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Memória e identidade na poética de Manoel de Barros

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Previous issue date: 2016-03-31 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Manoel de Barros is a poet and as defines itself, "word of poet", whose poems are closely
related to the Pantanal (South) of Mato Grosso, putting on display the close relationship
between the work and the context. We search to answer along the thesis, three questions: if
the "poetic inspiration" by Manoel de Barros transcends his personal experience in his books,
or the place and time where pronounced are so present in the works that ultimately enroll
them autobiography traces; if the traits that make up the poetic writer can do (or not) identify
in their works a poet "local" or a universalizing poetic; such as (South) Mato Grosso writer,
chronologically enrolled in the "45 generation" articulates tradition and innovation in his
poetic construction. Confirming or deconstructing "truths" published on the poetics of the
author and searching new constructs and aesthetic effects that literary production, we have the
following objectives: identify regularities and dispersions in the form and content of the
poems; discuss the relationship between local and universal, between tradition and modernity,
between memory and invention and among selves / others who live in the works; search
identifying traits of poetic writer. To this end, we elected as corpus of research two works of
Manoel de Barros: Poemas concebidos sem pecados (1937), the first book of the writer, and
Memórias inventadas: A terceira infância (2008), searching to bridge the gap between the
first and one of the last books the poet. Compliance with the proposed objectives requires,
however, in addition to "face" the work, to provide himself with a theoretical foundation.
Thus, we use of Candido (2000) to treat the issue of the location of the dialectic and universal
literary decolonization, as well as the relationship of author-work-public. To clarify concepts
or principles "technical" essential to the analysis, such as "tradition," "influence" and
"intertextuality", we called to Nitrini (2000), to whom we add Bakhtin (2011), mainly to treat
style, aesthetics and exotopy, and Paz (1972; 1991). For understanding the concept of
identity, the support came from Hall (2011) and other invited authors to the reflections on
identity and memory, as Gusdorf (1951, 1990, 1991), Bergson (2006), Halbwachs (2003),
Ricoeur (2007) and Candau (2014). In addition to these authors, some others will emerge in
due course, because indispensable to poetry reading Manoel de Barros. We found that Barros
excluded from his poetry any purpose of describing landscapes or historicizing costumes,
putting on display the dialogue, rapprochement and the gap between the selves, times and
spaces. Barros attributed his lyricism to "a desert in the eye" and to express it, took a
seemingly autobiographical format, just like the invention feature because sang "what was
not," but what had missing "for not having been "revealing us exotopy spoken by Bakhtin
(2011). From our reading, the memory was not as "representation" but as "eye divination" in
tone and unmistakable verses of Manoel de Barros. / Manoel de Barros é poeta e, como se autodefine, “poeta da palavra”, cujos poemas guardam
íntima relação com o Pantanal (sul-)mato-grossense, pondo à mostra a estreita relação entre a
obra e o contexto. Procuramos responder, ao longo da tese, a três questões: se a “inspiração
poética” de Manoel de Barros transcende sua experiência pessoal nos seus livros, ou se o
lugar e o tempo de onde se pronuncia são tão presentes nas obras que acabam por inscrever
nelas traços de autobiografia; se os traços que constituem o fazer poético do escritor podem
(ou não) identificar em suas obras um poeta “do local”, ou uma poética universalizante; como
o escritor mato-grossense, cronologicamente inscrito na “geração de 45”, articula tradição e
inovação em sua construção poética. Ratificando ou desconstruindo “verdades” publicadas
sobre a poética do autor e buscando novos construtos e efeitos estéticos nessa produção
literária, temos como objetivos específicos: identificar regularidades e dispersões na forma e
conteúdo dos poemas; discutir a relação entre local e universal, entre tradição e modernidade,
entre memória e invenção e entre os eus/outros que convivem nas obras; buscar traços
identificadores da poética do escritor. Para tanto, elegemos como corpus da pesquisa duas
obras de Manoel de Barros: Poemas concebidos sem pecado (1937), primeiro livro do
escritor, e Memórias inventadas: terceira infância (2008), procurando fazer uma ponte entre o
primeiro e um dos últimos livros do poeta. O cumprimento dos objetivos propostos requer, no
entanto, além de “enfrentar” a obra, munir-se de uma fundamentação teórica. Assim, valemonos
de Candido (2000) para tratar da questão da dialética do local e do universal na
descolonização literária, bem como da relação autor-obra-público. Para esclarecer conceitos
ou princípios “técnicos” essenciais à análise, como tradição, influência e intertextualidade,
recorremos a Nitrini (2000), a quem agregamos Bakhtin (2011), sobretudo para tratarmos de
estilo, estética e exotopia, e Paz (1972; 1991). Para a compreensão do conceito de identidade,
o apoio veio de Hall (2011) e de outros autores convocados para as reflexões sobre identidade
e memória, como Gusdorf (1951, 1990, 1991), Bergson (2006), Halbwachs (2003), Ricoeur
(2007) e Candau (2014). A esses autores de referência, alguns outros emergem
oportunamente, porque indispensáveis à leitura da poesia de Manoel de Barros. Verificamos
que Barros excluía de sua poesia qualquer propósito de descrever paisagens ou historiar
costumes, pondo à mostra o diálogo, a aproximação e o distanciamento entre os eus, os
tempos e os espaços. Barros atribuía seu lirismo a “um ermo dentro do olho” e, para expressálo,
adotou um formato aparentemente autobiográfico, apenas como recurso de invenção, pois
cantou “o que não fora”, mas do que tinha saudade “por não ter sido”, revelando-nos a
exotopia de que fala Bakhtin (2011). De nossa leitura, ficou a memória não como
representação, mas como "olho divinatório", em tom e versos inconfundíveis de Manoel de
Barros.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede.mackenzie.br:tede/3054
Date31 March 2016
CreatorsYamamoto, Cícera Rosa Segredo
ContributorsBridi, Marlise Vaz, Trevisan, Ana Lúcia, Amaral, Gloria Carneiro do, Grácia-Rodrigues, Kelcilene, Peixoto, Maria Helena Fioravante
PublisherUniversidade Presbiteriana Mackenzie, Letras, UPM, Brasil, Centro de Comunicação e Letras (CCL)
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Mackenzie, instname:Universidade Presbiteriana Mackenzie, instacron:MACKENZIE
Rightshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/, info:eu-repo/semantics/openAccess

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