Orientador: Isac Germano Karniol / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias Medicas / Made available in DSpace on 2018-07-19T08:18:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 1994 / Resumo: Neste trabalho descrevo a minha experiência de contato com uma instituição que trata de drogados, situada na região de Campinas, estado de São Paulo, Brasil. Cinqüenta e três indivíduos drogados, que lá estavam em tratamento, foram entrevistados, no período de fevereiro a outubro de 1985. Como objetivo, propus-me a pensar e a fazer pensar acerca do que aconteceu a esses indivíduos drogados e por que não conseguimos ajudá-los. Metodologicamente, adotei as idéias de Bion que, ao falar do objeto psicanalítico, aponta a sua extensão ao domínio dos sentidos, dos mitos, das paixões e da teoria psicanalítica. Levantei a hipótese de que o mito de Baco é o que melhor nos serve de referencial para analisar o desenvolvimento mental e os conflitos do drogado, em toda a dimensão de sua tragédia. Como complemento à compreensão do mito de Baco, fiz um breve "passeio semântico" pelos mitos de Apolo, Eros e Édipo e pelos personagens bíblicos de João e de Jesus. Reuni algumas hipóteses da moderna física que, junto com os mitos e os personagens bíblicos, ajudam a pensar que cada ser humano parece fazer e receber "interações psíquicas" desde o início, desde a concepção e, provavelmente, antes disso, através do desejo e da aceitação daquele filho, nas mentes dos pais. Percorri algumas idéias psicanalíticas, principalmente de Bion e de Rezende, que ajudam a compreender a experiência de aprender, que vivenciei ao estar em contato com a instituição e com os drogados, e também o desenvolvimento mental e os conflitos dos meus entrevistados. Chamei de "Complexo de Baco" a esse desenvolvimento mental que leva o indivíduo a sentir-se psiquicamente órfão, a não se sentir como objeto do desejo dos pais, a "viajar" de um lado para outro, sem rumo, até à última "viagem", a morte, que geralmente ocorre por overdose, suicídio, acidente fatal ou homicídio, ligados ao uso e efeitos das drogas. Ilustrei essa "teoria" sobre os drogados com os exemplos de Christiane F.e Michel Frank. Citei também Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Modigliani, como exemplos. De Freud, o pai da Psicanálise, apresentei alguns aspectos de sua biografia gue ajudam a compreender por que, apesar de entrar em contato com a droga (cocaína), não se tornou um drogado. A seguir, fiz uma breve reflexão acerca da maneira como alguns especialistas e Governantes de países estão lidando com o problema da drogadicção no mundo. Por fim, apresento o método, o caminho que percorri, incluindo um "atalho" gue fiz no início, e o modelo de entrevista gue utilizei. Na última parte, a bibliografia / Abstract: This work describes my experience with an institution dealing with drug-adicts, located near Campinas, in the State of São Paulo, Brasil. Fifty-three drug-adicts in treatment were interviewd between February and October 1985. Hy aim was to think and make people think about what happened to these individuals and why we can't help them. Methodologically, I adopted Bíon's ideas who talking about the psychoanalitic object, points it to the domain of the senses, of the myths, of the passions and of the psychoanalitc theory. My hypothesis is that the myth of Bacchus is which suits best to analyse the drug-adict's mental development and his conflicts within whole dimension of his tragedy. Complementing the understanding of the Bacchus myth I made a brief "semantic promenade" around the myths of Apollo, Eros and Oedipus and the biblical characters of John and Jesus. I gathered some hypothesis from modern physics that, together with the myths and biblical characters help us to realize that every human being seems to make and receive "psychic interactions" since the beginning of conception and probably, before this, through the desire anel acceptation of that child, in the parent's mind. I went through some psychoanalitic ideas chiefly Bion's and Rezende's, which help to understand the experience of learning which I went through in having been in touch with the drug-adicts and the institution as well as the mental development and conflicts of the adicts interviewed. I named "Bacchus Complex" this mental development that makes the individual feel psychically, an orphan as well as not the object of his parent's desire, so he "travels" from one side to the other, without aim till the "last trip" - death - that generally occurs by overdose, suicide, a fatal accident or homicide, linked to the use and effects of dope. I illustrated this "theory" about the drug-adicts with the examples of Christiane F. and Michel Frank. I named also Fernando Pessoa, Mario de Sá Carneiro and Modigliani, as examples. From Freud, the father of Psychoanalysis I presented some aspects of his biography that help to understand why, in spite of having got in touch with the drug (cocaine) hasn't become an adict. After this, Í made a brief Complementary about the way some specialists and Country Presidents are dealing with the problem of drug-adiction in the world. Finally I present the method, the path I went through, including a short cut that I made at the beginning and the model of interview I used. In the last part a bibliography is included. / Doutorado / Doutor em Ciências Médicas
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/313375 |
Date | 19 July 2018 |
Creators | Moreira, Maria Jose Franklin, 1949- |
Contributors | UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Karniol, Isac Germano, 1943- |
Publisher | [s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | [197] f. : il., application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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