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Atividade de aprendizagem em museus de ciências / Learning activity in science museums

Os museus, independentemente de sua tipologia e contexto de origem, mantêm em comum seu caráter de conservação e preservação do patrimônio cultural, bem como sua disponibilidade em ressignificá-lo. Embora historicamente o papel social dessas instituições tenha se alternado em força e motivos, uma dimensão torna-se evidente: os museus, nos modelos conhecidos hoje, apresentam-se como espaços educativos, organizados, com conhecimento humano historicamente construído, compartilhado e reproduzido por sujeitos ativos. Mas como os museus conduzem desse processo, considerando seu público como composto por sujeitos que atribuem valores e significados a esse patrimônio? Buscando uma reflexão sobre o entendimento do papel social dos museus no que tange à apropriação e re-produção da cultura, foi utilizado o referencial histórico-cultural, baseado nas ideias de Vigotski, Leontiev e Davidov e focado o processo de aprendizagem de conceitos e práticas. Com essa escolha, procurou-se compreender como está estruturada uma atividade de aprendizagem, de ressignificação do patrimônio, em museus de ciências. Assumiu-se, a priori, que essas instituições são locais em que o processo de aprendizagem está presente, mas não necessariamente a atividade de aprendizagem. Diferenciou-se, portanto, aprendizagem de atividade de aprendizagem, considerando-se que, a última, deveria ser investigada. Foi escolhida uma instituição para análise, o Museu Biológico do Instituto Butantan, e procurou-se compreender o atual uso de sua exposição de longa duração, por meio de uma perspectiva histórica. Para isso, foram analisados documentos oficiais e acervos institucionais e pessoais relacionados às práticas de educação em ciências e divulgação científica realizadas pelo Instituto Butantan desde sua criação, em 1901. Os macrociclos de atividade de aprendizagem expansiva encontrados permitiram compreender a atual exposição não somente como produto dos anseios e pressupostos da equipe de profissionais envolvidos, mas como fruto de atividades desenvolvidas por todo um século, que influenciam atualmente as interações estabelecidas entre público e instituição. Em um nível maior de escala, foi realizada a análise de ciclos e microciclos de aprendizagem por meio do olhar de visitantes e monitores. Para isso, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, registradas em áudio e vídeo, com mediadores do museu e famílias de visitantes. Os referenciais utilizados nessa investigação, incluindo o conceito de comunidades de prática, ofereceram dicas importantes de organização da atividade educativa em museus de ciências, especialmente relacionadas ao posicionamento do objeto museal como artefato mediador. Elementos como o uso de modelos germinais e de situações-problema, a seleção de conceitos e práticas nucleares, a promoção da ascensão do abstrato ao concreto, o movimento entre ações e operações, a zona de desenvolvimento imediato como propulsora do desenvolvimento, a mediação semiótica e social apresentaram-se como elementos importantes para a práxis profissional dos educadores de museus. Com as relações estabelecidas entre a Teoria da Atividade e a Aprendizagem em Museus, espera-se que esta investigação tenha contribuído para o entendimento dos museus como estruturas mediadoras, facilitadoras das múltiplas possibilidades de interação entre o sujeito e a cultura. / The museums have in common the character of cultural heritage conservation and extroversion regardless of their kind and origin context. Although historically the social role of these institutions have been changing in power and reasons, a dimension becomes clear: the museums, the model known today, are educational spaces, organized with human knowledge historically constructed, shared and re-produced by active subjects. How do the museums lead this process, considering their audience as composed of individuals that give values and meanings to this heritage? Intending a discussion on understanding the social role of museums in terms of appropriation and re-production of culture, we used the historical-cultural approach, based on the ideas of Vygotsky, Leontiev and Davydov and we focused on the process of learning concepts and practices. With this choice, we aimed to understand how the learning activity is structured in science museums. We have assumed a priori that these institutions are places where the learning process is present but not necessarily the activity of learning. We distinguished, therefore, \"learning\" from \"learning activity\", considering that the latter should be investigated. An institution was chosen for analysis, the Biological Museum of Butantan Institute, and we tried to understand its long-term exhibition through a historical perspective. For this, we analyzed documents and institutional and personal collections related to science education and science communiation practices held by the Butantan Institute since its creation (1901). The macrocycles of expansive learning founded helped us to understand the current exhibition not only as a product of the anxieties and assumptions of the team of professionals involved, but as a result of activities developed in a whole century, which currently affect the interactions between audience and institution. On a higher level of scale, the analysis of cycles and microcycles of learning activity was developed by the point of view of visitors and monitors. For that, semi-structured interviews with museum explainers and visitor families were recorded on audio and video. The theoretical approaches used in this research, including the concept of \"communities of practice\", offered important tips for organizing the educational activities in science museums, especially related to the positioning of the museum object as mediator artifact. Elements such as the use of germ-cell models and inquiry situations, the selection of nuclear concepts and practices, the promoting of the ascending from abstract to concrete, the movement between actions and operations, the use of the proximal development zone, the social and semiotic mediation, were described as important for the professional praxis of museum educators. With the relationship between activity theory and learning in museums, it is expected that this research may contribute to the understanding of museums as \"mediators\" structures which facilitate the many possibilities of interaction between the individuals and culture.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-15092009-132843
Date14 August 2009
CreatorsAlessandra Fernandes Bizerra
ContributorsMartha Marandino, Marcelo Giordan, Manoel Oriosvaldo de Moura, Silvania Sousa do Nascimento, Douglas Falcão Silva
PublisherUniversidade de São Paulo, Educação, USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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