A aids entrou na terceira década e, cada vez mais, encontra-se presente em ambos os gêneros, em todas as faixas etárias, etnias e camadas sociais. O uso das terapias antirretrovirais de alta potência (HAART) permitiu que a aids se tornasse uma doença crônica, aumentando a longevidade e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV/aids. O novo cenário da doença não foi acompanhado da criação de novas técnicas de atendimento nos serviços especializados de saúde, que favoreçam as estratégias individuais de enfrentamento da doença, bem como, os efeitos colaterais do uso prolongado da HAART, que incluem a síndrome da lipodistrofia (SL), a depressão, a ansiedade e o preconceito. Objetivo: pesquisar pessoas que vivem com HIV/aids, que sofrem os efeitos colaterais do uso da HAART e que buscam o sentido da vida. Propomos, então, desenvolver programa socioeducativo e terapêutico de treinamento físico específico para este grupo de pessoas, investigando a aplicabilidade e benefícios da utilização desta técnica educativa para a promoção da saúde e da qualidade de vida. Metodologia: pesquisa de natureza qualitativa, mediatizada pela pesquisa-ação. Trabalhamos com sete pessoas que vivem com HIV/aids, com uso de HAART e com SL, de ambos os gêneros, com idade entre 37 e 56 anos, responderam questionários referentes às diferentes variáveis sobre qualidade de vida e foram submetidas a 36 sessões de um programa socioeducativo e terapêutico de treinamento resistido (musculação). Resultados: os participantes deste estudo apresentaram melhoras em vários indicativos de qualidade de vida, quando comparados ao período anterior da descoberta da contaminação pelo HIV, principalmente nos aspectos físicos e psicológicos, destacando o preconceito como principal problema enfrentado por eles. Observamos que o treinamento resistido (musculação) é perfeitamente compatível com as limitações decorrentes da aids e do uso da HAART, como a SL, estimulando a diminuição da gordura corporal, o aumento da massa muscular, a socialização, o combate à depressão e ansiedade. Considerações: os participantes deste estudo valorizam a vida depois da doença, evidenciam a aids e o HIV como sinônimos, doença social injusta e perigosa, discriminatória e que isola. Gostam de lazer e são motivadas pela prática de atividades físicas. No hospital, fruto da pesquisa, desenvolveram o treinamento de musculação, que os ajudou a controlar o estresse, vários indicadores da doença, a educar para a saúde e a ressocialização, melhorando a qualidade de vida. Daí, a sugestão da implantação de programas regulares de atividades físicas para pessoas com HIV/aids, inseridos nos serviços de atendimento especializados, servindo como importante estratégia de enfrentamento da doença e fonte de melhoria das condições físicas e psicossociais de seus praticantes. / AIDS entered the third decade and, increasingly, is present in both sexes in all age groups, ethnicities and social classes. The use of high potency antiretroviral therapy (HAART) has allowed AIDS to become a chronic disease, increasing longevity and quality of life of people living with HIV/AIDS. The new scenario of disease was not accompanied by the creation of new techniques for care in specialized health services, to encourage the individual strategies of coping with the disease, as well as the side effects of prolonged use of HAART, which include lipodystrophy syndrome (SL), depression, anxiety and prejudice. Objective: to search for people living with HIV/AIDS, who suffer the side effects of HAART and who seek the meaning of life. We propose, then, to develop a program of socio-educational and therapeutic physical training for this specific group of people, investigating the applicability and benefits of using this technique for educational health promotion and quality of life. Methodology: qualitative research, mediated by action-research. We worked with seven people living with HIV/AIDS, with HAART and SL, of both genders, aged between 37 and 56 years answered questionnaires regarding different variables on quality of life and underwent 36 sessions of a childcare program and therapeutic resistance training (weight training). Results: the study participants showed improvement in several indicators of quality of life compared to the period before the discovery of HIV infection, especially in physical and psychological aspects, highlighting the prejudice as the main problem faced by them. We found that resistance training is perfectly compatible with the limitations resulting from AIDS and the use of HAART, as the SL, encouraging the reduction of body fat, increase muscle mass, socialization, combating depression and anxiety. Conclusion: the study participants value the lives after illness, AIDS and HIV show interchangeably, unjust and dangerous social disease, discriminatory and isolates. They like entertainment and are motivated by physical activity. At the hospital, the result of research, developed the strength training that helped them manage stress, several indicators of disease, health education and rehabilitation, improving the quality of life. Hence, the suggestion of the implementation of regular physical activity for people with HIV / AIDS, inserted into the specialized care services, serving as an important strategy for fighting the disease and source of improvement of physical and psychosocial practitioners.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-19012012-133007 |
Date | 25 November 2011 |
Creators | Paes Neto, Pedro Pinheiro |
Contributors | Bueno, Sonia Maria Villela |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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