorrente nas narrativas destes sujeitos. Para estes agentes sociais tais problemas incidem em seus corpos em forma de doenças, sendo reverberadas em pressão profissional agindo diretamente nos modos de ser e de estar em sociedade. Para alguns, são usadas também como justificativa para ações de violência. Como aporte metodológico, parte-se da experiência etnográfica nesse Centro de tratamento sobre a qual foram selecionadas as trajetórias de vida de três militares e fragmentos de histórias de vida como fontes explicativas dessa problemática. As justificações se iniciam pelas condições elencadas como propiciadoras de adoecimentos, passando pelo processo de acompanhamento terapêutico e a adesão a grupos religiosos como possibilidade de cura. Em último caso destaca-se um dos casos cujo fim trágico se configura como suicídio. Nesta perspectiva, categorias como humilhação, sofrimento e medo são usadas pelo próprio indivíduo e pelos colegas de farda para explicar os seus dramas. Por fim pretende-se compreender como estes sujeitos entendem seu trabalho a partir desta condição.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.repositorio.ufc.br:riufc/7932 |
Date | January 2013 |
Creators | SALES, Larissa Jucá de Moraes |
Contributors | SÁ, Leonardo Damasceno de |
Publisher | www.teses.ufc.br |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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