Introdução: As infecções virais respiratórias agudas são as doenças mais comuns em humanos e estão associadas a grande morbidade e mortalidade em crianças, principalmente menores de 2 anos de idade, sobretudo nos países em desenvolvimento e em idosos nos países desenvolvidos. As crianças que apresentam cardiopatias congênitas estão mais susceptíveis a adquirir infecção viral devido à sua mecânica pulmonar alterada, o que pode gerar diversas complicações tanto no período pré-operatório quanto no período pós-operatório, tais como aumento no tempo de internação hospitalar, maior tempo de ventilação mecânica e maiores taxas de mortalidade. Este estudo teve como objetivo identificar a epidemiologia das infecções virais respiratória em crianças com cardiopatia congênita e comparar os desfechos: tempo de internação, tempo de ventilação mecânica e mortalidade, na presença ou não de infecção viral respiratório e determinar qual o momento que essas crianças adquirem a infecção viral. Trata-se de estudo longitudinal, observacional, do tipo coorte. Foram coletadas amostras de secreção nasofaringe no período pré e pós operatório de todos os pacientes submetidos à cirurgia cardíaca e analisados os dados gerais dos pacientes durante o tempo de internação no centro de terapia intensiva pediátrica, por meio de prontuário médico, entre maio de 2013 a maio de 2014. Resultados: Foram analisados 43 pacientes. Foi encontrada elevada prevalência de vírus respiratórios (39%) em crianças com cardiopatia congênita. No presente estudo não houve diferença estatisticamente dos desfechos em relação a infecção viral respiratória no modelo estatístico bivariável, por motivo de interferência de variáveis confundidoras, idade e RACHS-1. A seguir, foram ajustados modelos de regressão multivariável, para analisar os desfechos com a variáveis idade, RACHS-1 e infecção viral. A variável infecção viral respiratória apresentou efeito estatisticamente significativo no desfecho diferença arteriovenosa de oxigênio, enquanto as covariáveis idade e RACHS-1 tiveram efeito significativamente em todos os desfechos pesquisados no estudo. Conclusão: A prevalência de infecção viral respiratória em crianças submetidas a cirurgia cardíaca é alta. A infecção viral respiratória não apresentou efeito sobre os principais desfechos, apenas na diferença arteriovenosa de oxigênio / Introduction: Acute respiratory viral infections are the most common diseases in humans and are associated with high morbidity and mortality in children, especially those under two years of age, particularly in developing countries, and in the elderly from developed countries. Children with congenital heart disease are more likely to get viral infections due to their altered lung mechanics, which can lead to several complications in both the preoperative and postoperative period, such as increased hospital stay, longer mechanical ventilation and higher mortality rates. This study aimed to identify the epidemiology of respiratory viral infections in children with congenital heart disease, to compare the outcomes: hospital stay, duration of mechanical ventilation and mortality, in the presence or absence of respiratory viral infection, and determine the time when these children acquire viral infection. This is a longitudinal, observational cohort study. Nasopharyngeal secretion samples were collected pre- and postoperatively for all patients undergoing cardiac surgery. General data of patients were obtained during hospital stay from medical records, from May 2013 to May 2014. Results: We enrolled 43 patients. We found a high prevalence of respiratory viruses (39%) in children with congenital heart disease. In this study there was no statistically significant difference in outcomes in relation to respiratory viral infection in bivariate statistical model, because of interference from confounding variables, age and RACHS-1. We then used multivariate regression models to analyze outcomes with respect to independent variables age, RACHS-1 and viral infection. Respiratory viral infection showed a statistically significant effect on the outcome arteriovenous oxygen difference, while the covariables age and RACHS-1 showed significant effects on all outcomes investigated in the study. Conclusion: The prevalence of respiratory viral infection in children undergoing cardiac surgery is high. Respiratory viral infection did not affect the outcome, just in arteriovenous oxygen difference
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-28072016-093306 |
Date | 08 April 2016 |
Creators | Silva, Thalis Henrique da |
Contributors | Carmona, Fabio |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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