Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Departamento de Serviço Social, Programa de Pós-Graduação em Política Social, 2016. / Submitted by Camila Duarte (camiladias@bce.unb.br) on 2017-01-18T12:20:00Z
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2016_AnabelleCarrilhodaCosta.pdf: 3245811 bytes, checksum: ea0b305dce9b921e53920ef6c651ddc2 (MD5) / O atual processo de feminização quantitativa e qualitativa do mercado de trabalho é inegável. Entretanto, as mulheres vivem um tipo específico de inserção precarizada no espaço laboral, especialmente diante da recente reestruturação produtiva do capitalismo. Também persiste a existência de ocupações e atividades socialmente feminizadas ou masculinizadas, corroborando os princípios da divisão sexual do trabalho. Neste contexto, a presente pesquisa analisou o fenômeno de feminização do mercado de trabalho, mais especificamente em profissões e áreas do conhecimento historicamente masculinas, tendo como cenário empírico a Mineração. Foi realizado estudo de casos múltiplos em duas grandes empresas privadas (mina a céu aberto e subterrânea) e uma empresa pública, do setor mineral formal. As técnicas de investigação consistiram em observação, análise de documentos e 27 entrevistas com trabalhadoras e trabalhadores das organizações, analisadas qualitativamente. Os resultados apontaram para a reafirmação de que a precarização do trabalho das mulheres é diferenciada. Envolveu na Mineração principalmente a desvalorização velada, exigências técnicas e emocionais constantes, sabotagens, assédios, invisibilidade, entre outros mecanismos de expulsão individuais ou institucionais. Desse modo, a divisão sexual do trabalho é reproduzida e apropriada, em um setor fundamental ao funcionamento e desenvolvimento das sociedades capitalistas. Por outro lado, também possibilitou identificar a lenta ocorrência de desregramentos e ameaças às hierarquias e relações de dominação e opressão baseadas em gênero. Além disso, identificou-se que os principais obstáculos para a feminização da Mineração são atualmente mais simbólicos do que objetivos, advindos da reprodução de contraditórios discursos associados às masculinidades. Portanto, a feminização (ou não) ocorre a partir de uma série de fatores sociais, culturais, históricos, políticos e econômicos, nem sempre lógicos ou racionalmente subservientes apenas à lucratividade. Em relação às políticas sociais e empresariais, as medidas identificadas caracterizavam-se como ações afirmativas de inserção, mas não garantiram a permanência perene e bem-sucedida das mulheres em espaços tradicionalmente masculinizados. Os benefícios concedidos, assegurados ou não pela
legislação, reafirmavam o lugar das mulheres como mães e únicas responsáveis pelos cuidados, priorizando necessidades práticas em detrimento de interesses estratégicos. Concluiu-se que compreender a feminização de espaços tradicionalmente masculinizados é importante para a compreensão dos desafios gerais colocados ao labor das mulheres e às políticas sociais nas atuais relações de trabalho capitalistas. Porém, é necessário também questionar o setor mineral e o capitalismo como um todo. A centralidade material e simbólica da Mineração para o nível de desenvolvimento das sociedades capitalistas atuais, constituídas sobre a exploração humana e a degradação ambiental, são temas que questionam também aos feminismos acerca de um projeto societário mais amplo. / The current process of quantitative and qualitative feminization of the labor market is undeniable. However, women live a specific type of precarious insertion in the labor space, especially in light of the recent productive restructuring in capitalism. It also persists the existence of occupations and activities socially feminized or masculinized, supporting the principles of the sexual division of labor. In this context, the present study examined the feminization phenomenon in the labor market, specifically in professions and knowledge areas of historically male dominance, using Mining as the empirical setting. Multiple case studies were conducted in two large private companies (open pit and underground mining) and a public company of the formal mining sector. The research techniques consisted of observation, analysis of documentation and 27 interviews with organizations´ workers, male and female, qualitatively analyzed. The results pointed to the reaffirmation that the precariousness of women's work is differentiated. In mining, it showed mainly veiled devaluation, constant technical and emotional demands, sabotage, harassment, invisibility, among other individual or institutional expulsion mechanisms. Thus, the sexual division of labor is reproduced and appropriate, in a key sector for the operation and development of capitalist societies. On the other hand, it was also possible to identify the slow occurrence of excesses and threats to hierarchies and relations of domination and oppression based on gender. In addition, it was found that the main obstacles to the feminization of Mining are currently more symbolic than material, arising from the reproduction of contradictory speeches associated with masculinity. Therefore, the feminization (or not) occurs from a range of social, cultural, historical, political and economic factors, not always logical or rational, subservient only to profitability. With regard to business and social policies, the measures identified were characterized as affirmative insertion actions, but did not guaranteed the lasting and successful permanence of women in traditionally masculinized spaces. The given benefits, guaranteed or not by law, reaffirmed the role of women as mothers and caregivers only, prioritizing practical needs rather than strategic interests. The conclusion was that the understanding of the feminization of
traditionally masculinized spaces is important for the understanding of the general challenges to the women´s work and social policies in the current capitalist labor relations. However, it is also necessary to question the mineral sector and capitalism as a whole. The material and symbolic centrality of mining to the level of development of current capitalist societies, built over human exploitation and environmental degradation are issues that also question the feminism about a broader societal project.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/22237 |
Date | 04 November 2016 |
Creators | Costa, Anabelle Carrilho da |
Contributors | Teixeira, Marlene Rodrigues |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB |
Rights | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data., info:eu-repo/semantics/openAccess |
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