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O fantasma da palavra: a poética da ausência em A menina morta, de Cornélio Penna / The phantom of the word: the poetics of absence in A menina morta (The Dead Girl), by Cornélio Penna

MOREIRA, Douglas Carlos de Paula. O fantasma da palavra: a poética da ausência em A menina morta, de Cornélio Penna. 2016. 152f. – Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-Graduação em Letras, Fortaleza (CE), 2016. / Submitted by Gustavo Daher (gdaherufc@hotmail.com) on 2017-02-09T15:39:28Z
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Previous issue date: 2016 / This work intends to study the voids, the gaps and the textual absences in the novel A menina morta [The dead girl] (1954), written by Cornélio Penna. In this novel, we have found a structured narrative around the absence (starting with the absence of the very girl who gives title to the work), inviting the reader to look endlessly for an empty place that, paradoxically, leaves its mark in emotional repression form and social malaise. The reader look wants to see more, however is the least that the author offers, inscribing his fiction under the sign of negativity and emptying. We affirm that, in this novel, unlike his initial works, Cornélio Penna overcomes the fantastic strand, moving the transcendent area "ghosts" for the inexorable encounter with real.We have sought the theoretical foundation of this thesis in the literary theory, philosophy and psychoanalysis speeches, through the dialogue with the works of Sigmund Freud, Jacques Lacan, Maurice Blanchot, Giorgio Agamben, Walter Benjamin and Georges Didi-Huberman. Through these thinkers, we have tried to show the dialectic game which Cornélio Penna articulates among subjectivity and objectivity, through which the reality is implicated in the subjectivation modes. In A menina morta, therefore, the reality of patriarchy and slavery becomes more frightening than ghosts that inhabit the popular imagination. The territory chosen by Cornélio Penna to describe his historical drama makes from the myth the labyrinth of history, up against the events are stoned in a stagnant zone in which almost nothing happens, protruding the mourning and the melancholy. The characters connection is marked by the lack of communication, due to fear of saying and the resentment of shut up. So, to the characters remain the refuge of unsaid (up against the bans strength) and the dramatization of words and gestures. The ghost of the word is not – as you might guess – the silence; the ghost of the word is the lack of the name, is this nonspecific place where the thinking does not reach and the reason seems to fall apart. In short, it is about an opening to an inaccessible place, a tragic aporia, formed by a time of expecting and a place of passage. / Este trabalho pretende estudar os vazios, as lacunas e as ausências textuais no romance A menina morta (1954), de Cornélio Penna. Nesse romance, encontra-se uma narrativa estruturada em torno da ausência (a começar pela ausência da própria menina que dá título à obra), convidando o leitor a olhar incessantemente para um lugar vazio que, paradoxalmente, deixa sua marca sob a forma de recalque afetivo e mal-estar social. O olhar do leitor deseja ver mais, porém é o menos que o autor oferece, inscrevendo sua ficção sob o signo da negatividade e do esvaziamento. Sustenta-se a tese de que, nesse romance, diferentemente de suas obras iniciais, Cornélio Penna supera a vertente fantástica, deslocando os “fantasmas” da zona transcendente para o encontro inexorável com o real. Busca-se a fundamentação teórica desta tese na interface dos discursos da teoria literária, da filosofia e da psicanálise, através do diálogo com as obras de Sigmund Freud, Jacques Lacan, Maurice Blanchot, Giorgio Agamben, Walter Benjamin e Georges Didi-Huberman. Através desses pensadores, tenta-se evidenciar o jogo dialético que Cornélio Penna articula entre subjetividade e objetividade, através do qual a realidade se acha implicada nos modos de subjetivação. Em A menina morta, portanto, a realidade do patriarcalismo e do escravismo se torna mais assustadora do que os fantasmas que povoam o imaginário popular. O território que Cornélio Penna escolheu para descrever o seu drama histórico faz do mito o labirinto da própria história, diante do qual os eventos se petrificam numa zona estagnada em que quase nada acontece, sobressaindo o luto e a melancolia. A relação entre os personagens é marcada pela incomunicabilidade, devido ao medo de dizer e ao ressentimento de calar-se. Assim, restam aos personagens o refúgio do não-dito (diante da força dos interditos) e a teatralização das palavras e dos gestos. O fantasma da palavra não é – como se poderia supor – o silêncio; o fantasma da palavra é a falta do nome, é esse lugar inespecífico onde o pensamento não chega e a razão parece desmoronar. Trata-se, enfim, de uma abertura para um lugar inacessível, uma aporia trágica, formada por um tempo só de espera e um lugar só de passagem.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.repositorio.ufc.br:riufc/21955
Date January 2016
CreatorsMoreira, Douglas Carlos de Paula
ContributorsBylaardt, Cid Ottoni
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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