Return to search

A hegemonia institucional, a responsabilidade social e o compromisso ético da organização produtiva

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. / Made available in DSpace on 2012-10-21T03:18:22Z (GMT). No. of bitstreams: 0 / É patente a centralidade das organizações produtivas na vida social e individual modernas. Seu alcance e influência situa-se para além das questões técnicas ou sistêmicas da economia tradicional. Entender e orientar-se a partir desta influência passa a ser uma questão ética, pois está em jogo, mais que a realização empresarial, a realização do Bem e da Justiça dos Homens. Julga-se como importante ajudar a estabelecer um vínculo possível e legítimo entre as atividades das organizações produtivas e as pessoas que as desenvolvem. A conseqüente expansão do compromisso ético e da responsabilidade social se deve ao momento histórico-cultural de hegemonia institucional da organização produtiva. É sabido que, embora a responsabilidade final pela realização individual seja de cada sujeito, a influência da história e da cultura representa para o indivíduo humano, uma espécie de "segunda natureza". Por isso é apropriada a descrição do filósofo espanhol José ORTEGA y GASSET "eu sou EU e MINHAS CIRCUNSTÂNCIAS", aqui utilizada como base antropológica. Porém, as categorias orteguianas de análise do "eu" esclarecem-se melhor quando expressas por meio da nomenclatura psicanalítica, que nomeia movimentos básicos dos indivíduos em direção ao ato de se tornarem sujeitos; também a presença das "circunstâncias" pode ser melhor vislumbrada por meio de elementos fundamentais do pensamento político de Antonio GRAMSCI, especialmente os conceitos de bloco histórico e hegemonia. A análise da história do Ocidente permite identificar ali diversos blocos históricos e, dentro de cada um deles, a presença inequívoca de instituições hegemônicas a exercerem o poder moral de condução da realização de indivíduos. A hegemonia institucional, o poder de condução concedido pelos indivíduos num certo quadrante da História e da cultura a um grupo cultural especialista, mantém-se pela capacidade deste grupo em realizar seres humanos. Assim, o homem medieval orientou-se prioritariamente pelo conteúdo transcendentalista da Igreja Cristã, o homem moderno pelo conteúdo individualista da "Coroa". O homem pós moderno tem duas orientações fundamentais: uma orientação socialista, conduzida especialmente pelo Estado Político, até a primeira metade do século XX, e uma orientação materialista, construída na segunda metade do século XX. A instituição a que se atribui a hegemonia social nesta última parte da história é justamente a organização produtiva. Vislumbram-se, porém, novos e rápidos movimentos culturais e anseios individuais que obrigam a organização produtiva a deixar sua área de especialização (realização material) e adentrar áreas novas: a diversidade de atendimento é o preço a ser pago pela manutenção da hegemonia social. Por isso, seus pensamentos e ações têm hoje uma amplitude maior: o compromisso ético de realizar homens integralmente ... ou perder a hegemonia. Sugerem-se, finalmente, possíveis caminhos circunstanciais da cultura e algumas necessidades de adaptação para que a organização produtiva possa manter-se hegemônica.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/86069
Date January 2003
CreatorsSantos, Antônio Raimundo dos
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Fialho, Francisco Antonio Pereira
PublisherFlorianópolis, SC
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0085 seconds