O tecido ósseo é o maior sítio de acúmulo de flúor (F) do nosso organismo. Parte do F ingerido pode transitar através de um mecanismo de estado estacionário entre cristais da superfície óssea e plasma, ou quando da remodelação óssea, mantendo constantes os níveis plasmáticos algum tempo após a diminuição da ingestão de F. O objetivo deste estudo foi avaliar o período de tempo para que o F acumulado no osso de ratos, após uma exposição aguda, seja removido. Três grupos experimentais com 10 ratos Wistar (70 dias de idade) receberam, por via gástrica, dose única de 50 mg F/Kg peso corporal (como NaF) e 3 grupos controle, também com 10 animais cada, receberam água deionizada. A eutanásia dos animais ocorreu após 30, 90 ou 180 dias da administração de F. Os ratos foram anestesiados, sangue e fêmures removidos e analisados quanto à concentração de F. Para o fêmur, foi analisado o F solúvel em ácido removido por biópsia da superfície óssea, além do F presente no osso total, após calcinação. As cinzas e o plasma foram analisados para o F com o eletrodo, após difusão facilitada por HMDS. Os dados foram analisados pelo teste de Kruskal-Wallis, seguido pelo teste de Dunn (p<0,05). Os níveis plasmáticos de F do grupo controle foram constantes ao longo do tempo, e similares aos do grupo experimental eutanasiado aos 30 dias. Para os grupos experimentais eutanasiados após 90 e 180 dias, houve uma redução significativa nos níveis plasmáticos de F em relação ao grupo controle. A concentração de F na superfície do fêmur para o grupo experimental foi significativamente maior em relação ao grupo controle no tempo de eutanásia de 30 dias apenas, sendo que para os demais períodos experimentais, apesar de a concentração de F ser maior no grupo experimental quando comparado ao controle, esta diferença não foi estatisticamente significativa. Para ambos os grupos pôde ser observado um aumento nos níveis de F na superfície óssea longo do tempo. Para o osso total, o grupo experimental apresentou concentrações similares de F nos diferentes tempos de morte, e estes níveis foram similares aos encontrados para o grupo controle, no tempo de eutanásia de 180 dias. O grupo controle, nos tempos de morte 30 e 90 dias, apresentou valores significativamente menores quando comparado às demais situações. Os dados sugerem que o F incorporado à superfície óssea de ratos a partir de uma exposição aguda não é irreversivelmente ligado, mas vai sendo perdido ao longo do tempo, parecendo ser completamente perdido entre 90 e 180 dias após a exposição. Já os níveis de F incorporados no osso total 30 dias após uma ingestão aguda subletal não parecem ser perdidos ao longo do tempo. A não ocorrência de aumento ao longo do tempo nos níveis de F no osso total do grupo experimental sugere que existe um limite para a incorporação de F no osso total, provavelmente relacionado ao número de sítios possíveis para ligação irreversível do F. / Bone is the major site for fluoride (F) accumulation in the body. Part of the ingested F can transit between bone surface crystals and plasma, through a steady-state mechanism, which can also occur during bone remodeling. This could maintain constant plasma F levels for some time after the F intake is reduced. The aim of this study was to evaluate the lag time required to remove F accumulated in bone of rats after acute exposure. Three experimental groups, containing ten 70-day-old Wistar rats each, received, by gastrogavage, a single dose of 50 mgF/Kg body weight (as NaF), while 3 control groups received deionized water. The animals were euthanized 30, 90 or 180 days after F administration. The animals were anesthetized, blood and femurs were collected and analyzed for F. F on the femur surface was removed through an acid biopsy and F in whole bone was analyzed after ashing. Ash and plasma F were analyzed with the electrode following HMDS-facilitated diffusion. Data were analyzed by Kruskal-Wallis and Dunn\'s tests (p<0.05). Plasma F levels in control group were constant along time and similar to the levels found for the experimental group euthanized after 30 days. For the experimental groups euthanized after 90 and 180 days, a significant reduction in plasma F levels in respect to control was found. F in bone surface for the experimental group was significantly higher than for the control group only 30 days after F administration. For the other experimental times, despite F concentration was higher in the experimental group when compared to control, this difference was not significant. For both groups an increase in bone surface F levels along time was seen. For whole bone, the experimental group had similar F concentrations for all times of euthanasia and these levels were similar to those found for control group 30 days after F administration. Control group, 30 and 90 days after F administration had values significantly lower when compared to the other situations. Data suggest that F incorporated into bone surface of rats after acute exposure does not seem to be irreversibly bound and is lost along time. It seems to be completely lost between 90 and 180 days after F administration. On the other hand, F levels incorporated in whole bone 30 days after acute exposure to F do not seem to be lost along time. The lack of increase in whole bone F levels in the experimental group along time suggests that there is a limit for F uptake in whole bone, probably related to the number sites available to bind F irreversibly.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-23082007-095226 |
Date | 14 November 2006 |
Creators | Caroselli, Elide Escolastico |
Contributors | Buzalaf, Marilia Afonso Rabelo |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
Page generated in 0.0028 seconds