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Previous issue date: 2011-08-30 / Esta dissertação, de orientação sociolinguística, trata do estudo dos pronomes você, ocê, cê e te falados na cidade de Vitória (ES). Os dados da amostra para esta pesquisa constituem-se de dois corpora: PORTVIX (O português falado na cidade de Vitória) e FALA CASUAL. Para a coleta do PORTVIX foram selecionadas as variáveis gênero, faixa etária e nível de escolaridade de informantes cujas características comuns eram o de ser natural de Vitória, de ter pais capixabas e o de residir sempre nesta cidade. A FALA CASUAL, coletada também com moradores de Vitória (ES), constituída por duas gravações de conversas sem que o falante tivesse conhecimento prévio do evento. Para atestar nossos resultados, trabalhamos com a análise quantitativa de dados da fala. Para a análise dos corpora, analisamos a variável dependente em função das variáveis sociais mencionadas e, também, da variável linguística relativa aos aspectos sintáticos (sujeito, objeto direto, complemento de preposição) e dos aspectos semânticos (genérico ou específico). O tratamento estatístico dos dados baseou-se no programa computacional GOLDVARB X. A faixa etária e o gênero foram considerados relevantes pelo programa. Na faixa etária, constatamos que, em relação aos pronomes você e cê, estava ocorrendo uma mudança a qual caminhava de você para cê. Porém, na faixa etária 15-25 anos iniciou-se um processo de reversão dessa mudança para você, acentuando-se ainda mais na faixa 7-14 anos. Com relação ao gênero, os dados revelam que o gênero feminino favorece o uso da forma você um pouco mais do que o gênero masculino. A variável função sintática também foi selecionada pelo programa. Embora o número de dados precedidos da preposição para seja pequeno, esse contexto favorece mais o pronome você do que o contexto em que o pronome você aparece não precedido da preposição para. No PORTVIX verificou-se uma correlação positiva entre a fala dos entrevistados e entrevistadores, evidenciando-se que embora a literatura sociolinguística advirta sobre o paradoxo do observador, ao enfocar que a presença do entrevistador e do gravador podem inibir a fala do entrevistado, na nossa pesquisa verificamos uma situação contrária a essa: comprovamos que foi o entrevistado o agente influenciador da fala do entrevistador, uma vez que era o entrevistador quem modificava sua fala ao se deparar com situações em que os entrevistados faziam maior ou menor uso de uma das variantes. Comparamos a nossa pesquisa com outros trabalhos de mesma temática realizados em outras regiões do Brasil e pudemos verificar que a fala de Vitória se distancia da de Minas Gerais e se aproxima da de Brasília. Destacamos, ainda, o fato de a forma ocê praticamente inexistir no PORTVIX, sendo sua realização correspondente a apenas 0,5% do total das ocorrências. Há, ainda, o fato de essa forma ser rejeitada, conforme aponta o estudo de Peres (2008). Mesmo no corpus da FALA CASUAL, que apresenta características bastante diferentes da do PORTVIX, também prevalece a forma você. Comparamos a Fala Casual com os resultados de Paredes (1998), em corpus gravado no Rio de Janeiro, caracterizado por os falantes não terem conhecimento da gravação, observamos que nesse corpus há maior frequência de cê (54,3%) do que de você. Vimos que na Fala Casual, ao contrário do encontrado na pesquisa de Paredes, também prevalecia a variante você.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace2.ufes.br:10/3730 |
Date | 30 August 2011 |
Creators | CALMON, E. N. |
Contributors | PERES, E. P., SCHERRE, M. M. P., YACOVENCO, L. C. |
Publisher | Universidade Federal do Espírito Santo, Mestrado em Estudos Linguísticos, Programa de Pós-Graduação em Linguística, UFES, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | text |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFES, instname:Universidade Federal do Espírito Santo, instacron:UFES |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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