Um momento chave para o entendimento da evolução da linhagem filogenética da Geomorfologia é o pós-Segunda Guerra Mundial, quando profundas transformações sociais, econômicas e culturais, contribuem para uma nova fase do pensamento científico, mais objetivo e pragmático, e é nesse momento em que a Geomorfologia americana passa por uma quebra de seu paradigma. A construção do conhecimento sobre os processos naturais é antiga e passa por uma série de evoluções ao longo da história, merecendo destaque o estabelecimento dos estudos a partir da revolução científica do século XVII, quando a Geologia começa a ser organizada como um corpo de conhecimento bem definido, e dentro dele, a Geomorfologia aparece como uma importante base de estudos sobre a evolução do relevo. A segunda metade do século XIX é dominada pela influencia de William Moris Davis, que através de seus estudos estabeleceu um modelo de evolução do relevo, denominado de Ciclo Geográfico, dominado por fases de acordo com o grau de transformação provocada pelos rios. Essa teoria, calcada em uma abordagem histórica e geológica, acaba sendo largamente utilizada nos Estados Unidos, Europa Ocidental (exceto Alemanha) e países de língua inglesa em geral. Porém em 1945 é publicado um artigo seminal de Robert E. Horton, que é considerado o ponto de mudança e quebra do paradigma davisiano, ao servir de base para uma série de grupos que desenvolvem uma leitura da Geomorfologia muito mais voltada para a análise de processos, com bases na engenharia e na física, sendo que esse novo enfoque costuma receber o nome de Geomorfologia quantitativa. Dois grupos se destacam nessa transformação, um organizado por Arthur N Strahler, da Universidade de Columbia; e outro constituído por pesquisadores da USGS, unidos pela figura de Luna Leopold. Durante a década de 50 e 60 esses grupos publicaram uma série de artigos e livros que acabam por influenciar os estudos da Geomorfologia fluvial até os dias atuais, buscando a construção de um novo paradigma pós-davisiano, baseado na utilização da linguagem matemática e na formulação de leis, numa clara inspiração nos preceitos do positivismo lógico, inaugurando assim uma nova fase na Geomorfologia, que ainda mantem algumas características estabelecidas nesse período. / A key point for understanding the evolution of phylogenetic lineage of Geomorphology is the post-World War II, when profound social, economic and cultural transformations, contribute to a new phase of scientific thought, more objective and pragmatic, and that is when the American geomorphology involves a breach of its paradigm. The construction of knowledge about natural processes is old and undergoes a series of changes throughout history, with emphasis the establishment of studies from the scientific revolution of the seventeenth century, when the geology begins to be organized as a body of knowledge well defined, and within it, geomorphology appears as an important foundation for studies on the evolution of relief. The second half of the nineteenth century is marked by the influence of William Moris Davis, who through their studies established a model for the evolution of relief, named Geographic cycle, dominated by stages according to the degree of transformation caused by rivers. This theory, based on a historical and geological approach ends up being widely used in the United States, Western Europe (excluding Germany) and English-speaking countries in general. But in 1945 is published a seminal article by Robert E. Horton, who is considered the turning point and breaks of the davisian paradigm, to serve as the basis for a number of groups who develop a reading of Geomorphology much more focused on process analysis with bases in engineering and physics, and this new approach is usually given the name of \"quantitative geomorphology. Two groups stand out in this transformation, one organized by Arthur N Strahler, Columbia University; and another consisting of researchers from the USGS, united by the figure of Luna Leopold. During the 50s and 60s these groups published a series of articles and books that end up influencing the study of fluvial geomorphology to the present day, seeking the construction of a new post-davisian paradigm, based on the use of mathematical language and formulation of laws, a clear inspiration in the precepts of logical positivism, thus inaugurating a new phase in Geomorphology, which still maintains some characteristics established in this period.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-13052015-114236 |
Date | 01 December 2014 |
Creators | Luiz Gustavo Meira Barros |
Contributors | Antonio Carlos Colangelo, Adilson Avansi de Abreu, Antonio Carlos Vitte |
Publisher | Universidade de São Paulo, Geografia (Geografia Física), USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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