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Além da cortina preta / Além da cortina preta

Em determinados momentos do dia ou da noite, acúmulos de cores e densidades luminosas, silêncios ensurdecedores e indefiníveis vazios, despertam a minha atenção: são episódios e acontecimentos de uma rotina. Uma rotina que inclui, nas andanças pela cidade, o porte de uma máquina fotográfica, coisa que poderia ser dita a respeito de qualquer um de seus usuários, não fosse esse dispositivo uma espécie de prolongamento do meu corpo e consciência. A captura de imagens por meio dessa \"consciência protética\", mediante diferentes gêneros de câmeras fotográficas (analógicas e digitais), e o tratamento das mesmas, ao longo de todo o processo de fabricação do trabalho (sobreposição e condensação de imagens) apresentam um conjunto de impressões visuais que se destinam a compor um experimento estético: não-vazios, não lugares, caminhos que se sobrepõem até já não mais poderem ser trilhados. A cidade, de repente, torna-se um lugar de ninguém, um lugar de passagem despido de qualquer materialidade: uma pura superfície expressiva. A cidade-imagem, fluída e flutuante, devém aquosa, inventada por meio de infiltrações de luz, para além da cortina preta... / During certain moments of day or night, the accumulation of colors and bright densities, deafening silences and indistinct emptinesses, rouse my attention: They are scenes and events of a more or less usual routine. Routine that includes, when drifting through the city, the possession of a camera, something that could be said about ony of its inhabitants, noteworthy is the fact that there is a kind of prolongation that makes this camera part of my body and consciousness. Meanwhile, the capture of images through different cameras (analogical and digital) and the treatment of those images during the whole course of processing, like the superposition of one image to another, reveals a wide range of visual impressions that fulfill an esthetic experience: no-emptiness, no-places, paths that overlap until they can no longer be trailed. The city, suddenly, is a no one-man place, a passage free of any materialism: a pure expressive surface.The city-image, fluid and floating, becomes watery, invented by the infiltration of the light, beyond the black curtain

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-18072009-203415
Date06 February 2007
CreatorsSanovicz, Vera Pilnik
ContributorsOliveira, Branca Coutinho de
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeDissertação de Mestrado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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