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A capacidade de gestão da informação como fonte de vantagem competitiva sustentável da firma

A informação vem sendo apontada como a base da competitividade. A maior parte das pesquisas, no entanto, têm focado em estudar o impacto dos recursos eminentemente tecnológicos. Com as transformações no fluxo informacional, desenvolver novas capacidades é apontado como um imperativo competitivo para as organizações. Mais do que a análise dos recursos isoladamente, a análise das capacidades enquanto um conjunto de habilidades para ganhar, integrar e gerir recursos vem ganhando um papel importante na área de SI. As capacidades são particularmente úteis para as organizações em ambientes que mudam rapidamente. Considerando essa oportunidade de pesquisa, avaliou-se relevante analisar, nesse trabalho, a influência da Capacidade de Gestão da Informação (CGI) na Vantagem Competitiva da firma. Nesse sentido, estendeu-se o conceito de CGI para o conjunto de habilidades da firma para acessar dados e informações dos ambientes interno e externo, assim como mapear e distribuir essas informações para que possam ser processadas, permitindo o ajuste organizacional para responder às necessidades e direções do mercado. Para que CGI possa se configurar em uma importante fonte de vantagem competitiva para as organizações no atual contexto informacional, a literatura indica que é necessária uma complexa articulação com outras capacidades organizacionais. Valendo-se da perspectiva teórica das Capacidades Dinâmicas (CD), esse trabalho propôs modelo pelo qual a CGI articula-se com outras capacidades (nomeadamente Capacidade de Integração de SI, Flexibilidade, Capacidade de Reconfiguração e Agilidade) que intermediam o impacto da CGI enquanto fonte de VCS. Esse modelo, baseado na literatura existente, foi avaliado em uma perspectiva de Métodos Mistos, preliminarmente - em uma etapa qualitativa exploratória -, por quatro CIOs de companhias identificadas pelo uso extensivo de informação em suas operações e reconhecidas pela excelência na gestão desse uso. Após esse refinamento, a pesquisa foi realizada por meio de dois métodos. A análise das relações entre as variáveis propostas na pesquisa foi realizada, primeiramente, a partir de um estudo de casos múltiplos de natureza explanatória, realizado em três organizações líderes nacionais em seus segmentos de mercado (uma cooperativa de crédito, uma rede de varejo de moda e uma indústria de móveis planejados). A essa etapa, seguiu-se uma Survey com 180 gestores de TI e não-TI, pela qual foi possível quantificar a influência do caminho proposto da CGI até a VCS. A etapa quantitativa foi efetuada utilizando-se da análise de modelagem de equações estruturais baseada em Partial Least Square-Path Modeling (PLS-SEM). Os resultados foram analisados separadamente em cada etapa (Estudos de Casos Múltiplos e levantamento Survey), e a discussão, realizada por abordagem conjunta de métodos mistos com propósito de corroboração e confirmação integrada. Os resultados demonstram que a CGI influencia a VCS principalmente de forma indireta, mediada por outras capacidades organizacionais. Mais especificamente, a análise aponta para dois caminhos partindo da complementaridade da CGI com as capacidades de integração de SI. No mais consistente deles, o caminho que se origina na CGI é mediado pela Capacidade de Integração Interna de SI, Flexibilidade e Agilidade para influenciar positivamente a VCS. O caminho mediado pela integração externa vale-se da Capacidade de Reconfiguração ao invés da Flexibilidade. Dentre as implicações acadêmicas a pesquisa estão a extensão do conceito de CGI a partir das pesquisas estratégicas e a evidenciação da influência dessa capacidade na variável dependente natural das capacidades, a VCS. Como implicação gerencial, apresentou-se dois caminhos pelo qual o desenvolvimento de habilidade para o gerenciamento da informação pode levar a VCS. A indicação desses caminhos atende a uma lacuna do mercado que estima que 85% das organizações ainda não foram capazes de extrair diferenciação estratégica dos novos dados disponíveis. / Information has been indicated as the basis of competitiveness. Most research, however, has focused on studying the impact of eminently technological resources. With transformations in informational flow, developing new capabilities is indicated as a competitive imperative for organizations. More so than the isolated analyses of resources, analysis of capabilities as a set of abilities to gain, integrate, and manage resources has been acquiring an important role in the area of IS. Capabilities are particularly useful for organizations in environments that change rapidly. Considering this research opportunity, it was deemed relevant to analyze, in this work, the influence of Information Management Capability (IMC) on the firm’s Sustained Competitive Advantage (SCA). In this sense, the concept of IMC was extended to the firm’s set of abilities to access data and information from internal and external environments as well as to map and distribute this information for processing, thereby permitting organizational adjustment to respond to market needs and directions. For IMC to configure into an important source of competitive advantage for organizations in the current informational context, the literature recommends that a complex articulation with other organizational capabilities is necessary. With the theoretical perspective of Dynamic Capabilities (DC), this work proposes a model in which IMC articulates with other capabilities (namely IS Integration Capability, Flexibility, Reconfiguration Capability, and Agility), which intermediates the impact of IMC as a source of SCA. This model, based on the existing literature, was evaluated by a Mix Methods approach, preliminarily – in an exploratory qualitative stage – by four CIOs from companies identified by their extensive use of information in their operations and recognized for excellence in the management of this use. After this refinement, research was conducted through two methods. Analysis of the relations among the proposed variables in the research was made, firstly, from a multiple-case study of an explanatory nature, at three organizations, national leaders in their market segments (a credit union, a fashion retail chain, and an industry of custom furniture). In this stage, a survey of 180 IT and non-IT managers was conducted, from which it was possible to quantify the influence of the proposed path of IMC to SCA. The quantitative stage was executed by utilizing structural equation modeling analysis based on Partial Least Square-Path Modeling. The results were analyzed separately in each stage (Multiple-Case Study and Survey), and the discussion was made through a joint approach of mixed methods with the purpose of integrated corroboration and confirmation. The results demonstrate that IMC influence SCA mainly in an indirect way, mediated by other organizational capabilities. More specifically, the analysis points to two paths coming from the complementarity of IMC with IS integration capabilities. In the more consistent of the two, the path that originates from IMC is mediated by IS Internal Integration Capability, Flexibility, and Agility to positively influence SCA. The path mediated by external integration makes use of the Reconfiguration Capability instead of Flexibility.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/150576
Date January 2016
CreatorsBrinkhues, Rafael Alfonso
ContributorsMacada, Antonio Carlos Gastaud
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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