SIQUEIRA, Karina Aragão de. Ortodoxia e heterodoxia nos relatos do sujeito coletivo mulher vítima de violência doméstica: amar a si mesmo como ao próximo. 2014. 167f. – Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Departamento de Letras Vernáculas, Programa de Pós-graduação em Linguística, Fortaleza (CE), 2014. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2014-11-28T13:34:30Z
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Previous issue date: 2014 / A pesquisa analisa o discurso das mulheres que sofrem violência cometida por seus parceiros ou ex-parceiros a partir dos boletins de ocorrência da Delegacia da Defesa das Mulheres em Fortaleza e dos relatos no site www.leimariadapenha.com.br. A finalidade deste trabalho consiste em analisar o sujeito coletivo em narrativas de vida considerando a proposta teórica de Lefèvre (2005) sobre o sujeito coletivo, a perspectiva de categoria de situação de Bertaux (2010), a reflexão de Foucault (2002) sobre o discurso e o sujeito e a representação social do sujeito de Goffman (2002) e a narrativa ortodoxa e a heterodoxa de Maia-Vasconcelos (2014). Temos, portanto, uma relação, segundo Morin (2010), parte todo complexa, pois cada indivíduo com características particulares diferentes em cada narrativa de vida dão vez a um todo com características singulares chamado de sujeito coletivo. A tese verificou a formação de um sujeito coletivo a partir de relatos de mulheres que vivem situações semelhantes integrando-se, assim, em uma mesma categoria de situação vivenciada, mesmo não se conhecendo e vivendo em regiões geograficamente distantes. Os relatos avaliados são obtidos no fórum virtual “Casos e Testemunhos” e na delegacia de Defesa das Mulheres. A leitura dos relatos permitiu ressaltar aspectos que nos levam a crer que existe uma subjetividade embutida nos discursos dessas mulheres que as aproximam do ponto de vista sociovivencial. O discurso do sujeito coletivo pode ser percebido, segundo Lefèvre (2005) como a representação discursiva de uma coletividade a respeito de um determinado tema. No fórum virtual, a narrativa heterodoxa surge a partir de um sujeito que escolhe os fatos vividos que devem ser relatados e como devem ser apresentados em um processo de ressignificação do vivido partilhando de uma mesma comunidade discursiva. No boletim de ocorrência, a narrativa ortodoxa, surge a partir de um sujeito que também escolhe os fatos que devem ser relatados, mas não como devem ser relatados. Estes sujeitos, encontrados nos boletins de ocorrência, partilham de uma mesma comunidade ideológica que denuncia e não deseja pedir medidas protetivas de urgência. Esta perspectiva de pesquisa vislumbra a Complexidade defendida por Morin (2010), numa relação de parte todo, em que cada parte está relacionada com o todo, ou seja, cada narrativa de vida, apesar de divergente, apresenta, ao mesmo tempo, características que indicam uma categoria de situação e formam uma coletividade que não é apenas um agrupamento de sujeitos com narrativas de vida, ela é mais do que isso, uma vez que surge uma unidade inédita que é o sujeito coletivo.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.repositorio.ufc.br:riufc/10045 |
Date | January 2014 |
Creators | Siqueira, Karina Aragão de |
Contributors | Vasconcelos, Sandra Maia Farias |
Publisher | www.teses.ufc.br |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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