Tutta la produzione echiana, saggistica e narrativa, si è mossa sempre tra due poli di attrazione, quello della verità e quello della menzogna, con una indubbia fascinazione per la seconda. Partendo dalla commistione problematica di vero/falso presente nei testi letterari (e non solo), Eco, fin da Opera Aperta (1962), ma soprattutto con Sei passeggiate nei boschi narrativi (1994) e Lector in fabula (1979) ha tentato di indagare lo statuto finzionale-veritativo del mondo scritto, le strategie testuali messe in atto dallAutore modello in una determinata storia, le trappole del linguaggio. Problematizzando la relazione tra i mondi possibili della letteratura e il mondo storico di riferimento (ECO, 1994), Eco ci mostra quanto siano labili e permeabili le frontiere di tali mondi e come in essi si sovrappongano, intercambiandosi, le nozioni di vero, verosimile, falso, menzognero. Appaiando allinterno di uno stesso orizzonte ermeneutico i mondi finzionali della letteratura e quelli veri della realtà e della Storia, sulla base di un principio comune che li sottende entrambi, che è il principio di Fiducia, Eco interpreta lintero sistema culturale e storico cui apparteniamo mediante un paradigma semiotico-narrativista, secondo il quale le esperienze umane, attraverso la narrazione, escono dalla loro opacità di fatti bruti e vengono organizzate allinterno di un continuum che le rende parte viva e vitale di una storia/Storia (personale o collettiva che sia). La collisione tra metanarrativa e Storia presente in tutte le sue opere narrative, tra la chiusura dellautoriflessione e lapertura del riferimento alla realtà storica, crea un attrito tale da portare in evidenza il carattere artificiale, metaforico e retorico delle nostre costruzioni culturali e delle stesse narrative storiche. Attraverso i suoi romanzi Eco ci avverte, però, anche del rischio di un regime interpretativo pansemiotico: la realtà, per quanto debole e noumenicamente inattingibile, esiste, è un Limite ontologico (forse anche metafisico?) che impedisce derive ermeneutiche e riscritture falsificanti e aberranti della Storia. / A presente tese propõe-se como uma análise global da multifacetada obra, narrativa e não ficcional, de Umberto Eco, através da lente do Falso, facies mentirosa mas complementar da Verdade, contemplando todas as possíveis declinações.Vai-se, então, da questão da verdade/falsidade na literatura, ou melhor, da relação problemática entre os \"mundos possíveis\" da ficção e os mundos \"verdadeiros\" do mundo histórico de referência ao falso subversivo das imitações paródicas; da \"força\" do falso na História, desde sempre impregnada de mentiras e narrações fabulatórias mas errôneas, que influenciaram o curso de seus eventos, à simulação/dissimulação enganosa e desonesta da manipulação de documentos falsos, como também à psicologia paranóide dos complôs e à deliberada difusão de notícias e informações falsas pela mídia. Nesse sentido, a presente tese tem como objetivo sublinhar a relevância do trabalho echiano, tanto não-ficcional quanto narrativo, a maneira pela qual este solicita formas de reflexão e análise crítica de todo o horizonte da cultura ocidental e suas formas constitutivas, e, acima de tudo, destacar o confronto aberto e problemático que a obra echiana estabelece com a complexidade labiríntica, reticular, polimórfica das sociedades contemporâneas e a pluralidade de saberes que a constituem. O que toda a obra echiana postula e mantém viva e atual é a instância de uma literatura como uma forma de conhecimento e interpretação do mundo, a necessidade de reiterar com urgência a autonomia da linguagem literária (e não apenas) como produtora de espírito crítico, diferenciando-se da linguagem da comunicação que se origina apenas em si e inocula um novo conformismo pós-ideológico, aliás meta-ideológico. Além disso, com este trabalho pretendemos fornecer aos leitores brasileiros algumas chaves úteis para o acesso à obra echiana analisada como um todo (mas sem pretensão de exaustividade), um complexo sistema teórico semiótico-narratológico, com base no qual Eco constrói os dispositivos narrativos de seus sete romances, que são analisados em detalhes aqui. A presente tese configura-se, então, como uma monografia-ensaio sobre um dos mais importantes e reconhecidos intelectuais italianos da época contemporânea, que procura fornecer uma interpretação crítica abrangente de seu trabalho, estimulando sua divulgação para um público mais amplo de estudiosos e leitores brasileiros.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-21052018-153557 |
Date | 28 November 2017 |
Creators | Maria Gloria Vinci |
Contributors | Mauricio Santana Dias, Davi Pessoa Carneiro Barbosa, Pedro Falleiros Heise, Samuel de Vasconcelos Titan Junior, Lucia Wataghin |
Publisher | Universidade de São Paulo, Língua e Literatura Italiana, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Italian |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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