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Previous issue date: 2007-11-27 / Financiadora de Estudos e Projetos / Dans la bibliographie concernant la psychanalyse lacanienne aussi bien que dans celle de l'histoire des idées en France dans la seconde moitié du XXème siècle, on trouve souvent l'indication de Jacques Lacan comme l une des figures les plus représentatives d'une certaine forme de penser que l'on a rétroactivement convenu de nommer "structuralisme" et dont les origines remontent aux recherches et propositions anthropologiques de Claude Lévi-Strauss. Tout d'abord, cette recherche essaie d'analyser non pas seulement la pertinence d'une telle indication, mais également les lignes de force et le mouvement théorique plus profond qui y sont impliqués. Autrement dit, elle pose initialement la question suivante: si Lacan a en effet subi une forte influence de l'anthropologie structurelle, à quoi, exactement, cela peut-il être imputé? Au champ psychanalytique, quelles sont les inquiétudes théoriques auxquelles la référence à la structure est supposée répondre? Comment a-t-elle été introduite dans une démarche qui avait déjà pris forme au sein de projets orientés vers la psychiatrie et la psychologie? Puis, le travail se tourne vers les tâches héritées de ce dialogue: il faut analyser les redescriptions lacaniennes de processus propres à la psychanalyse (OEdipe, psychose et désir, par exemple), ainsi que quelques thèmes philosophiques qui y sont liés, tels que les conceptions de vérité et de réalité et le problème de la présence d'une ontologie. La continuité de la recherche s'est imposée de par les résultats obtenus jusqu alors. Car dialoguer avec la structure exige, de la psychanalyse qui le fait, la rénovation de la pensée sur le sujet. La manière, déjà bien connue, dont elle s'en interroge apporte les termes suivants: dès que l'on assume que l'inconscient est structuré comme un langage, qu'est-ce que le sujet? C'est la confrontation jusqu'aux dernières conséquences à cette question qui, à son tour, contraint le psychanalyste à s acheminer vers un certain dépassement de la structure qui, naturellement, ne correspond pas à son abandon, mais à son ouverture, alors exprimée dans la notion de signifiant d'un manque dans l'Autre. On verra dans quel sens le surgissement, dans la théorie, de l'objet a opérateur central de la psychanalyse lacanienne n'est pas étranger à un tel parcours. / É comum encontrarmos na bibliografia relativa tanto à psicanálise lacaniana quanto à história das idéias na França da segunda metade do século XX a indicação de Jacques Lacan como uma das figuras mais representativas de uma certa forma de pensar que se convencionou chamar, retroativamente, de "estruturalismo" e que teve uma de suas origens nas investigações e propostas antropológicas de Claude Lévi-Strauss. A presente pesquisa busca, em um primeiro momento, analisar, além da pertinência de tal indicação, as linhas de força e o movimento teórico mais profundo nela envolvidos. Dito de outro modo, ela levanta inicialmente a seguinte questão: se Lacan de fato sofreu sobremaneira a influência da antropologia estrutural, a que, exatamente, isso pode ser creditado? A quais inquietações teóricas a referência à estrutura é suposta responder em psicanálise? Como ela se inseriu em uma démarche que já havia tomado alguma forma no seio de projetos direcionados à psiquiatria e à psicologia? Em seguida, o trabalho se volta para as tarefas herdadas com esse diálogo, procurando analisar as redescrições lacanianas de processos próprios à psicanálise (Édipo, psicose e desejo, por exemplo), bem como algumas indagações filosóficas que delas se depreendem, tais como as concepções de verdade e realidade e o problema da presença de uma ontologia. A continuidade da investigação se impôs com os resultados até aí obtidos. Pois dialogar com a estrutura exige da psicanálise que o faz a colocação da pergunta pelo sujeito. Sua formulação, já célebre, traz os seguintes termos: uma vez tenha-se assumido que o inconsciente é estruturado como uma linguagem, o que pode ser o sujeito? É a confrontação até as últimas conseqüências com essa questão que, por sua vez, constrange o psicanalista a encaminhar uma certa ultrapassagem da estrutura que, naturalmente, não corresponde a seu abandono, mas à sua abertura, então expressa na noção de significante de uma falta no Outro. Ver-se-á em que sentido o surgimento, na teoria, do objeto a operador central da psicanálise lacaniana não é alheio a tal percurso.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufscar.br:ufscar/4768 |
Date | 27 November 2007 |
Creators | Sales, Léa Silveira |
Contributors | Simanke, Richard Theisen |
Publisher | Universidade Federal de São Carlos, Programa de Pós-graduação em Filosofia e Metodologia das Ciências, UFSCar, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | French |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSCAR, instname:Universidade Federal de São Carlos, instacron:UFSCAR |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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