Durante as últimas duas décadas, as técnicas de análise de esteroides fecais têm sido utilizadas para pesquisa em endocrinologia reprodutiva em diversas espécies animais silvestres de vida livre, ou cativeiro. O presente estudo propõe a validação da técnica do ensaio imunoenzimático antiprogestinas CL425 e antiandrógenos R156/7 fecais em papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea). Objetiva-se descrever os perfis endócrinos anuais dos esteroides sexuais urofecais em Amazona vinacea com potencial aplicação para o aprimoramento do manejo reprodutivo da espécie. Foram utilizados 10 casais adultos da espécie Amazona vinacea mantidos em viveiros suspensos, em Lomba Grande, Rio Grande do Sul, Brasil. As excretas foram coletadas duas vezes por semana, entre maio de 2012 e maio de 2013. O monitoramento da atividade gonadal foi feito por mensuração de metabólitos de andrógenos nas excretas dos machos e progestágenos, nas de fêmeas. Foram coletadas amostras frescas de excretas, consistentemente, entre 12h00min e 16h00min e mantidas congeladas até o processamento. O perfil anual de andrógenos nas excretas de machos de A. vinacea apresentou médias mensais variáveis de 25,9 ng/g, em janeiro até 125,7 ng/g, em setembro. O perfil anual de progestinas nas excretas de fêmeas A. vinacea, as médias mensais variaram de 2,76 ng/g, em dezembro até 45,7 ng/g, em setembro. Os perfis reprodutivos apresentaram variação na atividade hormonal, durante a fase reprodutiva. Porém, comparando-se casais reprodutores com não-reprodutores, observa-se que os níveis de progestágenos não diferiram significativamente entre fêmeas que fizeram postura e aquelas que não fizeram. Entretanto, os níveis de andrógenos diferiram significativamente entre reprodutores e não-reprodutores. Diferenças hormonais foram observadas nas diferentes estações anuais, tanto nos machos, quanto nas fêmeas. Dados metereológicos de temperatura e insolação demostraram correlação negativa com os perfís anuais de progestágenos. A utilização da metodologia aqui mencionada demonstrou aplicabilidade, praticidade e segurança como ferramenta para o estudo da fisiologia e do manejo reprodutivos de Amazona vinacea. / During the last two decades, the techniques of analysis of fecal steroids have been applied for studying reproductive profiles in many species of captive wild and free living wild animals. The advantages of this methodology are widely understood. This study aimed to validate the anti- CL425 progestin and anti-R156/7 androgen enzyme immunoassay in fecal samples from parrot-breasted-purple (Amazon vinacea). This communication describes the annual endocrine profiles of urofecal sex steroids in Amazona vinacea with potential application for improving the species reproductive management. In total, 10 adult A. vinacea pairs kept in suspended aviaries in southern Brazil were studied. Excreta samples were collected twice weekly between May 2012 and May 2013. Gonadal activity was monitored by measurement of androgen and progestin metabolites in excreta of birds. Fresh excreta samples were collected always between 12:00 and 16:00 hs, and kept frozen until processing. The samples were dried at 57oC, hormones crushed and extracted using 80% methanol. The hormone dosage was performed at the Laboratory of Endocrinology, NUPECCE (Center for Research and Conservation of Deer, Jaboticabal, SP) using enzyme immunoassay with antibody to androgen and progestin. Feces from 5 A. vinacea pairs were used in two distinct periods for assay validation, within and outside the breeding season. Tests included Parallelism, Dose-Response, and Physiological Validation. It was concluded that the enzyme immunoassay for determining progestin and androgen profiles in urofecal samples from A. vinacea is accurate, precise and reliable. The annual profile of androgen in excreta of A. vinacea resulted the following monthly averages: January 25.9 ± 3.7 ng/g (n = 90); February 28.7 ± 3.2 ng/g (n = 60); March 31 7 ± 17.7 ng/g (n = 80); April 27.9 ± 5.5 ng/g (n = 90); May 43.3 ± 7.9 ng/g (n = 90); June 49.1 ± 15.9 ng/g (n = 80); July 36.5 ± 7.5 ng/g (n = 90); August 86.9 ± 46.2 ng/g (n = 90); September 42 125.7 ± 1 ng/g (n = 80); October 110.3 ± 63.2 ng/g (n = 90); November 74.2 ± 57.7 ng/g (n = 90) and December 43.3 ± 13 4 ng/g (n = 80). The monthly averages in the annual profile of progestin in excreta of A. vinacea were as follows: January 7.2 ± 0.9 ng/g (n = 90); February 9.26 ± 1.3 ng/g (n = 60); March 15 8 ± 2.9 ng/g (n = 80); April 14.15 ± 1.85 ng/g (n = 90); May 16.05 ± 3.16 ng/g (n = 90); June 11.85 ± 2.54 ng/g (n = 80); July 11.89 ± 2.17 ng/g (n = 90); August 13.52 ± 3.48 ng/g (n = 90); September 55 ± 45.7 ng/g (n = 80); October 15.44 ± 24.91 ng/g (n = 90); November 4.27 ± 6.42 ng/g (n = 90) and December 2.76 ± 0.42 ng/g (n = 80). Reproductive profiles showed variation in hormonal activity during the reproductive phase. When comparing breeding to non-breeding pairs, it was observed that the progestin levels did not differ significantly between laying and not-laying birds. However, the androgen levels differed significantly between breeding and non-breeding birds. In addition, hormonal differences were observed in both male and female birds in accordance with different annual seasons. Meteorological temperature and insolation data showed a negative correlation with the annual progestin profiles. Measurement of androgen and progestin metabolites in A. vinacea feces proved to be a practical and safe tool for studying reproductive physiology and management of the species.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/103490 |
Date | January 2014 |
Creators | Stein, Gisele Guiomara |
Contributors | Diaz Gonzalez, Félix Hilário, Barbanti , José Maurício |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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