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Dissertação Laís Chagas de Carvalho. 2015.pdf: 2147594 bytes, checksum: 8b54824b1fdbe6dc966129a7e0dd1dcc (MD5) / A partir do movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira (RPB), novos modos de relacionamento com a loucura foram propostos com objetivo de transformar a realidade de sujeitos longamente institucionalizados. A família, reputada como primeiro espaço de socialização e de conformação identitária, passou a ser considerada unidade/locus prioritário de vivência da pessoa com sofrimento mental, a qual, por vezes, se mantinha afastada de sua dinâmica por um contínuo processo de isolamento social. Esta dissertação tem como objetivo compreender como a família tem realizado o cuidado ao sujeito com sofrimento mental, a partir do novo modelo de saúde mental apresentado pela RPB, por meio da perspectiva dos Itinerários Terapêuticos (IT). Trata-se de um estudo qualitativo de cunho exploratório que faz uso da abordagem compreensiva da análise de casos múltiplos e que ancora sua perspectiva teórica a partir da antropologia interpretativa de Clifford Geertz. A pesquisa contou com a participação de 11 familiares que foram selecionados a partir da inserção da pesquisadora em um CAPS do município de Salvador. Os sujeitos entrevistados apresentaram olhares e compreensões acerca da loucura, geralmente compatíveis com o rechaço e o estigma social da mesma, afastando e omitindo a pessoa com sofrimento por meio de forças expulsivas cotidianamente explicitadas. Não obstante isso, as famílias também demonstraram grande potência de transformação de sua realidade, produzindo confluências e relações que foram expressas por forças aglutinadoras capazes de enfrentar as dificuldades que o surgimento da aflição gera em sua unidade. Foi identificada, pelo estudo, uma rede de cuidados reduzida, geralmente limitada aos serviços de saúde especializados, sendo o CAPS e o Hospital Psiquiátrico, ambos pertencentes ao modelo biomédico oficial, os serviços prioritários de cuidado. As instituições religiosas apresentaram-se como recurso continuamente acessado pelas famílias, desde a primeira crise, e são buscadas das mais diversas formas, seja por movimentos de inserção ou de afastamento. A família extensiva e o apoio social comunitário, expressos, principalmente, pela participação de vizinhos no agenciamento do cuidado, mostrou-se elemento relevante pertencente ao modelo de auto atenção manifestado pelas famílias do presente estudo. Faz-se necessário que as equipes, no trabalho em saúde mental, compreendam os saberes e os modos de cuidado realizados pelas famílias e pelos sujeitos sociais em suas circunstâncias de vida.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:192.168.11:11:ri/17954 |
Date | 28 April 2015 |
Creators | Carvalho, Laís Chagas de |
Contributors | Trad, Leny Alves Bomfim, Torrenté, Mônica de Oliveira Nunes de, Silva, Marcus Vinicius de Oliveira, Jorge, Maria Salete Bessa |
Publisher | Instituto de Saúde Coletiva-ISC, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, ISC-UFBA, brasil |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFBA, instname:Universidade Federal da Bahia, instacron:UFBA |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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