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O conhecimento dos profissionais médicos e enfermeiros das unidades básicas distritais de saúde de Ribeirão Preto - SP acerca da violência contra a mulher cometida por parceiro íntimo / The knowledge of nurses and physicians from primary health care of Ribeirão Preto- São Paulo, concerning violence against women

A violência contra a mulher é um problema de grande prevalência no Brasil e no mundo, sendo responsável por alto índice de morbimortalidade feminina e gerando sérias conseqüências para a sociedade. Médicos e enfermeiros, por serem os primeiros contatos dessas mulheres nos serviços de saúde, ocupam um lugar privilegiado na detecção da violência de gênero e devem possuir conhecimentos suficientes para o atendimento adequado das vítimas. O objetivo deste trabalho foi identificar e comparar o conhecimento, a percepção e a atitude de médicos e enfermeiros que atuam na rede básica de saúde de Ribeirão Preto-SP, acerca da violência de gênero. Trata-se de um estudo quantitativo, transversal, comparativo, do tipo survey, realizado nas unidades distritais básicas de saúde (UBDS) do município. Foram incluídos todos os profissionais que atendem nas cinco UBDS de Ribeirão Preto, totalizando 170 médicos e 51 enfermeiros. O questionário utilizado abordava o conhecimento, o manejo dos casos e atitudes dos profissionais frente à violência de gênero, sendo aplicado por pesquisadoras treinadas. Os dados foram processados e analisados, utilizando o pacote estatístico STATA 9.0, sendo realizada distribuição simples de freqüência, Teste Qui Quadrado (X2) ou Teste exato de Fisher, para verificar associação entre as variáveis. Os resultados mostraram que um percentual significativamente maior de médicos foi capacitado para o atendimento da violência de gênero durante a graduação (p = 0,013), enquanto mais enfermeiros foram treinados nos serviços de saúde (p = 0,000). Os médicos mostraram-se mais à vontade do que os enfermeiros em discutir assuntos como a vida sexual da cliente (p = 0,048) e o uso de drogas ilícitas pela mesma (p = 0,01). Ambos tendem a infantilizar a vítima, referiram se sentir à vontade em inquirir a paciente sobre situações violentas, e concordaram que a violência pode ser causada por fatores externos, como abuso de álcool, drogas e desemprego, e por problemas psicológicos do agressor. Médicos (85,3%) e enfermeiros (78%) demonstraram alto conhecimento sobre a definição de violência, têm consciência de que investigá-la é seu papel profissional e sabem reconhecer seus sinais e sintomas. No entanto, demonstraram muito baixo conhecimento sobre sua epidemiologia, sendo o conhecimento dos enfermeiros nesse quesito menor do que o dos médicos (p = 0,035). Um percentual significativamente maior de enfermeiros obteve boa pontuação sobre as condutas que facilitam a revelação da violência (p = 0,041). Ambos demonstraram alto conhecimento do manejo dos casos confirmados de violência de gênero, e bom conhecimento dos casos em que há suspeita da mesma; um percentual significativamente maior de médicos apresentou baixo conhecimento nesses últimos (p = 0,038). Os enfermeiros acertaram mais questões relacionadas à tomada de condutas administrativas e de integração com outros serviços do que os médicos. Portanto, o estudo demonstrou que os profissionais possuem boa formação acadêmica, bom conhecimento sobre definição, diagnóstico e manejo da violência de gênero, desconhecendo sua epidemiologia. Foram encontradas diferenças significativas na formação, no conhecimento e percepção dos profissionais, em relação à violência de gênero, sendo recomendado individualizar as intervenções de acordo com as peculiaridades de cada categoria profissional. / Violence against women is a very prevalent problem in Brazil and in the whole world, and responds to an increase in morbidity and mortality of female population, carrying out serious problems for society. Physicians and nurses, who firstly make contact to the victim, are in a front position to detect the violence against women; therefore, they should have enough knowledge and skills to provide them an adequate assistance. This study aimed to assess and to compare knowledge, perception and attitude of physicians and nurses from primary health care of Ribeirão Preto, São Paulo, concerning with violence against women. A survey quantitative, cross-sectional, comparative study was carried out in five basic units of district health. The sample consisted of 170 physicians and 51 nurses. The instrument used for data collection was applied by previously trained interviewers. Data were processed and analysed in Statistical Package for the STATA 9.0. The analysis involved simple frequency distribution, the Chi-Square Test (X2) or Fisher´s Exact Test to check the association between variables. It was observed that the percentage of physicians who received orientation about the problem of domestic violence during graduation was significantly higher than the observed for nurses (p=0,013); however, training at workplace was markedly more frequent than the observed for physicians (p=0,000). Doctors presented less discomfort than nurses to inquire the patient about her sexual life (p=0,048), and the use of illicit drugs (p=0,01). Both tend to play the same role in spousal assault as in child abuse; they feel comfortable on asking the patient about violence situations and both believed that alcohol or drug abuse, unemployment and husband´s psychological problems are causes of wife battering., Physicians (85,3%) and nurses (78%) demonstrated high knowledge concerning the definition of violence; they perceived their role in its investigation and both know to recognize the signs and symptoms of the problem. However, they demonstrated very low knowledge about the epidemiology of violence, and nurses seemed to know less than physicians in this item (p=0,035). A significant higher percentage of nurses obtained good scores concerning the conduct that helps the disclosure of the violence (p=0,041). Both groups demonstrated high knowledge in the management of confirmed cases of violence, and demonstrated good knowledge in the cases that violence is not confirmed. A significant higher percentage of physicians demonstrated low knowledge for suspection of violence cases (p=0,038). Nurses obtained higher scores than physicians on questions about administrative conducts and those that depend on the integration with other services. Therefore, this study demonstrated that professionals have good knowledge about definition, diagnosis and management of gender violence, but they unknown its epidemiology. We found significant differences on training skills, on knowledge and perception of health professionals concerning gender violence and recommend individualized actions to improve assistance.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-29102009-142008
Date02 October 2009
CreatorsAna Cyntia Paulin Baraldi
ContributorsAna Maria de Almeida, Gleici da Silva Castro Perdona, Elisabeth Meloni Vieira
PublisherUniversidade de São Paulo, Enfermagem em Saúde Pública, USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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