O objeto de estudo deste trabalho são as obras The Country and the City, de Raymond Williams, publicada em 1973, e Duas Meninas, de Roberto Schwarz, de 1997. Na primeira, o foco incide principalmente sobre a obra de Thomas Hardy e o romance Jude, the Obscure, autor de fundamental importância para Williams; na segunda, em Dom Casmurro, de Machado de Assis, e em Minha Vida de Menina, de Helena Morley. A partir da premissa de que a crítica de arte pode e deve ser um instrumento de aferição social, tanto Williams quanto Schwarz questionam os pressupostos da cultura hegemônica e da tradição literária, com consequências não só para a literatura como também para a sociedade. Em Cambridge, Williams constata um problema de perspectiva histórica na representação do meio rural, ligado à ideologia que sustenta o sistema capitalista no centro, cujo avanço e democracia acredita serem questionáveis. No Brasil, na periferia do capitalismo, Roberto Schwarz detecta a reposição do atraso, por vezes aparentemente em vias de ser superado, como constata a partir das dinâmicas sociais explicitadas em Minha Vida de Menina. Assim, esta tese discute os pressupostos teóricos de Williams e de Schwarz, com a finalidade de explicitar os modos como os dois críticos leem a literatura, a sociedade e a tradição. O objetivo é o de demonstrar que a crítica literária pode ser uma ferramenta de produção de conhecimento, e que, vistos pelo olhar desses críticos, Brasil e Inglaterra, centro e periferia do capitalismo, têm muito a revelar um sobre o outro. / The aim of this study is to present a reading of The Country and the City, by Raymond Williams, published in 1973, and Duas Meninas, by Roberto Schwarz, 1997. In order to exemplify Williamss way of approaching literature, I investigate how the critic analyses the work of Thomas Hardy, especially the novel Jude, the Obscure. Departing from the idea that cultural criticism could and should be an instrument of social assessment, both Williams and Schwarz question the hegemonic culture and the literary tradition, with consequences both to society and literature, in the works mentioned above. In Cambridge, Williams realizes that there usually is a problem of perspective whenever the country is depicted in the English literature, a problem connected to the ideology that sustains the capitalist system in the center. To him, both progress and democracy can be put to doubt in there. In Brazil, the periphery of capitalism, Roberto Schwarz points to the reinstatement of old social problems, at times apparently almost to be left behind, as proven by the social dynamics found in Minha Vida de Menina, by Helena Morley. Therefore, in this dissertation I discuss the main topics of the theoretical apparatus of Williams and Schwarz, aiming at demonstrating how both critics approach literature, society and tradition. The main drive of this paper is to demonstrate that literary criticism could and should be a tool to enlighten the knowledge a society has of itself, and that, seen through the perspective of these critics, Brazil and England, center and periphery of capitalism, are pieces that have a lot to reveal about each-other.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-28052010-113157 |
Date | 12 April 2010 |
Creators | Adriana Fernandes Morelli |
Contributors | Maria Elisa Burgos Pereira da Silva Cevasco, André Luiz de Lima Bueno, Alexandre Villibor Flory, Jose Antonio Pasta Junior, Marcos Cesar de Paula Soares |
Publisher | Universidade de São Paulo, Letras (Estudos Lingüísticos e Literários em Inglês), USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0014 seconds