Le but de cette étude est d\'analyser la façon comment la maladie, dans la période 1898- 1925, a été représentée dans les photographies publiées dans des revues médicales. Entre celles de São Paulo, on a traité: Revista Médica de S. Paulo (1898-1914), Gazeta Clínica (1903-1949), Imprensa Médica (1904-1914), Annaes Paulistas de Medicina e Cirurgia (1913-) et Memórias do Serviço Sanitário (1918-1920). On a aussi étudié les photographies présentées dans la Revue Photographique des hôpitaux de Paris (Paris, 1869-1876), une des premières publications à employer systématiquement la photographie pour représenter les maladies. D\'autres revues, de même type, brésiliennes et françaises ont été soumises à l\'analyse à titre de comparaison et comme source pour l\'histoire de ce genre d\'image. En sa majorité, cette documentation visuelle (paulista ou française) a son origine dans l\'espace de la clinique privée ou publique. Endroit, où l\'application du savoir médicale et sa propre construction étaient une seule chose. C\'est là, dans le cabinet ou dans le service de l\'hôpital, que le médecin avait l\'occasion de photographier les malades lorsqu\'ils se présentaient. Une autre partie des sources photographiques a été produite pendant les campagnes sanitaires vers l\'intérieur de l\'état de São Paulo. Quelques unes de ces images devenaient partie des articles médicaux dans les magazines scientifiques. Environ 1200 photographies ont été analysées. Ceci nous a permis de connaître les principales raisons d\'être de ces images. Parmi elles, le désire des médecins de composer une collection pathologique et, à la fois, d\'avoir du prestige en employant les photographies comme illustration de leurs observations cliniques. / Neste estudo, analisamos a representação da doença formulada por meio da fotografia. A principal fonte onde fomos buscar tais imagens foram as publicações médicas paulistas do período 1898-1925: Revista Médica de S. Paulo (1898-1914), Gazeta Clínica (1903-1949), Imprensa Médica (1904-1914), Annaes Paulistas de Medicina e Cirurgia (1913-) e Memórias do Serviço Sanitário (1918-1920). Outra importante fonte foi a Revue Photographique des hôpitaux de Paris (Paris, 1869-1876), publicação francesa que inaugura o emprego da fotografia na representação das doenças em periódicos. Além dessas, foram exploradas também outras publicações congêneres, brasileiras e francesas, que serviram de termo de comparação e de subsídio para traçar a história desse gênero de representação. A maior parte dessa documentação, tanto paulista quanto francesa, foi originada na clínica médica, particular ou pública, onde aplicação e pesquisa eram atividades indissociadas e o médico tinha ocasião para reproduzir fotograficamente os corpos doentes que passavam por sua observação. Outra parcela do material pesquisado foi resultante de registros realizados durante campanhas sanitárias pelo interior do estado de São Paulo. Uma fração dessas imagens chegou até nós pelos periódicos médicos, ilustrando artigos. Para tratar o tema, o estudo partiu da abordagem crítica da fotografia, valendo-se de análises qualitativas e quantitativas, interpretação iconológica e classificação; e traçou comparações entre as informações de natureza visual e escrita, sempre com atenção para aspectos científicos, culturais e sociais envolvidos na densidade histórica da produção das fotografias. Cerca de 1200 fotografias representando a doença passaram pelo crivo da pesquisa, permitindo concluir que dentre as principais motivações dos médicos para realizar os registros estavam o desejo de constituir um arquivo de imagens patológicas e, ao mesmo tempo, o de ancorar suas observações clínicas no prestígio imanente das fotografias. O estudo dessas fotografias permitiu reconhecer transformações como as que se passaram na mentalidade médica, na forma de representar as doenças, nos recursos semiológicos apoiados na imagem etc. O modo como esse repertório fotográfico foi sendo revelado através das revistas sugere ter havido uma certa observância por parte de seus editores e dos médicos de limites mais ou menos demarcados de se reproduzir o corpo doente, conotando a vigência, mesmo que precária, de uma política da imagem enferma.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-17072007-120426 |
Date | 03 September 2003 |
Creators | James Roberto Silva |
Contributors | Marcos Antonio da Silva, Carlos Botazzo, Maria Amelia Mascarenhas Dantes, Celina Kuniyoshi, Esmeralda Blanco Bolsonaro de Moura |
Publisher | Universidade de São Paulo, História Social, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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