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Mudanças na paisagem da Lagoa de Ibiraquera e a gestão da sua fauna silvestre

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Geografia / Made available in DSpace on 2013-07-16T02:22:28Z (GMT). No. of bitstreams: 0 / O modo de produção açoriano, caracterizado pelo minifúndio, pela policultura de subsistência, pela pesca e pelo extrativismo animal e vegetal, permitiu a manutenção do modo de vida tradicional dessa população na Paisagem da Lagoa de Ibiraquera (PLI), Estado de Santa Catarina, desde 1830 até a década de 70 do século passado. Porém, os custos ambientais destas atividades, revelarem-se elevados, levando ao desaparecimento da maior parte da cobertura vegetal e da fauna silvestre até 1957. Os principais fatores relacionados a essa perda estiveram associados à extração de lenha e a conversão de ambientes naturais em Agricultura e Campo. Haviam poucas práticas conservacionistas no uso de 71 espécies da fauna silvestre atuais e extintas da PLI (47 aves, 21 mamíferos de médio e grande porte e 3 répteis). No final da década de 70 a PLI encontrava-se em uma crise gerada principalmente pelo desgaste dos solos, carência de energia proveniente da lenha e por uma crise na pesca da Lagoa de Ibiraquera. A instalação das redes sócio-espaciais (BR 101, eletricidade e telefonia) possibilitou a saída da crise pela chegada de capital externo e disponibilização de tecnologias. Os fragmentos de vegetação nativa ainda existentes foram mantidos e houve uma diminuição da pressão da caça, coleta de ovos e da captura para o cativeiro em função: (i) da mudança na percepção da fauna silvestre como fonte de alimento, remédio, lazer e praga; (ii) da dificuldade de circulação entre as propriedades; (iii) substituição das normas locais, pouco conservacionistas para o manejo da fauna silvestre, por normas legais marcadamente preservacionistas e; (iv) da maior atuação Polícia Militar e do IBAMA a partir da década de 90. Porém o aumento da área urbana e a contaminação de ambientes naturais geraram restrições para o seu estabelecimento e atualmente existe uma nova crise sócio-ambiental gerada pela estratificação social da PLI que compromete a manutenção da sua resiliência. O Fórum da Agenda 21 Local da Lagoa de Ibiraquera buscado responder a essa nova crise pela negociação entre os atores sociais e a articulação interescalar. O caso da PLI demonstra que os reflexos da postura preservacionista adotada pelo Estado durante o período militar, sentidos após a instalação das redes sócio-espaciais, levou a um preconceito quanto ao uso da fauna silvestre. Porém, com o retorno da democracia, a legislação têm possibilitado a criação de planos de manejo que promovam o uso sustentável da fauna silvestre. Advoga-se por uma co-gestão adaptativa da fauna silvestre voltada para o ecodesenvolvimento.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/102930
Date January 2005
CreatorsFreitas, Rodrigo Rodrigues de
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Beltrame, Angela da Veiga, Vieira, Paulo Henrique Freire
PublisherFlorianópolis, SC
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format194 f.| mapas
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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