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Impacto da recuperaÃÃo de Ãrea degradada sobre as respostas hidrolÃgicas e sedimentolÃgicas em ambiente semiÃrido / Impact of the recovery of a degraded area on the hydrological and sedimentary responses in semi-arid environment

Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e TecnolÃgico / As regiÃes semiÃridas compreendem Ãreas muito sensÃveis Ãs alteraÃÃes do seu ambiente natural. O semiÃrido brasileiro, por ser um dos mais populosos do mundo, està mais susceptÃvel Ãs atividades antrÃpicas, como o desmatamento para atividades agrosilvopastoris. Esta pesquisa foi desenvolvida no Ãmbito do projeto âEstudos dos processos de degradaÃÃo/desertificaÃÃo e suas relaÃÃes com o uso da terra em sistemas de produÃÃo no semiÃrido cearense: o caso da microrregiÃo de Sobral â CearÃâ. A Ãrea experimental localiza-se no municÃpio de IrauÃuba, inserida em um dos nÃcleos de desertificaÃÃo do semiÃrido brasileiro. O clima da regiÃo à do tipo quente e semiÃrido com chuvas de verÃo (mÃdia anual de 530 mm) e Ãndice de aridez 0,34. O solo à do tipo Planossolo NÃtrico Ãrtico tÃpico, A fraco; e a vegetaÃÃo nativa à do tipo Caatinga arbustiva aberta. A principal atividade econÃmica da regiÃo à a pecuÃria extensiva (bovino e ovino) em sobrepastejo, sem uso de prÃticas conservacionistas. O presente trabalho tem como objetivo comparar os processos hidrossedimentolÃgicos de duas encostas em ambiente semiÃrido: uma (370 mÂ) està submetida à prÃtica de pousio desde 2000; enquanto que a outra (468 mÂ) se encontra degradada, sendo usada como Ãrea de pastagem hà mais de vinte anos. As duas encostas possuem as mesmas condiÃÃes de solo, clima e relevo, diferenciando-se somente quanto ao uso e à cobertura do solo. SÃo comparadas analiticamente variÃveis hidrolÃgicas e sedimentolÃgicas. Os experimentos foram realizados entre 01 de janeiro de 2010 e 15 de abril de 2011. Para promover essa comparaÃÃo foram coletados dados de precipitaÃÃo (lÃmina e intensidade), escoamento superficial e perda de solo. A precipitaÃÃo foi de 264 mm em 2010 e de 445 mm atà 15 de abril de 2011, tendo sido registrados 55 eventos nos 16 meses. As chuvas de IrauÃuba demonstraram alta variabilidade espacial: hà diferenÃa estatÃstica (nÃvel de significÃncia de 5%) entre os dois pluviÃmetros usados na pesquisa, embora estejam a uma distÃncia de apenas 200 m. O padrÃo hidrolÃgico das chuvas na regiÃo à de intermediÃrio a atrasado (70% dos eventos), o que causa maior potencial erosivo. Conclui-se, a partir da anÃlise comparativa, que os dez anos de pousio reduziram em 60% o escoamento superficial em relaÃÃo à encosta degradada. A menor precipitaÃÃo capaz de gerar escoamento superficial foi 7,2 mm na encosta degradada, enquanto que esse valor foi de 8,6 mm para a encosta em pousio. Isso demonstra o incremento de abstraÃÃo inicial da encosta preservada, ou seja, sua maior capacidade de retenÃÃo de umidade. O incremento da capacidade de retenÃÃo se dà atravÃs da interceptaÃÃo vegetal, da serrapilheira e da camada superficial do solo. No entanto, observou-se que a maior precipitaÃÃo incapaz de gerar escoamento superficial foi idÃntica (17 mm) nas duas encostas. A explicaÃÃo para tal resultado à que o parÃmetro dominante nesse processo à a estrutura do solo: embora haja diferenÃas na superfÃcie dos solos, os dez anos de pousio ainda nÃo foram capazes de alterar sua estrutura, conforme avaliou Sousa em pesquisa independente. Observou-se que a taxa de decaimento da vazÃo foi sensivelmente afetada pela prÃtica de pousio: a taxa, de 0,107 min-1 na encosta degrada, decresceu para 0,045 min-1 na encosta preservada. A menor taxa de decaimento de vazÃo na encosta em pousio indica o inÃcio da recuperaÃÃo de seu escoamento de base, o que favorece maior permanÃncia da Ãgua no corpo hÃdrico. Os dez anos de pousio tambÃm foram capazes de reduzir a perda de solo. Essa reduÃÃo, de 83% em relaÃÃo à encosta degradada, induz à melhoria das condiÃÃes fÃsicas, quÃmicas e biolÃgicas do solo, responsÃveis pelo incremento da produÃÃo vegetal. Conclui-se, com base nos experimentos aqui realizados, que os dez anos de pousio melhoraram, de modo mensurÃvel, as condiÃÃes hidrolÃgicas e sedimentolÃgicas na encosta semiÃrida. A prÃtica de pousio, portanto, pode ser adotada para fins de recuperaÃÃo de Ãreas de Caatinga degradada. Sugere-se que sejam realizadas novas investigaÃÃes, que avaliem a associaÃÃo dessa prÃtica a outras, a fim de intensificar o processo de recuperaÃÃo de Ãreas degradadas no semiÃrido

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:4802
Date09 September 2011
CreatorsCÃcero Lima de Almeida
ContributorsJose Carlos de AraÃjo, Mirian Cristina Gomes Costa, Francisco Marcus Lima Bezerra, Josà Gerardo Beserra de Oliveira
PublisherUniversidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em Engenharia AgrÃcola, UFC, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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