O objetivo deste estudo foi avaliar, por meio de estudo caso-controle, a frequência de complicações do tratamento odontológico invasivo em pacientes com diabetes mellitus (DM) tipo 2, de acordo com o controle glicêmico da doença, e sugerir valores de glicemia em jejum e HbA1c que poderiam ser considerados seguros para se evitar estas complicações. Pacientes portadores de DM tipo 2 e indivíduos não diabéticos foram divididos em três grupos: grupo I 13 indivíduos diabéticos tipo 2 com controle glicêmico adequado; grupo II 15 indivíduos diabéticos tipo 2 com controle glicêmico inadequado; Grupo III 18 indivíduos não diabéticos (controle). Os pacientes diabéticos deveriam ter o diagnóstico baseado nas recomendações da Organização Mundial de Saúde. Os pacientes do grupo I foram caracterizados por apresentar glicemia em jejum≤ 140mg/dl e HbA1c≤ 7%; os do grupo II por apresentar glicemia plasmática de jejum > 140mg/dl e HbA1c > 7%; e os do grupo III por não ter os sintomas do DM e apresentar valores de glicemia plasmática de jejum menores que 100mg/dl. Foram selecionados os pacientes com necessidade de exodontia ou raspagem/alisamento radicular. Nos pacientes diabéticos, previamente ao atendimento odontológico, foi avaliada glicemia plasmática de jejum, hemoglobina glicada (HbA1c), e glicemia capilar. Sete dias após o procedimento odontológico foi avaliada a frequência de complicações clínicas (infecção do sítio cirúrgico e infecção sistêmica) nos três grupos de estudo, e a correlação entre a ocorrência das complicações com o controle glicêmico do DM. A frequência do desfecho clínico foi baixa (8,6%) e não houve diferença entre a frequência do desfecho e os grupos de estudo (Teste exato de Fisher; P > 0,05). As exodontias estão mais associadas à ocorrência de complicações, do que a raspagem/alisamento radicular. Entretanto, não foi possível determinar a relação direta entre os valores de glicemia de jejum e HbA1c e as complicações pós-operatórias, nem sugerir valores preditivos das complicações, uma vez que elas ocorreram tanto em indivíduos com DM tipo 2 controle glicêmico adequado, com controle inadequado e nos não diabéticos. Possivelmente, estudos com maior número de pacientes permitam avaliar o impacto do controle glicêmico na ocorrência ou não de complicações pós-operatórias. / The purpose of this study was to evaluate, in a case-control study, the frequency of clinical outcomes of complications related to invasive dental treatment in diabetic type 2 patients in relation to glycemic control, and suggest levels of fasting blood glucose and glycated hemoblobin that could be considered safe to avoid complications related to invasive dental treatment. Diabetic type 2 patients and non-diabetic patients were selected and divided in 3 groups: group I 13 diabetic type 2 patients with adequate glycemic control; group II 15 diabetic type 2 with inadequate glycemic control; and group III 18 non-diabetic patients (control group). Diabetic patients should have the diabetes diagnosis based on World Health Organization (WHO) recommendations. Patients of group I were characterized by present fasting blood glucose ≤140mg/dl e HbA1c ≤ 7%; patients of group II were characterized by present fasting blood glucose > 140mg/dl and glycated hemoglobin > 7%; and patients of group III should not present any symptoms of diabetes and present levels of fasting blood glucose lower than 100mg/dl. Patients in need of extraction or scaling/root planning were selected. In diabetic patients, previously to dental assistance, was evaluated fasting blood glucose, glycated hemoglobin and fingerstick capillary glycemia. Seven days after the dental procedure, the frequency of clinical outcomes (surgery site infection and systemic infection) on the three study groups was analyzed, and the correlation between the occurrence of these complications and the glycemic control of DM. The frequency of the clinical outcomes was low (8.6%) and there was not difference between the clinical outcomes frequency and the study groups (Fisher exact test; P > 0.05). Dental extractions were associated to complications compared to scaling/root planning. However there was not association between the clinical outcomes occurrence and the glycemic control of DM after the dental procedures and it was not possible to determine predictive values of fasting blood glucose and glycated hemoglobin for these clinical outcomes. Probably, studies with larger numbers of patients allow assessing the impact of glycemic control on occurrence of postoperative complications.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-12072012-094708 |
Date | 05 July 2012 |
Creators | Bataglion, Cristiane Aparecida Nogueira |
Contributors | Komesu, Marilena Chinali |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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